The Magical Messi

O reinado de Lionel Messi chegou ao fim no Barcelona, foram mais de 20 anos com a camisa Blaugrana, entre as categorias de base da La Masia e o time profissional. E durante esse período de dominância absurda, o argentino colecionou incríveis momentos no seu auge interminável de talento e bom futebol.

E com esse texto, nós vamos falar hoje dos momentos mais importantes e marcantes da grande jornada de Lionel Andrés Messi Cuccittini em La Catalunia.

O primeiro Hat-Trick

A carreira do maior jogador da história do Barcelona tinha que ter um importante acontecimento diante seu maior rival. E foi assim que aconteceu. O primeiro Hat-trick da carreira de Messi, justamente diante do Real Madrid, o maior rival do Barcelona. 

Era dia de Superclássico. Um pegado Real Madrid e Barcelona, e que teve como protagonista o jovem de 19 anos. O jogo daquele 10 de Março de 2007 foi marcado pela atuação genial e os históricos três gols do argentino.

O primeiro gol surge em um magistral passe do camaronês Samuel Eto’o, onde Messi definiu a jogada com a canhota no contrapé de Casillas para por o empate momentâneo (1-1).

O segundo, uma boa jogada criada na margem da grande área pelo brasileiro Ronaldinho Gaúcho, deixando dois rivais pelo caminho e acabou em um chute que foi meio rebatido pelo goleiro merengue, mas Messi, atento ao rebote, novamente com um voleio de perna esquerda, empatou novamente a partida.

O terceiro foi o melhor do jogo.  Outra vez para por o empate no placar, desta vez com drible curto, Messi deixou o defensor perdido e colocou a bola no lado oposto ao de Casillas, mostrando a todos a qualidade do jogador que estava surgindo ali, diante os olhos dos torcedores presentes no Camp Nou.

A passagem de manto e da camisa 10 e o gol a la Maradona

Lionel Messi surgiu para o mundo do futebol, de forma efetiva, em 1º de Maio de 2005.

Tudo começou quando o garoto de 17 anos, usando a camisa 30, entrou no duelo difícil diante o Albacete, e marcou um golaço por cobertura na vitória por 2×0.

O gol foi importante não só por ser o primeiro de Messi com a camisa do Barcelona, mas também por ser a passagem de manto e da camisa 10, que na época era de Ronaldinho Gaúcho, o grande ídolo e bruxo da Catalunha. O gol foi com uma linda assistência do brasileiro, que comemorou o gol do jovem argentino, carregando-o em suas costas.

Ainda antes da camisa 10, Messi usou a 19 e fez história ao reeditar o gol do século de Maradona. Na primeira partida das semifinais da Copa do Rei de 2006/07, o Barcelona recebeu o Getafe, no Camp Nou. O placar já marcava 1 a 0 para os donos da casa quando Lionel Messi recebeu passe de Xavi na lateral direita, um pouco atrás da linha que divide o campo, aos 28 minutos do primeiro tempo.

Ao receber o passe, o jovem argentino, pressionado, disparou em direção ao gol, passando por 5 adversários, com dribles curtos e uma condução de bola invejável e impecável, assim como Maradona diante a Inglaterra, na Copa de 1986. A jogada foi finalizada com o gol, que para muitos, é um dos mais lindos da carreira do jogador, que não contente em driblar todos em seu caminho, ainda driblou o goleiro do Getafe.

Porém, Messi só veio a usar a 10 alguns anos mais tarde. Em um amistoso de pré temporada contra o Hibernian, da Escócia, no dia 24 de julho de 2008, era o início da era Pep Guardiola no Barcelona. Os catalães iniciaram aquela era com uma goleada por 6 a 0, com direito a gol de Messi, que dias depois seria oficializado como herdeiro da 10 de Ronaldinho.

UEFA Champions League 2008/09

Com certeza, o início da jornada de Messi nos holofotes mundiais se passa, e muito, pela primeira UCL conquistada dentro de campo e como o camisa 10 do Barcelona. O jovem jogador já havia sido campeão da prestigiada e mais importante competição de clubes do mundo, na temporada 2005/2006, mas nessa ocasião, o jogador estava no banco.

Mas a temporada 2008/09 era diferente. Como já dito, era o início da Era Guardiola no Barcelona, além de ser o início da era Messi com a camisa 10 blaugrana. Para além de ser a temporada histórica, foi a única final até hoje, entre Messi e seu arquirrival, o português Cristiano Ronaldo.

Naquela ocasião, Cristiano era o atual melhor jogador do mundo, e detinha o título da UEFA Champions League da temporada anterior, com o seu lendário Manchester United, comandado por Sir Alex Ferguson. Era o primeiro e mais importante embate entre ambos os jogadores, o duelo que certamente marcaria a rivalidade pra sempre.

Em um difícil jogo, o Barcelona abriu o placar com linda jogada de Samuel Eto’o pela direita, ainda no primeiro tempo.

Porém, o ápice do jogo certamente foi o segundo gol dos espanhóis. Em jogada de bola levantada na área por Xavi, aconteceu um dos gols mais antológicos da vida de Lionel Messi.

Subindo alto (para alguém de apenas 1,69), o pequeno gigante acertou uma das poucas cabeçadas de sua carreira, em um gol q deixou o gigante holandês Edwin Van Der Sar paralisado e atônito ao que estava acontecendo em sua frente.

Era o lance mais incrível do jovem jogador, o gol do título mais importante sobre seu o time de seu maior adversário, e o início de sua era como o Melhor jogador do Mundo.

Semifinais UCL 2010/11 e o histórico ano de 2012

Durante o quadriênio entre 2009 e 2012, Messi estava em sua forma mais aclamada. Na época, o jogador era imparável, o melhor de todos. Conquistando 4 prêmios de melhor do mundo seguidos, o primeiro a conquistar 4 Baloon D’or na história, e de forma consecutiva.

Mas existem dois fatos extremamente importantes e impactantes nesse período.

O primeiro, é a histórica semifinal de UEFA Champions League na temporada de 2010/11. O destino quis que um dos confrontos fosse o maior clássico do mundo. Em um Real Madrid x Barcelona, o argentino se firmou como o rei do clássico.

Mas o duelo mais memorável desse embate, foi certamente o jogo no Santiago Bernabéu.

O jogo foi um verdadeiro recital de Lionel Messi. Com direito aos dois gols na vitória por 2×0, o segundo gol trouxe o estádio abaixo. Ovacionado por todos, Lionel pegou a bola no meio de campo e disparou em direção ao gol, deixando grandes adversários pelo caminho, e tirando a bola totalmente do gigantesco Iker Casillas. O pequeno gigante carimbava ali, a passagem para mais uma final, com o melhor time do século, na visão de muitos fãs do esporte bretão.

Não podemos deixar de falar também do magnífico ano de 2012 na carreira de Lionel Messi, onde o jogador bateu o recorde de gols em um ano, com 91 tentos. Superando o lendário 9 da Alemanha, Gerd Muller.

É uma marca tão histórica, que será impossível superar, por pelo menos muitas décadas.

2015 e o trio MSN

Como falar dos melhores momentos e mais impactantes, sem citar o histórico trio MSN e a campanha do triplete de 2015? Definitivamente, dentre todos os companheiros de ataque na história, Messi teve a maior sincronia e sinergia com seus compatriotas sul-americanos. O Uruguaio Luís Suarez e o brasileiro Neymar Jr.

Mas, para encurtarmos o nosso tempo, existe uma maneira de reduzir todo esse período em apenas um lance que entrou pra história. Aquele gol diante do Bayern de Munique na semifinal da UEFA Champions League de 2014/15, quando Messi recebe a bola um pouco depois do meio de campo, e avança em direção ao gol.

Pela direita do campo, o argentino se encontra com o alemão Jérôme Boateng, que para Messi, acabou sendo só mais um em seu caminho, e que sucumbiu diante tamanha magia.

Em um lance de outro mundo, Messi parece que havia desligado a energia do zagueiro, que despencou feito nada no campo, e abriu espaço pro camisa 10 seguir em direção ao gol que marcaria com uma cavadinha, deixando o melhor goleiro do mundo sem reação, e outros jogadores dentro do gol, que tentaram evitar aquela pintura, mas graças ao bom destino, falharam e deixaram o lance ainda mais impressionante.

O lance era um retrato falado do futebol de Messi. Imparável. Indomável. Genial. Fora de série. Coisa de outro mundo.

Gol de número 500 e 600

Mais uma vez o destino quis que Messi fizesse história, novamente, diante do Real Madrid.

Era uma briga acirrada pelo topo da La Liga, uma vitória deixaria o Barcelona com a liderança. E para isso, o gênio da camisa 10 teria que decidir.

Em uma partida recheada de golaços, o primeiro gol foi do argentino. Em um lance clássico, onde ele passou como quis pela zaga merengue, Messi deixou a bola morrer no canto direito do goleiro, e empatou a partida para os catalães.

Mas o destaque do jogo é certamente o 3º gol do Barcelona, que decretou a vitória por 3×2.

Com passe em profundidade do croata Rakitic, o espanhol Sergi Roberto disparou pela esquerda do campo, e ao chegar próximo a linha de fundo tocou para Jordi Alba, que cruzou rasteiro para trás, onde a bola encontrou os pés mágicos de Messi, e foi morrer no único espaço entre as mãos do goleiro Navas e a trave. A bola passou por um espaço inimaginável e foi parar dentro do gol.

Vitória no último lance do jogo. Virada espetacular de Lionel Messi, e estava lá, o seu gol de número 500.

500 vezes Lionel Messi, e quis os deuses do futebol que fosse diante o Real Madrid, no último minuto de jogo, e com a bola decisiva da vitória.

O lance deixou o estádio em completo estado de euforia e êxtase. Era magnifico. Mais magnifico ainda, era a comemoração de Messi diante seus torcedores. Como um mago, o jogador segurou sua camisa com apenas uma mão, onde ela ficou estendida para a torcida com seu nome e número. Messi, o 10. Ali estava ele, para mostrar ao mundo que ele ainda reinava e que ainda era Lionel Andrés Messi, o melhor jogador do século.

A imagem de Messi com sua camisa estendida entrou pra história, sendo sua maior imagem, na visão de muitos.

Assim como o seu gol de número 500, o sexcentésimo gol do argentino também foi algo fora de série.

Semifinal da Champions League 2018/19. As coisas não iam bem para o Barcelona, porém o time alcançou as semis diante do poderosíssimo Liverpool.

Em falta fora da área, lá estava ele. O argentino que encantava o mundo. E ali, ele encantou a todos novamente.

Uma cobrança perfeita, que fez o goleiro brasileiro Alisson esticar-se no limite, e os gigantes da zaga dos Reds pularem na barreira. Porém ninguém teve sucesso em parar a obra de arte que esta sendo pintada no Camp Nou.

Era mais um recital de Lionel Messi em mais uma noite de Champions.

O fim de uma era

Messi finalmente chegou ao final de sua jornada com a camisa do clube catalão. Foram mais de 15 anos no time principal do Barcelona. 15 anos desfilando sua magia e talento no Camp Nou, que pode acabar virando o estádio de Lionel Messi no futuro.

O fim q ninguém imaginava para o ET da Catalunha, se torna agora, um novo início pra histórica equipe parisiense. Messi ainda tem muito a que mostrar ao mundo, porém, agora, num novo palco. O estádio Parque dos Príncipes, na iluminada e romântica Paris, está pronto para receber o rei do futebol no século 21. O mundo do futebol está pronto para ver Messi atuando com as cores do PSG, e o clube parisiense está pronto para ter a sua Era Messi.

Lionel deve estrear pelo PSG nesse fim de semana, diante o Reims, pela Ligue 1, o campeonato nacional francês. E o jogador está pronto para o início de um novo reinado.

 

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