Desde a última temporada, o Maracanã tem recebido jogos de Flamengo, Fluminense e Vasco. O Vasco em menor escala, lógico, já que manda grande parte dos seus jogos em São Januário. Contudo, o Cruz-maltino tem pretensões declaradas de mandar mais partidas no Maracanã durante esta temporada – oferecendo São Januário aos rivais para ter o direito de usar o maior estádio do Rio de Janeiro.
Entre os dias 17 e 23 de abril o Maracanã recebeu quatro jogos:
- Terça-feira, 18: Fluminense x The Strongest
- Quarta-feira, 19: Flamengo x Ñublense
- Sábado, 22: Fluminense x Athletico-PR
- Domingo, 23: Vasco x Palmeiras
Após os 360 minutos (mais acréscimos) de jogo disputados, era de se esperar o retorno das discussões sobre o estado do gramado do Maracanã à pauta – e, mais uma vez, de forma negativa.
Durante a última partida que o estádio recebeu na semana, o empate em 2 a 2 entre Vasco e Palmeiras, as péssimas condições do gramado não passaram despercebidas pelos telespectadores nem pelos jogadores. As condições ruins do campo foram alvo de críticas do atacante Artur, do Palmeiras, após a partida de domingo. O jogador, ainda, cobrou um melhor cuidado do gramado: “Quando se trata de Maracanã, o maior estádio, histórico, acho que tinha que cuidar mais um pouco“, disse o camisa 14 alviverde.
E a situação tende a piorar, já que na quarta-feira (26), o Flamengo recebe o Maringá no Maracanã pela Copa do Brasil. Desse modo, serão cinco jogos em 10 dias no estádio. De acordo com informação trazida por Venê Casagrande no jornal O Dia, a empresa que cuida do gramado promoverá uma força-tarefa para tentar deixar o terreno em melhores condições.
A administração do Maracanã
Flamengo, como concessionário, e Fluminense, como interveniente anuente, são co-permissionários do estádio em razão do acordo do Termo de Permissão de Uso (TPU) do Maracanã. Com isso, a dupla Fla-Flu tem a responsabilidade de lidar com as obrigações constantes do TPU, dentre elas: despesas de manutenção, conservação e pagamento da outorga.
Inclusive, até por serem co-permissionários, Flamengo e Fluminense não precisariam pagar para atuar no estádio. Porém, ambos os times pagam um valor por cada jogo que realizam no estádio, representando o que o Complexo Maracanã define como “apenas uma rubrica para fins contábeis” e não propriamente o preço do aluguel do estádio.
Da mesma forma, faz parte das responsabilidades de Fla e Flu o cuidado com o gramado do estádio – e assim tem o feito desde o primeiro acordo de TPU. Entretanto, apesar da instalação de grama híbrida (natural e sintética), o terreno do Maracanã não suporta a carga de jogos que recebe.
Algo que é sabido desde o ano passado já que, até julho de 2022, o Maracanã precisou ser fechado três vezes para tratamentos no gramado castigado. A previsão com o gramado híbrido é de que aguente os 70 jogos por temporada. Entretanto, a carga de jogos é muito pesada e contribui para um desgaste maior do terreno de forma que se torna basicamente impossível manter o gramado pelo tempo que deveria ser mantido.
Um novo consórcio?
Visando buscar mandar mais jogos no Maracanã, o Vasco tem sido vocal em relação aos seus desejos de fazer parte do consórcio que administra o estádio. Sobretudo com promessas de montar uma estrutura capaz de solucionar os problemas do gramado – que são a grande fonte de discordâncias entre o Cruz-maltino e Rubro-Negros e Tricolores.
Para mandar seus jogos no Estádio Mário Filho, hoje, o Vasco precisa da aprovação do consórcio que, quase sempre, é negada sob a justificativa das condições do gramado. Por isso, grande parte das vezes o Gigante só consegue confirmar seus mandos no Maracanã depois de buscar a liminar por meios legais (na justiça).
A renovação do consórcio do TPU do Maracanã está em processo de renovação, com o governo do Rio de Janeiro sinalizando uma sétima renovação do consórcio Fla-Flu. O Vasco, por sua vez, segue fazendo pressão para ser considerado como parte do novo acordo.