Nos acostumamos com um jogo onde muitas vezes quem está debaixo das traves leva a culpa por algo ter saído fora do planejado. Mas nem sempre é assim. Nem sempre o erro parte de quem esperamos. Principalmente ao se tratar de um ídolo, de uma história.
O desrespeito histórico
A saída mal anunciada de uma das imagens mais emblemáticas de um clube mineiro acaba revelando as rusgas de uma má gestão. O clube empresa chega prometendo mundos e fundos mas, na primeira oportunidade, quebra a confiança de quem mais deposita fichas e rende lucros para esta história. Ou seja, foca na condução profissional e se perde no meio do caminho ao deixar de lado a condução humana.
Todo Cruzeiro necessita de uma âncora e Fábio cumpriu muito bem este papel. Não foi capaz de parar o momento em que o clube colide com um dos maiores icebergs já vistos em alto mar, mas impediu que afundasse. Impediu que o Cruzeiro, hoje, fosse apenas restos encontrados no fundo de um oceano esquecido.
Um final injusto
Faltou respeito, gratidão e profissionalismo – que tanto pregam. Assim como isso tudo também faltou, no mesmo dia, com um goleiro que um dia pode se tornar um Fábio. Tomate estava tendo um dia daqueles em que ninguém da plateia pensa em arremessar uma fruta sequer em direção ao protagonista, mas mesmo assim, foi atingido por uma decisão minimamente questionável por parte do próprio mentor.
O espetáculo consistia em segurar um 0 a 0 heroico com um integrante a menos diante do Atlético-MG mas, como todo show conta com um momento de maior tensão, pênalti para a equipe adversária e a chance de arrancar aplausos altos de quem ali estava. Mas o “clímax” ficou por encargo do treinador do clube acreano. Ao substituir Tomate naquele instante, substituiu também todo um período de trabalho dedicado exatamente para aquele ‘Gran Finale’.
Quem tem a função de não deixar passar nenhum problema, acabou precisando deixar passar como verdade a mítica frase que diz que goleiro é uma posição ingrata.