Nesta quinta-feira (09), o Goiás recebeu o Santos no Estádio da Serrinha, em um jogo válido pela 33ª rodada do Brasileirão, com um jogo muito fraco tecnicamente falando, que gerou uma virada épica do Santos nos minutos finais. A partida foi bem ruim, principalmente pelo desempenho abaixo dos dois times, que precisavam vencer para dar uma respirada na ponta de baixo da tabela.
O Peixe brigava por 3 pontos que o afastaria do Z4 por 4 pontos e, além disso, o fizeram colar – temporariamente – no primeiro adversário com vaga na Sul-Americana, o Internacional (13°). Já o Goiás se colocou numa situação muito mais delicada do que já era antes dessa derrota, somando agora 35 pontos em 33 jogos e ocupando o 18° lugar, mas com seu adversário de cima, Cruzeiro, com dois jogos a menos e 37 pontos. As chances do Esmeraldino escapar do rebaixamento vão ficando cada vez mais impossíveis.
Primeiro tempo
O placar estagnado no 0 a 0 foi mais do que justo para definir o que foi esse primeiro tempo entre Goiás e Santos. Dois clubes que não estão nas melhores situações possíveis – pelo contrário -, e fizeram uma partida que desanima qualquer telespectador de voltar para assistir o segundo tempo. O técnico Armando Evangelista veio com o Morelli e repetiu o Raphael Guzzo, autor do gol da vitória contra o Coritiba na última partida.
Já o Santos de Marcelo Fernandes resolveu optar pela volta do Lucas Braga na lateral direita no lugar de João Lucas – extremamente criticado e vaiado no último jogo na Vila Belmiro -, Nonato no meio de campo como ‘meia armador’, substituindo Lucas Lima e aquele famoso esquema tático de 4-4-2 ofensivo com dois atacantes, sendo Marcos Leonardo – o artilheiro do time – e o Maxi Silvera – uruguaio que precisa se provar ainda no clube.
O Goiás começou melhor no jogo, tanto que o João Paulo teve que fazer duas boas defesas para salvar o Santos de começar atrás no placar. O Esmeraldino estava aproveitando muito a liberdade de marcação (ausência dela, na verdade) que o lateral Maguinho estava tendo pelo lado direito do campo, que estava sempre recebendo a bola sozinho e infiltrando com tranquilidade. O Peixe estava com dificuldades em definir quem faria essa marcação do Maguinho.
O Peixão estava muito abaixo nessa primeira etapa, com dificuldades na saída de bola devido a falta de qualidade do Rodrigo Fernandéz para desempenhar tal função. Além disso, a quantidade enorme de erros técnicos atrapalhavam muito o desenrolar da partida.
Esse exagero de erros técnicos ‘bobos’ de ambas equipes se deve, principalmente, à ansiedade dos dois times pela situação vivida no Campeonato Brasileiro – o Esmeraldino precisa pontuar para tentar sair do Z4, enquanto o Peixão não planeja voltar a ocupar a zona de rebaixamento.
Goiás saindo muito mais pro jogo, vide o fato de estar jogando em casa, a situação pior na tabela do que o Santos, e a liberdade que o adversário está permitindo. Já o Peixe foca em chegar de forma inteligente a meta adversária, acionando o Marcos Leonardo, mas não conseguiu fazer muito disso no primeiro tempo.
Santos até teve um excelente contra ataque nos minutos finais, mas o Jean Lucas dominou a bola de canela, que se afastou do corpo e deu margem para o Anderson cortar o lance. Jogo muito ruim nesse primeiro tempo, os dois times vem mal tecnicamente e desorganizados, tentando tudo de qualquer jeito.
A estratégia do Alvinegro Praiano era, claramente, jogar no erro do Goiás, enquanto o Esmeraldino saia mais pro jogo e tentava criar mais. Porém, além do chute do Maguinho nos começos inicias, o Goiás não criou mais nada. Não faltou vontade e disposição, mas parte técnica muito abaixo dos dois times.
Segundo tempo
Segunda etapa começou com um jogo um pouco mais interessante que o primeiro tempo, com o cenário da partida se alterando um pouco, dessa vez o Santos se expôs mais. Porém, a equipe esperava muito do Messias e Joaquim no quesito armação de jogo, mas só saíam chutões.
Até o Jean Lucas, que era o cara do meio de campo do Santos na temporada – com atuações brilhantes em muitos jogos, mandava e desmandava com a camisa 8-, tem feito atuações muito abaixo nos últimos jogos, mas nessa partida estava além, errando tudo que tentava e sempre tendo as piores decisões.
Individualmente o Peixe tinha muitos jogadores abaixo do que podem entregar, como o Kevyson por exemplo, que sempre que recebia livre para tentar o cruzamento, botava muita força e estragava o ataque. Até por isso, a demora do técnico Marcelo Fernandes em fazer alterações no seu time era bem questionável.
Aos 18 minutos do segundo tempo entraram Palácios, Dieguinho e Vinícius – que era cotado como titular – no Goiás, e saíram Allano, Guilherme e Anderson Oliveira, ou seja, desmontou todo o ‘trio de ataque’.
A segunda etapa estava tão ruim quanto a primeira, apesar de alguns lances mais ofensivos e mais finalizações. Mas o que surpreendia mesmo era a péssima noite, tecnicamente falando, de alguns jogadores de ambos os times. As alterações do técnico Armando Evangelista até surtiram os efeitos que ele planejava, e o Goiás até deu uma melhorada.
Porém, substituição efetiva mesmo veio aos 84 minutos, na equipe do Santos, quando entrou Julio Furch no lugar de Jean Lucas, um atacante de área, um atacante de ofício. Conhecido como o herói da virada, por já ter feito gols na virada contra o Grêmio e contra o Bahia, dessa vez era um herói provável para a partida.
Em um escanteio cobrado por Lucas Lima – outro jogador que entrou no segundo tempo – aos 87 minutos, Joaquim desviou a bola no alto, que sobrou pro ‘El Imperador’, Julio Furch, fazer mais um gol decisivo em sua carreira, que abriu o placar para o Santos na Serrinha. Jogador iluminado. O Goiás até tentou reagir no finalzinho do jogo, mas o caixão já estava fechado e o Peixão segurou muito bem o resultado.
Vale ressaltar como o técnico Marcelo Fernandes foi crucial para a vitória hoje. O treinador teve culhão de colocar 3 atacantes no segundo tempo – Marcos Leonardo, Julio Furch e Mendoza -, colocou o Lucas Lima e claro, colocou o ‘El Imperador’ em campo para decidir a partida. Muita personalidade do treinador, que mostra como o Santos quer escapar do rebaixamento, pois foram 3 pontos importantíssimos.
Mesmo jogando muito mal, o Santos conseguiu sair com o que importava, que eram os 3 pontos que o afastariam ainda mais do Z4. Já para o Goiás, a derrota dentro de casa afunda o time cada vez mais na zona da degola. Situação complicadíssima para o clube Esmeraldino.
⏱️ FURCH TIME! pic.twitter.com/GPWNRXOFgy
— Santos FC (@SantosFC) November 10, 2023
Melhor da partida
Sem dúvidas alguma, o craque da partida, por unanimidade, é o argentino Julio Furch, ‘El Imperador’. O atacante entrou aos 84 minutos e com apenas 3 minutos em campo ele resolveu toda a partida. Ele é aquele jogador que não precisa de muito para resolver, atacante nato, de ofício. Um time na situação do Santos precisa de jogadores assim, que tragam a vitória em jogos como esse, em que o time não jogou bem, mas o que importa sempre serão os 3 pontos no final.
Menções honrosas para o zagueiro Joaquim, que tem feito boas partidas pelo clube e se firmado cada vez mais no elenco, pro Marcos Leonardo, que é uma jóia do clube e fez uma boa partida hoje e pro Lucas Lima, que entrou muito bem nesse segundo tempo. Do lado do Goiás, o maior destaque talvez vá para o lateral direito Maguinho, que no começo estava aproveita bastante os espaços, e pro zagueiro Lucas Halter, que é sempre bem participativo.
EL EMPERADOR DEL GOL! 🤴🏼⚽️ pic.twitter.com/3TrbOWiVWd
— Santos FC (@SantosFC) November 10, 2023
Próximos compromissos de Santos e Cuiabá
Por fim, o Goiás volta a campo na próxima domingo (12), para ir visitar o Atlético-MG, na Arena MRV, pela 34ª rodada do Brasileirão. O Goiás não terá jogo fácil, principalmente por ser um adversário forte em sua nova casa, e sua situação na ponta de baixo da tabela. Jogo acontece às 18h30, horário de Brasília.
Por outro lado, o Santos recebe o São Paulo para o ‘Clássico SanSão’, na Vila Belmiro, também no domingo (11), às 18h30, para mais um jogo dificílimo em busca dos 3 pontos nessa reta final de campeonato, contra um adversário fortíssimo, campeão da Copa do Brasil. Além disso, clássico é clássico, e ninguém gosta de perder.