Sem dúvidas, na primeira metade do século XXI, os italianos recebiam os holofotes do futebol mundial. Destaque que se refletia tanto no cenário dos clubes, quanto da seleção, quando, em 2006, a Azzurra, conquistou a Copa do Mundo, feito que não ocorria desde 1982. Sendo assim, craques como Nedved, Pirlo, Ibra, Kaká, e Seedorf são citados, apenas para exemplificar, e perfilar, a legião de estrelas que brilharam pelo Calcio nos anos 2000. E que foram peças importantíssimas em 3 títulos de Champions League, de 2003 a 2010, com 5 participações em finais no período.
Do céu ao inferno
Entretanto, a jornada do caos se agravou, quando pela primeira vez os italianos não se classificaram para o Mundial, em 2018, que ocorreu na Rússia, após uma eliminação, na repescagem, diante da Suécia. Antes disso, por duas vezes seguidas, logo após a conquista, ficaram para trás, ainda na fase de grupos. Sendo assim, muitas críticas rondaram em torno da falta de renovação, tanto que nos últimos anos se apostou muito em jogadores naturalizados, tal como os brasileiros Éder, Thiago Motta e Jorginho. Os últimos jogadores diferenciados, ou não renderam o que podiam, como Cassano e El Shaarawy , ou perderam-se na carreira, como o polêmico Balotelli e, até, outros, que para os torcedores, não receberam a devida atenção, sendo Insigne o mais lembrado.
Além disso, a dupla de Milão entrou em declínio. Afinal, a última grande campanha do Milan foi em 2007, quando liderados por Kaká, que se tornaria o último melhor do mundo, antes da era Cristiano Ronaldo e Messi, os Rossoneros levantaram sua última orelhuda. Já vosso rival , Internazionale, com o comando histórico de José Mourinho, três anos depois chegaria ao mesmo tento. Mas, após isso, apenas investimentos falhos, falta de bons atletas da base e escândalos financeiros. Isto posto, qual seria o resultado? — Desde então, só a Velha Senhora manteve-se no topo.
A Juventus venceu 9 vezes, em sequência, o título nacional e, ainda, chegou a duas finais da maior competição de clubes do mundo. Contudo, hoje, Inter e Milan vivem uma recuperação e, os gigantes do Giuseppe Meazza conseguiram seu primeiro troféu importante depois de muito tempo. A Juve, segue na luta por uma vaga no torneio que foi vice, duas vezes na década de 10-20, quando foram superados justamente pela dupla espanhola.
Semelhanças entre espanhóis e italianos
Copa do Mundo. Eurocopa. Vexames seguidos depois do ápice. Parece que estamos falando dos Italianos, mas não, a história parece se repetir, agora com a Fúria. Visto que, se observarmos a Seleção espanhola, praticamente encontramos uma combinação de merengues e catalães. Isto é, a melhor geração da história da Espanha é encabeçada por grandes conquistas e nomes, como o trio Xavi, Iniesta e Xabi Alonso, os donos do meio campo da La Liga.
Entre os clubes, de 2006 a 2018, incríveis 10 participações e 8 taças levantadas, sendo a Europa literalmente tomada pelos espanhóis. O Barcelona com seus investimentos na base, o Real abrindo os cofres para trazer os melhores sempre. E desfrutando, também, dos melhores de todos os tempos com: Messi, e sua técnica incomparável, e Ronaldo, com um poder atlético nunca antes visto, no futebol. Em suma, foram bons tempos para a dupla
Agora, o time da Catalunha não conseguiu renovar e, ‘’criar do zero’’, novamente, um grande elenco. Tudo isso, aliado a contratações frustrantes. Já o Real, nunca foi, por essência, um clube formador, mas sempre era certeiro no mercado. Tendo em vista que, hoje, praticamente todas as apostas deram errado e, quando apostas caras falham, é difícil de reverter. Apesar disso, Os Galáticos conseguiram uma La Liga nesse meio tempo, mas só pelo motivo de não existir uma ‘’Juventus’’ por lá.
Nessa quarta, confirmou-se mais um ano sem os dominantes do século, na final da Liga dos Campeões. São três seguidos. Parece pouco, mas assim que começa. Os times, um em crise econômica, o outro, política. A base não rendendo. Os grandes nomes não funcionam. Parece que estou falando da Itália, naquele momento, novamente. Mas, afirmo, com temor e preocupação, que falo dos espanhóis. Cristiano se foi, Messi logo se vai. E com eles, os sonhos de um povo que se acostumou a vencer.
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