Após o fim das negociações com Jorge Jesus, a Diretoria do Flamengo optou por tratar a novela como página virada. A prova disso é a contratação de Paulo Sousa, divulgada pelos jornais portugueses na última semana. Sendo assim, mais alguns detalhes minuciosos aguardam para o anúncio oficial do novo técnico, que deve ser feito no começo de janeiro.
Apesar de não ter sido o principal foco da Diretoria, Paulo Sousa mantém contato com os dirigentes desde o fim da era Jesus, em 2020. O desejo de comandar o Flamengo sempre foi um querer do Mister, que se dispôs até mesmo a pagar a multa rescisória do seu contrato atual de € 300 mil, com a Seleção da Polônia. Mesmo com a paixão e admiração platônica de Sousa com o Fla, a torcida não está contente com a escolha de Braz, que sonhava com o retorno de Jorge Jesus.
Um dos principais fatores que ocasionou a insatisfação da torcida com a nomeação de Paulo Sousa, além da quebra de expectativa, é a falta de conhecimento de trabalhos expressivos do técnico. Sendo assim, o Na Beira selecionou as fundamentais informações sobre Sousa e sua proposta para o Flamengo.
Comissão técnica recheada
Diferente dos últimos comandos do Flamengo, desta vez, Paulo Sousa chega ao clube carioca com uma equipe de seis membros. Anteriormente, com Domènec, Ceni e Renato, apenas os auxiliares acompanharam a passagem dos técnicos no Fla. Sendo assim, veja a comissão completa do novo treinador:
- Manuel Cordeiro (treinador adjunto)
- Victor Sanchez (auxiliar técnico)
- Paulo Grilo (treinador de goleiros)
- António Gomez (preparador físico)
- Lluis Sala (preparador físico)
- Cosimo Cappagli (analista)
Tática: o famoso 4-2-3-1
Sousa é conhecido por utilizar uma formação atual, que é aplicado em ligas de todo o mundo: o sistema 4-2-3-1. Composto por uma linha de 4 defensores e 5 meio campistas, sendo dois deles mais defensivos, a formação impõe um ritmo didático dentro de campo. Imaginando o cenário Rubro-negro, a possibilidade de obter essa formação no time é uma das maneiras de sanar o problema das laterais, que são facilmente interceptadas pelas equipes adversárias. Além disso, as saídas de bola seriam ainda mais valorizadas, principalmente com Arão, oferecendo mais liberdade a criação da linha de 3 homens na frente.
Além da formação, Paulo Sousa impõe um estilo de jogo caricato, que é uma marca carimbada. Como aconteceu no Basel, em 2014, em que desmontou as predefinições do último técnico que comandou o clube, e firmou suas características de liberdade nas laterais, a marcação-pressão e a valorização da posse de bola, vencendo logo mais a Superliga Suíça. Ou ainda na Fiorentina, que planejou a formação fluída, fazendo assim com que o time evitasse as jogadas previsíveis.
Títulos
No total, Paulo Sousa conquistou cinco títulos ao longo de sua carreira como técnico, sendo eles:
- Taça da Liga da Hungria, pelo Videoton (Temporada 11/12)
- Supertaça da Hungria, pelo Videoton (Temporada 11/12)
- Liga Israelense, pelo Maccabi (Temporada 13/14)
- Taça Israelense, pelo Maccabi (Temporada 13/14)
- Campeonato Suíço, pelo Basel (Temporada 14/15)
O treinador português ainda defendeu a Fiorentina, da Itália, Tianjin Tianhai, da China, e Bordeaux, da França, além da seleção da Polônia, onde está atualmente, mas não conquistou novos títulos.
Retrospecto
Apesar de pouco conhecido no Brasil, o trabalho de Paulo Sousa é reconhecido no futebol europeu pelo seu perfil discreto. Com isso, seus números apresentam um total de 442 jogos, sendo 205 vitórias e 124 derrotas. Seu trabalho de mais valia é com o Videoton, no qual conquistou dois títulos em ligas mais poderosas, porém é válido destacar suas atuações na Fiorentina e no Maccabi. Em um do seus pontos fortes, está a habilidade em detectar novos jogadores talentosos, como ocorreu na Fiorentina, que revelou nomes como Chiesa e Bernardeschi, atuais campeões da Eurocopa 2020. Na Seleção da Polônia, começou com pé direito, com recorde de 37 gols em apenas um ano, reverenciado pelo capitão da seleção, Robert Lewandowski.