Guerra no Gigante

O Cruzeiro, no ano do seu centenário, joga a segunda Série B de sua história e de maneira consecutiva, numa campanha melancólica e repleta de erros, a maioria deles repetidos do ano anterior, onde a cúpula bancou suas patacoadas, ao invés de fazer o simples, como a torcida sempre sugeriu.

A permanência de Deivid após o ano anterior e a contratação de Rodrigo Pastana foram alguns dos equívocos, assim como a constante troca de comando técnico na equipe e insistência em peças que não têm mais a capacidade de entrega, foram fatores determinantes para que o Cruzeiro, na reta final da Serie B do ano do seu centenário, fosse brigar contra o rebaixamento para a Série C de 2022.

Na 34ª rodada, a equipe mineira se encontra na 11ª colocação com 43 pontos, a cinco pontos do 16º e 17º último fora e o primeiro dentro do Z4, Brusque e Londrina, que se encontram com 38 pontos, todos ainda na luta contra o rebaixamento e o Cruzeiro a dois pontos da teórica pontuação de segurança de permanência, mas que os especialistas da UFMG divulgaram, através de reportagem no GE, que seria de 47 pontos nesta Série B.

Correndo contra o tempo

O final da rodada 33 da segundona, havia sido desastrosa para o Cruzeiro, deixando a Raposa apenas a dois pontos do Z4 tendo que enfrentar Londrina, Brusque e Sampaio, todos na luta contra a terceirona, cenário desastroso e catastrófico, cenas de terror que fizeram os cruzeirenses se mobilizarem, levantarem tags e criarem formas de apoio ao seu time de coração nesta situação tão complicada e o clube mineiro deu sua primeira resposta na sexta passada, 05/11, vencendo o Londrina fora por 1×0 e respirando um pouco mais aliviado.

Em meio a estas ideias e insights, Samuel Venâncio, setorista que cobre a Raposa e muito querido da torcida estrelada nas redes sociais, sugeriu em um post no Twitter que o jogo de terça, 09/11, contra o Brusque, adversário direto na luta contra o Z4, fosse no Mineirão e com ingressos a preços populares, para que a sinergia cruzeirenses + Mineirão, que deu tão certo, trouxe tantos títulos e glórias ao longo desses 100 anos, também pudesse ajudar o Cruzeiro a permanecer na Série B, ainda mais agora com a SAF aprovada, onde em 2022 o clube mineiro teria investimentos mais agressivos e planejamento mais consistente visando um ano menos conturbado e com o acesso como meta real, coisa que não aconteceu nos anos anteriores e que, com o Clube na Série C, seria um desastre, podendo até colocar em dúvida a continuidade das atividades.

O Cruzeiro, que dias atrás trocou seu Head de Comunicação coincidentemente numa semana de diálogo com o torcedor e ideias oriundas das redes sociais, estudou as possibilidades com o Mineirão e bateram o martelo, a guerra contra a Série C vai ser no Mineirão e com preços populares. A torcida abraçou a causa e, esgotou os setores abertos para esta partida no Gigante da Pampulha, que só poderá contar com um público de 35 mil, em que a torcida quer lotação máxima, mas devido ao tempo hábil operacional, provavelmente não irá abrir o setor laranja. Os 35 mil torcedores que esgotaram as cargas dispostas, prometem fazer pulsar o estádio que em tantas oportunidades viu o clube mais vitorioso de MG triunfar e levantar taças, agora precisa virar um território hostil para o Brusque, que está na 16ª colocação, a uma posição do Z4 e se, o Cruzeiro o vence terça, chega aos 46 faltando mais três jogos, seria um ponto a mais que os 45 de segurança e um a menos que a pontuação apontada pelos especialistas.

Apoio de quem sempre amará

Esta guerra de terça vai ganhando mobilidade nas redes sociais, fila nas bilheterias, travou o site do Sócio e a cada dia o Cruzeiro comunica ao seu torcedor a abertura de mais setores para o torcedor comparecer, mesmo com pandemia, campanha abaixo da expectativa e crise financeira, o torcedor vai fazendo sua parte e o jogo tem tudo para ser um dos maiores da história do clube no Gigante, que já foi palco de jogos imensos, recordes de público como em outrora, a final do Mineiro 1997 e há quatro anos atrás a final da Copa do Brasil, viu finais de Libertadores, teve a maior média de público de um torneio internacional, no caso a Supercopa 1992 e teve o maior público de um Mundial, naquele Cruzeiro 0x0 Bayern de Munique em 1976.

Cabe ao torcedor, que é o verdadeiro dono desta instituição centenária e gigantesca se armar para a guerra, como fez em 2019, quando fez Wagner Pires e sua chapa renunciarem. É colocar sua farda, preparar sua voz, levar família, amigos e ter o espírito de que precisa carregar o time para a vitória, pois só ela interessa para que o clube possa comemorar mais festas e levantar mais taças como foram no decorrer dos primeiros 98 anos de existência do Gigante, que foi tão maltratado e destruído por gestores irresponsáveis e incompetentes.

 

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