Nem tudo, nem nada: Santos e Cuiabá saem do confronto com 1 ponto para cada lado

O Peixe ficou somente no 0x0 contra o Dourado, dentro de casa, nesse confronto que era importantíssimo para se afastar do Z4

Nesta quinta-feira (01), o Santos recebeu o Cuiabá na Vila Belmiro, em um jogo válido pela 32ª rodada do Brasileirão, com um jogo muito morno tecnicamente falando, que gerou um empate amargo. A partida foi bem ruim, principalmente pelo desempenho abaixo dos dois times, que precisam vencer para dar uma respirada e atingir seus objetivos na temporada – para o Santos, a permanência na Série A, e para o Cuiabá, a vaga na Sul-Americana.

Entretanto, os dois times tinham motivos ‘parecidos’ para brigar pela partida, já que o Peixe brigava por 3 pontos que o afastariam do Z4 – se encontra a 1 pontos do Cruzeiro, que tem 37 pontos com um jogo a menos, inaugurando a zona da degola -, enquanto o Cuiabá visava se afastar mais ainda do Z4, mas mirando no seu objetivo que era a Sul-Americana. Até por isso o Dourado saiu mais contente com o empate fora de casa do que o Santos. Vale ressaltar que seu adversário direto, Vasco, venceu o Clássico da Amizade no Rio de Janeiro e saiu da zona de rebaixamento.

Primeiro tempo

Santos
Soteldo e Mendoza não conseguiram fazer uma boa partida – Foto: Raul Baretta/Santos FC

Mesmo com o placar estagnado no 0 a 0, com ‘poucas’ finalizações e desfalques crucias no seu meio de campo – os volantes Raniele e Lucas Mineiro estavam ausentes da partida-, o Cuiabá conseguiu ser superior taticamente e tecnicamente ao Santos. O técnico do Dourado resolveu vir com o Fernando Sobral – já titular em outras oportunidades – e o Allyson, para tentar manter o esquema de jogo. O seu elenco estava armado num 4-3-3 relativamente ofensivo, com o Deyverson sendo um 9 bem móvel, recuando para ajudar na armação do jogo no meio de campo, com apoio dos dois pontas espetados, Jonathan Cafu e Clayson.

Já em relação ao Peixão, o técnico Marcelo Fernandes teve que utilizar o lateral direto João Lucas, ex Flamengo, no lugar de Lucas Braga, que foi desfalque para essa partida. O atleta de 25 anos foi bastante acionado na partida, principalmente quando o assunto era saída de bola.

Cuiabá já começou o primeiro tempo melhor, com uma boa oportunidade já aos 23 minutos com o Clayson pela esquerda, em uma bola roubada no meio de campo. Deyverson ficou no meio da área pedindo a bola, mas o Clayson optou pela finalização que não resultou em gol.

João Lucas teve algumas oportunidades de cruzar para área em alguns ataques, mas errou e começou a se hostilizado – vaiado – pela sua torcida, por erros individuais. Em defesa do jogador, o Santos estava com uma dificuldade enorme em construir o jogo e ficava rodando a bola de um lado para o outro, esperando que milagrosamente iria aparecer uma brecha, mas como o Cuiabá estava bem postado, restava tocar para o João Lucas criar o jogo pelo lado do campo, mas sem o apoio dos jogadores de meio para dar opção de um tabelinha ou triangulação, ficava difícil pro lateral direito trabalhar.

Outro problema do Santos era perder a bola e não reagir imediatamente perante a isso. Ao perder a posse – que terminou 62% a 38% pro Peixe -, o Peixão não pressionava alto para tentar recuperar ‘instantaneamente’, muito menos se postava de uma forma defensiva segura para bloquear o contra ataque cedido, por isso o Cuiabá conseguia jogar com muita facilidade pelo meio, inclusive, o Deyverson teve muita liberdade para buscar a bola no meio como ele gosta, e gerar cruzamentos ou bons passes.

Soteldo era uma das principais armas do Santos, principalmente tentando armar contra ataques rápidos. Porém o Alvinegro Praiano se demonstrava um time muito pobre ofensivamente. Não encontrava passes de qualidade para quebrar as linhas do  Dourado, que por sua vez foi melhor. Mesmo quando o Santos chegava para atacar, era tão desorganizado e com tão pouca gente na área, que o ataque era sempre em desvantagem no número de marcadores – geralmente era o Soteldo armando em velocidade contra 3 defensores. No geral, Cuiabá atacava melhor e se defendia melhor.

Cuiabá conseguiu fazer uma primeira etapa melhor, mas mesmo assim deixou muito a desejar. Partida bem morna nesses primeiros 45 minutos, bem apáticos das duas equipes, que parecem estar eufóricas e receosas.. Talvez, essa cautela em excesso possa ser pelo cenário em que as duas equipes se encontram, de jogar valendo 3 pontos que podem o afastar do Z4 e traças objetivos maiores para a próxima temporada. Jogo muito importante para ambas.  As duas equipes muito tensas com o desenrolar da partida e sempre muito cuidadosas com o jogo, até pelo cenário em que as duas equipes vivem, de tentar se afastar do Z4 e traças objetivos maiores pra próxima temporada.

Primeiro tempo de poucas finalizações – apenas 4 para o Cuiabá (0 no gol) contra 2 do Santos (0 no gol) -, que terminou com o técnico Marcelo Fernandes muito insatisfeito com o seu time e, ainda no primeiro tempo, disse que ia modificar o time pro segundo tempo, pois o elenco estava muito espaçado e sem opções de passes. Mandou seus atletas aquecerem.

Segundo tempo

Santos
Deyverson, centroavante do Dourado, teve bastante liberdade para jogar – Foto: Divulgação Cuiabá

Visando povoar o meio de campo – para suprir o problema que enfrentou no primeiro tempo de muitos espaços entre os jogadores -, o professor Marcelo Fernandes começou a segunda etapa com Nonato e Maxi Silvera no lugar de Lucas Lima e Mendoza – que fez uma péssima partida.

Santos voltou para a segunda etapa pior, sem encaixe de marcação principalmente pelo lado direito. Já o Cuiabá foi gostando do jogo, pois está marcando na entrada da área do Piexe, roubando boas bolas devido essa pressão alta. Até por isso o Fernando Sobral tem caído pelo lado direito para forçar essa brecha no adversário.

O lateral João Lucas continuou sendo muito vaiado e hostilizado pela sua torcida – seu desempenho, inclusive, reduziu bastante conforme as vaias -, saiu e entrou o Junior Caiçara, lateral direito que foi contratado na janela do meio de ano. A intenção agora era ter uma saída de bola melhor e aproveitar a liberdade que o Maxi Silvera teria.

Santos começou a se abrir mais justamente pela sua situação dramática no Campeonato Brasileiro – pode voltar para o Z4 em caso de vitória do Cruzeiro, que tem um jogo a menos -, e passou a ceder contra ataques ao Dourado, que por sua vez era tudo que queria desde o início da partida. Boas oportunidades para o Cuiabá.

Aos quase 80 minutos, o Soteldo foi substituído para entrada de Julio Furch e a torcida detestou a substituição, principalmente pela boa partida que vinha fazendo o venezuelano, sendo inclusive o único que rendia na partida por parte do Santos. Estavam em campo, então, Maxi Silvera, Julio Furch e Marcos Leonardo. 4-4-2 com ML e Maxi lá na frente. O Peixão estava pelo tudo ou nada, sabendo da importância da vitória.

O português Antônio Oliveira mexeu bastante no seu time também, colocando dois sangue novos pelas laterais, Wellington Silva e Derik Lacerda, para explorar mais o Santos. Mais tarde, aos 76 minutos fez um pacotão de substituições, colocando Filipe Augusto, Isidro Pitta – centroavante que marcou o gol da vitória contra o Botafogo) e Patric Calmon. Saíram Deyverson, Denilson e Clayson.

O Marcelo Fernandes mexeu muito mal. Resolveu, nos minutos finais do segundo tempo, tirar Jean Lucas – que mesmo não fazendo uma boa partida, é daqueles jogadores que pode resolver a partida em um único lance – e colocar o Dodi. Tirou todos os jogadores que podiam ter alguma reação e dar a vitória pro Peixe. Péssima ‘atuação’ do técnico do Alvinegro Praiano.

Jogo quente até o último segundo, com o Peixe bem desorganizado, tentando chegar no gol e marcar a qualquer custo, o famoso “Ou tudo, ou nada”. Enquanto o Cuiabá não se arriscou tanto, jogando, exclusivamente por aquele 1×0 ‘chorado’, num contra ataque ou falha do Santos.

Minutos finais do jogo, o Santos conseguiu ser ‘melhor’ do que o Cuiabá, se esforçando mais e tendo chances melhores. Santos dando a vida sabendo que o Vasco venceu o Clássico da Amizade e saiu do Z4. Mas no geral, o jogo mereceu ser 0x0, pois o Santos muito desorganizado e errando tudo (mal tecnicamente), enquanto o Cuiabá parecia se conter com o empate no segundo tempo, jogando muito pouco. Se queria o “Tudo ou Nada”, infelizmente ou não, ficou com “Nem tudo, nem Nada”. 1 ponto para cada lado.

Melhor da partida

Em mais uma excelente partida, o craque da partida, ‘eleito’ pela comentaristas da Rede Globo (Premiere), foi o Alan Empereur. Prêmio justíssimo para o jogador que fez uma partida segura e regular na parte defensiva, e ajudou o Cuiabá a não sofrer gols. O zagueiro tem se mostrado importante para o técnico Antônio Oliveira.

Menções honrosas para centroavante Deyverson, que participou bastante do jogo no primeiro tempo, mesmo sem marcar gols. Denílson, Jonathan Cafu e Fernando Sobral – que tinha a difícil missão de substituir o Raniele e o Lucas Mineiro – merecem ser lembrados pela partida que fizeram no meio de campo do Dourado. Por parte do Santos, não houveram boas atuações, no máximo, talvez, o goleiro João Paulo por não ter sofrido gols.

Próximos compromissos de Santos e Cuiabá

Por fim, o Santos volta a campo na próxima quinta-feira (09), para ir visitar o Goiás, no Estádio da Serrinha, pela 33ª rodada do Brasileirão. O Santos não terá jogo fácil, principalmente por ser um confronto direto, o famoso ‘jogo de 6 pontos’, com um adversário que está no Z4 brigando firme para não cair. Todo cuidado é pouco para o Peixão. Jogo acontece às 19h, horário de Brasília.

Por outro lado, o Cuiabá visita o Bahia na Itaipava Arena Fonte Nova, também na quinta-feira (09), às 20h, para mais um jogo dificílimo em busca dos 3 pontos nessa reta final de campeonato, contra um adversário da ponta de baixo da tabela.

você pode gostar também