Há cada quatro anos, acontece um “boom”: As Olimpíadas. Nesse “boom”, o espírito olímpico de todos os brasileiros se aflora. Com isso, acompanhamos todos os esportes possíveis, para no final, se emocionar com cada história do atleta, guerreiro brasileiro.
Há cada quatro anos, nos emocionamos com medalhas de Piu, Ítalo, Fernando Mayra, Daniel, Rebecca, Bia, Abner; Pedro Barros, Thiago, Bruno, Kelvin, Rayssa, Luisa e Laura; Martine e Kahena. E sentimos a cada revés encontrado.
É impossível fugir das derrotas, elas sempre te alcançam. Mas buscar entender os porquês de cada vitória, derrota, é o caminho. Não se limitando a “venceu todo mundo é bom” e “perdeu ninguém presta”. Algo que acontece muito forte com as jogadoras do futebol feminino.
A partir do momento em que se valoriza todo o processo, tudo que gira em torno do atleta brasileiro, evoluímos. Valorizar apenas chegar nas Olimpíadas não é uma “glamorização da derrota”. Esses atletas possuem algo especial: uma mentalidade que são as exceções de nossa sociedade, por isso estão onde estão.
O Brasil viajou para Tóquio sendo representado por 309 atletas; onde o desnível de investimento se mostra. Desses 309, 231 dependem do Bolsa Atleta: incentivo que existe desde 2004. 131 atletas não possuem nenhum tipo de patrocínio.
E isso não é o que mais assusta. 41 desses 309 fizeram vaquinhas para irem para o Japão.
Por fim, 33 não focam apenas no esporte. Precisando trabalhar em outra profissão, sendo a ‘motorista de aplicativo’ mais citada.
Medalhista de prata em Londres 2012, Esquiva Falcão em 2020/2021 entregava mini pizzas para se manter. Chegando até pensar em vender sua medalha. Após isso viralizar, Esquiva conseguiu fechar um patrocínio de um ano com a Havan. E acabou sendo muito criticado por aceitar o patrocínio, devido a todo viés político do país.
Quando se olha para o lado das mulheres fica ainda mais evidente. Além de serem mais desvalorizadas, a maioria das atletas não possuem patrocínio. O futebol feminino é o principal exemplo de desvalorização financeira.
Antes da partida contra o Canadá, Formiga e Bia Zaneratto publicaram um texto em suas redes sociais. Onde subiram a #presasnos80, mostrando que a média de investimento em times do futebol feminino se iguala ao investimento em um jogador do futebol masculino nos anos 80, cerca de 100 mil reais.
Mesmo sem investimentos e uma valorização igual a outros países, os atletas brasileiros competem e competem muito. É preciso, além de cobrar, assistir, valorizar e falar. Esse é o caminho para irmos evoluindo em todos os esportes. O esporte salva e tira o melhor de nós.
Siga-nos no twitter para ficar por dentro de tudo o que acontece no meio esportivo.