Santos se aproxima de Carille e a multa não será um empecilho dessa vez

Santos e V-Varen Nagasaki, clube do Fábio Carille, chegaram em um acordo pela multa rescisória e conversas avançaram muito

Santos Futebol Clube conheceu, pela primeira vez em todos os seus 111 anos de história, o que é ser rebaixado e irá participar da Série B do Campeonato Brasileiro de 2024. O Peixão está oficialmente fora do seleto grupo dos times que jamais visitaram a segunda divisão – eram eles São PauloFlamengo e Santos, já que o Cruzeiro caiu pela primeira vez em 2019 – e, logo no Brasileirão em homenagem ao Rei Pelé, que faleceu em dezembro do ano passado, o Alvinegro Praiano amargurou esse rebaixamento tão desconhecido e inesperado pelos torcedores, pensando na tradição do clube.

Visando mudar o cenário em que os levou para a segunda divisão, a diretoria do Santos já se planejava para contratar um novo técnico, visto que o ‘atual’ – o Marcelo Fernandes -, era apenas um interino que foi efetivo para tentar salvar o clube na briga final contra o rebaixamento. Com isso, se movimentando bastante no mercado, o Santos chegou no nome do Fábio Carille, nome já conhecido pelos santistas, visto que já passou pelo clube em 2021.

Além disso, vale lembrar toda a novela que o Santos viveu com o treinador Thiago Carpini na semana passada – em especial, na quarta-feira -, onde o técnico já estava ‘acordado verbalmente’ e com negociações bastante avançadas, mas alguns empecilhos vieram a atrapalhar a conclusão do contrato. A maneira como tudo foi conduzido não foi ideal, principalmente pela falta de transparência de ambas as partes que, no resumo da opera, ficaram ambas sem um acordo – o Santos não conseguiu o técnico, nem a nova diretoria do Marcelo Teixeira, nem o Cruzeiro, que estava na briga pela contratação do Carpini.

Andamento da negociação entre Carille e Santos

Santos
Carrile em sua apresentação pelo V-Varen Nagasaki. – Foto: Getty Images

Fábio Carille está cada vez mais perto de fechar com o Santos – dessa vez parece ser mais firme do que o contato com o Juventude de Carpini -, que se evidencia pelo fato das partes envolvidas, a nova diretoria de Marcelo Teixeira e o Carille, já terem chegado em acordos pelos bases contratuais e valores do processo. O treinador já deu o ‘sim’ para trabalhar a frente do Santos e quer planejar a temporada de 2024.

Um dos maiores – se não o maior – problemas dessa nova mudança no processo de organização do Santos – que passa, principalmente, pela eleição de um novo presidente – é a crise financeira que o Alvinegro Praiano vem sofrendo nesse cenário atual. Enfrentando seu primeiro rebaixamento em todos os seus 111 anos de história, o Santos irá jogar apenas o Campeonato Paulista 2024 e o Campeonato Brasileiro Série B 2024 e, no meio de tudo isso, há uma grave crise que a diretoria terá de lidar, já agindo no processo de reformulação do elenco – até porque não há clima para alguns jogadores, visto que o rebaixamento é desgastante tanto para o clube, quanto pro atleta – e tentando aliviar a folha salarial.

Vide esse cenário caótico, principalmente na parte financeira, a falta de dinheiro em caixa foi um dos motivos que afastaram a contratação do técnico do Juventude na última semana. Assim como ocorreu com o Thiago Carpini, um dos problemas que ainda atormentam a contratação é a negociação da multa rescisória. O Santos tentou pagar a multa do treinador trocando atletas, mas o Juventude queria o pagamento em dinheiro e, ainda por cima, a vista.

Atualmente, o Carille está no V-Varen Nagasaki, clube japonês que detém a sua multa rescisória – pois o contrato dele, assinado em 2022, vai até o início de 2025 – de aproximadamente U$1,5 milhão (R$7,36 milhões). A multa, novamente, poderia ser um problema na contratação, mas, ao contrário do Juventude, o V-Varen Nagasaki topou aceitar o pagamento de forma parcelada, após o empresário do Fábio Carille, Paulo Pitombeira, fazer a ponta da negociação entre os japoneses, o Santos e o treinador.

Currículo do Fábio Carille

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Carille na sua última passagem pelo Athletico Paranaense. – Foto: José Tramontin

Fábio Carille tem 50 anos e, atualmente, comanda o V-Varen Nagasaki, do Japão. Com o clube japonês, está na sétima colocação da J2 League, com 65 pontos em 42 jogos, 22 pontos atrás do líder da competição, Machida Zelvia. Um ponto positivo de seu trabalho é a incrível facilidade que seu time tem de fazer gols, já sendo 70 gols marcados nessas 42 partidas disputadas.

Apesar de não ser um trabalho atual com uma grande vitrine, Carille tem um currículo espetacular de títulos, principalmente com o rival Corinthians, clube cuja atingiu a conquista do Mundial de Clubes 2012, Libertadores 2012, os Campeonatos Brasileiros de 2011, 2015 e 2017, Copa do Brasil 2009, além da Recopa Sulamericana 2013 – títulos como treinador adjunto, ao lado do técnico Tite, com quem ficou por 212 jogos. Um currículo espetacular que possui o treinador que está próximo de fechar com o Santos.

Ainda treinou o Al-Wehda, o Al-Ittihad e o próprio Santos em 2021. Seu último trabalho no Brasil foi no Athletico Paranaense, onde só ficou por 7 jogos a frente do clube, menos de 1 mês de atuação. Carille é, sim, uma ótima contratação para o Peixão, pensando em seus trabalhos passados no futebol paulista, porém, caso a ideia do Santos fosse mudar de ares e mudar a ‘aparência’ do clube nessa atípica Série B, talvez o nome do treinador não fosse o ideal.

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