Kai Havertz, Hakim Ziyech, Timo Werner e cia limitada, todos esses chegaram ao Chelsea cercados de expectativas e com um valor de mercado alto. O esperado era que esses jogadores prontamente mudassem o Chelsea de patamar, porém enquanto esses reforços oscilavam e deixavam uma pulga atrás da orelha da torcida, um velho conhecido (não tão velho assim) da torcida surpreende a todos e a cada se mostra mais talhado aos grandes desafios.
Mason Mount, cria das canteiras de Cobham, identificadíssimo com o Chelsea e um protótipo de jogador que é o sonho de todo treinador, um autêntico go to guy, aquele jogador que entra em campo e faz a engrenagem funcionar mesmo que seus números não sejam tão inflados como os de alguns por ai.
O período Lampard
Ainda na era Lampard, em um momento de transfer ban por parte do Chelsea, Mason veio de uma temporada de boas atuações com o Derby County na Championship e chegava no Chelsea para tentar fincar de vez seus pés como um titular dos Blues.
Junto de Tammy Abraham, Mount foi um dos principais nomes daquele Chelsea de 19/20 que apesar de não poder contratar e com um time bem jovem, conseguiu ficar em 4º lugar na Premier League e classificar para Champions League de 20/21.
Quando chegaram os reforços para a atual temporada, muito se falava de como funcionaria Mason Mount, se ele perderia espaços, mas foi ai que o inglês de só 22 anos se mostrou um jogador fascinante. Sabendo dos desafios que teria em relação ao elenco, Mount evoluiu bastante seu jogo, passou a atuar com mais versatilidade em campo e principalmente uma entrega que fez com que Lampard o tratasse como peça essencial do coletivo.
Entretanto mesmo com bons jogos, parte da torcida/imprensa ousava subestimar a capacidade Mount e justificar sua permanência no time com uma alcunha de que ele era “filho” de Frank Lampard, ignorando totalmente as qualidades e a evolução de Mount.
A chegada de Tuchel e as idas frenquentes a seleção
Depois da queda de Frank Lampard e a chegada de Thomas Tuchel, mais uma vez a titularidade de Mount se viu questionada por algumas pessoas, e foi ai que parte dos críticos começaram a dar o braço a torcer com relação a Mason Mount. Tuchel manteve o meia no time principal e suas atuações começaram a evoluir ainda mais.
Não bastasse a crescente constante, Mason passou a ser presença constante nas listas de convocação da seleção inglesa e atuando com personalidade e qualidade vestindo a camisa de seu país, começava ali a queda do discurso de paternidade de Lampard com Mount, afinal era outros dois técnicos com filosofias diferentes mas que apostavam e confiavam no talento de Mount.
A importância para o Chelsea
O Chelsea ocupa a 5º colocação na atual temporada da Premier League e está nas quartas da UCL (venceu o primeiro jogo por 2-0 “fora de casa”). Mount tem papel chave na campanha, majoritariamente partindo da direita do campo para o centro, o camisa 19 tem total liberdade para circular em todo o campo de ataque da equipe e por vezes até atua como um camisa 8, vindo de forma mais centralizada as costas do atacante.
O impacto de Mount ofensivo é muito grande, são 7 grandes chances criadas e 69 passes decisivos na PL, o meia tem 6 gols e 3 assistências, mas participa de basicamente todas as ações ofensivas do Chelsea, raros são os ataques que Mason não tenha ao menos tocado na bola.
Outra façanha de seu jogo é habilidade de dominar a bola já em projeção ao ataque e a excelente forma como perfila seu corpo para receber passes em boas condições de tomar as decisões. Não é atoa que como mostra o gráfico abaixo Mason Mount tem participação em quase todo o campo ofensivo do Chelsea.
Além da qualidade que dá ao setor ofensivo, Mason tem papel essencial também quando se fala do aspecto defensivo. Dentro da ideia de Tuchel de pressionar os adversários sempre quando a equipe está sem bola, Mount entrega leitura de linhas de passe, velocidade para desarmar e um senso defensivo muito bom. Até o atual momento da temporada, já são: 61 desarmes e 27 interceptações, números bastante chamativos para um meia-atacante.