‘’Guerreiros, time de guerreiros’’. É evidente que você já ouviu a alcunha tricolor, que se popularizou e se expandiu, de fato, na campanha de recuperação histórica do Campeonato Brasileiro de 2009, um ano antes do primeiro título, do mesmo, no século, que ainda seria conquistado em uma segunda oportunidade, no ano de 2012.
Vale lembrar, que tal expressão possui até uma origem histórica, que pouca gente sabe. Na Primeira Guerra Mundial, o clube das Laranjeiras colaborou com o exército do Brasil. Foi criado, a comando de Oscar Cox, fundador do Fluminense, um ‘’batalhão tricolor’’, com 83 reservista, no primeiro momento e, ampliando-se depois
Félix, Thiago Silva, Carlos Alberto Torres, Conca, Gerson(o canhota de ouro), Rivellino. É fácil citar craques, verdadeiras lendas, dentro do quinto clube que mais cedeu jogadores à seleção brasileira, além dos gringos, que por aqui passaram. Mas se, dentro da gloriosa vida do tricolor, existe algo que falta para preencher a alma do torcedor, é uma conquista internacional. Flamengo, já foi campeão mundial. Vasco, das Américas. Botafogo, da Copa Conmebol. O Flu, ainda aguarda pela sua e, mais que esperar, busca, ou melhor, guerreia, por ela.
Em 1971 veio a primeira participação, após vencer o nacional. Porém, ainda na primeira fase, veio a eliminação, com a derrota, em pleno Maracanã, para o Palmeiras, na última rodada. Em 85, o mesmo roteiro. Título brasileiro no ano anterior, eliminação na fase de grupos da Libertadores. Após isso, foram longos anos duros para a torcida do pó de arroz, que precisou recorrer às bênçãos de João de Deus, o Papa João Paulo II e, a um certo parceiro fundamental, a Unimed.
Em 1999, ano da conquista da terceira divisão, inicia-se, de modo oficial, uma associação que culminou na terceira, também e, melhor participação do time das Laranjeiras na Libertadores. Esse patrocínio foi se aprimorando com o tempo e, em 2006, passou a arcar com todos salários do time. Um ano depois, Copa do Brasil e G4, duas vagas, de uma vez, para voltar com tudo. E voltou.
Até hoje, dói aos tricolores, aquela noite no Maracanã, que para quem leva às cores verde, branco e grená é, certamente, o verdadeiro ”Maracanazo”. Não das mãos dos uruguaios, dessa vez, mas dos pés equatorianos, que buscavam, não só o primeiro título da Liga de Quito, mas de todo o país. O elenco, comandado por Thiago Neves, Washington e Thiago Silva, passou em primeiro no grupo da morte, eliminou o, hoje campeão, Atlético Nacional, nas oitavas, na sequência dois gigantes, São Paulo e Boca Juniors. Na final, em um Maracanã com quase 90 mil pessoas, o time reagiu a uma derrota frustrante no jogo de ida. Três gols de Thiago Neves, mas esse, junto de Conca e do Coração de Leão, viu o caneco escapando pelas mãos, com erros dos principais atletas do time.
2009 chega e, assim, uma grande luta. A 8 rodadas do fim do Brasileirão, tinha 99% de chances de cair e, 1% foi o suficiente para os fomentados por Fred e, uma torcida, que haja o que houver, permanece firme. A recuperação foi seguida por troféus e times incríveis. Vieram participações na Libertadores. A Unimed se foi. A torcida continua. Continua a cantar essa paixão que vem de dentro. Passaram-se anos ruins. E o coração segue acelerando. Fred voltou. Xerém, que nunca o deixou, retornou ainda mais forte. Os cartolas partiram e o Cartola Tricolor voltou a sorrir. A magia? Feita por um torcedor. Mário Bittencourt faz um trabalho consciente e efetivo. O time que nunca perdeu em estreias na competição, empatou com o time da década , no continente e, venceu, contra a altitude, o Santa Fé.
Até onde irá esse time? Só sei que, mesmo de longe, aonde quer que o tricolor vá, ele não só leva as cores que herdou, em seu peito, como apoia, com sua bandeira ao vento.