A Copa da diversidade?

137 jogadores que estarão na Copa não representam a Seleção do seu país de nascimento

A discussão sobre as origens dos jogadores nas Seleções se tornou forte após o título Mundial conquistado pela França em 2018. Sendo um país que recebe grande contingente de imigrantes, na Copa do Mundo da Rússia, Didier Deschamps convocou 23 jogadores e, desse grupo, 19 poderiam jogar por outras seleções.

Por outro lado, 29 jogadores que nasceram na França disputaram a última Copa em outras seleções que não a francesa, sobretudo, pelas seleções de Marrocos e Tunísia.

Sendo assim, na campanha do bicampeonato Mundial francês apenas Hugo Lloris, Benjamin Pavard, Olivier Giroud e Florian Thauvin. Steve Mandanda e Samuel Umtiti eram os dois jogadores da França que nasceram em outros países, no Congo e em Camarões, respectivamente.

Thomas Lemar e Raphael Varane, por sua vez, nasceram em territórios que pertencem à França, porém, que tem suas próprias seleções nacionais: Lemar é de Guadalupe, Varane nasceu na Martinica. Enquanto outros quatro jogadores possuíam avós ou gerações anteriores em outros países: Lucas Hernandéz (Espanha), Benjamin Mendy (Senegal), Corentin Tolisso (Togo) e Antoine Griezmann (Portugal).

Enfim, 11 jogadores que conquistaram o título em 2018 nasceram em outros países e migraram para a França: Alphonse Areola (Filipinas); Presnel Kimpembe e Steven Nzonzi (Congo); Adil Rami (Marrocos); Djibril Sidibé, Ousmane Dembelé e N’Golo Kanté (Mali); Blaise Matuidi (Angola); Paul Pogba (Guiné); Kylian Mbappé (Camarões e Argélia) e Nabir Fekir (Argélia).

Especificamente sobre jogadores que nasceram em outros países, nesta Copa do Mundo, que começa no próximo domingo (20), 137 jogadores não jogarão pelas seleções de seu país de nascimento. Sendo assim, 28 das 32 seleções no Mundial terão representantes nascidos em outros países em seu plantel.

Marrocos, Tunísia e Senegal são os países com mais representantes que não nasceram em seus países. Enquanto o Marrocos tem 14 jogadores naturalizados dentre os convocados, Tunisia e Senegal têm 12 – sendo a grande maioria nascida na França.

Os anfitriões também possuem um número elevado de jogadores não nascidos em seu país na Seleção: são 10. A mesma quantidade que o País de Gales. Austrália e Camarões vêm na sequência com nove naturalizados em cada Seleção. Gana vem na sequência com oito jogadores nascidos no estrangeiro que representarão as Estrelas Negras.

Canadá, Croácia e Portugal terá, cada um, sete jogadores naturalizados representando suas seleções. A Seleção das Quinas, inclusive, tem três jogadores dentre os convocados que nasceram no Brasil, são eles: Pepe, Matheus Nunes e Otávio.

Nascido em Alagoas, o zagueiro Pepe joga pela Seleção Portuguesa desde 2007. Em 2022, aos 39 anos, disputará sua quarta Copa do Mundo. Foto – Gualter Fatia

 

O restante das Seleções, enfim, terá cinco ou menos representantes que nasceram em outros países: Estados Unidos (5); Sérvia (4); França e Suíça (3); Polônia, Espanha, Alemanha e Equador (2); México, Uruguai, Dinamarca, Inglaterra, Irã, Holanda, Costa Rica, Japão e Bélgica (1).

137 jogadores não representarão o país onde nasceram no Mundial do Catar
Lista completa dos jogadores que não jogam por seu país de nascimento (Foto – Fútbol Infinito)

Logo, apenas Arábia Saudita, Argentina, Brasil e Coreia do Sul convocaram grupos exclusivamente formados por jogadores que nasceram em cada um dos países.

O caso Byron Castillo no Mundial

Byron Castillo não foi convocado para representar a Seleção do Equador na Copa de 2022. Foto - FEF
Foto – FEF

Depois de não conseguir a classificação pelas Eliminatórias Sul-Americanas, o Chile tentou apelar à FIFA para substituir o Equador na Copa do Mundo do Catar. A base da apelação foi a acusação de que o jogador Byron Castillo, que jogou pelo Equador em oito oportunidades, não era elegível para jogar nas Eliminatórias.

O Chile, portanto, acusa a Federação Equatoriana de ter usado Castillo de forma irregular, declarando que o jogador, na verdade, nasceu na Colômbia e teria usado documentos falsos para jogador pela Seleção do Equador.

A FIFA acabou rejeitando a apelação dos chilenos e manteve a participação do Equador nesta edição do Mundial. Porém, o TAS (Tribunal Arbitral do Esporte) considerou que os equatorianos utilizaram documentos irregulares. Com isso, a Seleção do Equador foi punida e pagará uma multa de 100 mil francos suíços. Além disso, começará a campanha nas eliminatórias para a Copa de 2026 com menos três pontos.

Desse modo, a participação equatoriana não foi impedida. Mas, logo depois de anunciar os convocados, a Federação do país emitiu um comunicado para justificar a ausência de Castillo na convocação sob a justificativa de que a ausência do atleta se deu para evitar “o risco de sofrer novamente punições injustas”.

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