Inter aproveita espaços na entrada da área e acerta estratégias contra a Roma pela Coppa Italia

A Inter não deixou ninguém respirar. Quando todos, inclusive os jogadores da Roma, ainda estavam se preparando para a partida, saiu o primeiro gol. Com um minuto e meio, em uma saída de bola do time visitante, a Inter adiantou a marcação, fechou as linhas de passe e retomou a posse no campo de ataque. Pelo meio, Sanchez acionou Perisic na esquerda, que ganhou do marcador e cruzou para a área. Smalling, defensor “romano”, perdeu a referência de Dzeko a suas costas. O atacante bósnio, muito bem posicionado, chutou para o fundo da rede de Patrício. Placar aberto.

Bom, o episódio do gol foi uma prévia dos primeiros quinze minutos de jogo: uma avalanche da equipe de Milão. O time de Inzaghi iniciou com o bloco de defesa alto, sufocando as tentativas da Roma de desenvolver seu jogo e explorando jogadas agudas com os dois alas. 

Vidal e Barella rodavam o jogo e acionavam os homens mais avançados no momento certo. Dessa forma, eles estavam ditando o ritmo da partida. Sanchez tinha liberdade para percorrer todo o campo na zona de “entrelinhas”, e Perisic e Darmian ficavam dando amplitude, sendo os responsáveis pela entrada no último terço. 

O atacante croata, bem aberto pela esquerda, era a principal arma ofensiva da Inter. Sanchez recebia, na maioria das vezes, com liberdade, se aproximava do Perisic e, a partir disso, as jogadas nasciam, ora com o ataque ao fundo pelo mesmo lado, ora com inversões para a direita. No minuto 5, Barella foi acionado com liberdade pela meia direita e carimbou a trave em um chute de longa distância. Nos quinze primeiros minutos, o time da casa teve várias chances e, graças a Rui Patrício, não saíram mais gols.

Já a equipe do império romano apresentou muitos problemas logo de cara. O time tentava marcar em bloco alto e não conseguia interromper a progressão de jogo da Inter, demonstrava falta de concentração na saída de bola, não tinha articulação entre o ala e zagueiro do mesmo flanco e deixava espaços nas costas dos homens de meio.

Mourinho posicionou Veretout e Oliveira de forma perfilada e mais adiantada que o normal. Assim, Barella e Vidal conseguiam romper essa linha com passes diretos e Sanchez era acionado com tempo e espaço para articular o ataque. Tal falha foi o fator condicionante do momento de grande volume de ataque a Inter teve.

Ofensivamente, o time chegou com Abraham, que parou na defesa de Handanovic após boa jogada de Mkhitaryan explorando as costas da defesa adversária, e Zaniolo, que arriscou de fora e também não venceu o arqueiro.

Por volta dos 20 minutos, a dinâmica da partida mudou da água para o vinho. A Roma assumiu o papel de propor as ações, ao passo que a Inter se fechou em seu próprio campo. A equipe visitante, nessa fase, tinha Mkhitaryan circulando, Zaniolo e Abraham alternando entre a área e a zona de entrelinhas e Karsdorp e Vina como alas próximos às laterais. Mesmo com essas mudanças, o time não conseguiu levar grandes sustos à meta da Inter.

SEGUNDA ETAPA MARCADA POR CHANCES DOS DOIS LADOS 

A segunda etapa começou com os dois times presos e a mesma configuração estratégica: Inter cedendo a posse à Roma e esta sem criatividade suficiente para furar o bloqueio de marcação. Abraham abria pela ponta direita para gerar jogo, mas recebia poucas associações dos companheiros e, por conseguinte, se tornava uma presa fácil para a boa zaga milanesa.

Contudo, aos 61 minutos, para a felicidade dos telespectadores, o panorama mudou. A equipe de José Mourinho encontrou espaço pelo meio e Sergio Oliveira bateu de fora. Handanovic se esticou e fez uma linda defesa. Dois minutos depois, a Inter chegou também com um chute de longa distância. Dessa vez, foi o maestro Barella que parou no goleiro. E, para completar a sequência de agitação e caos, aos 64 minutos Zaniolo driblou o goleiro, arriscou de longe e Skriniar salvou em cima da linha. Lance antológico.

No momento em que o jogo parecia favorável aos visitantes, a Inter conseguiu o segundo gol. Darmian driblou dois marcadores pelo meio e deixou a bola com Sanchez, que acertou o ângulo de Rui Patrício. Bola indefensável e o problema da falta de marcação nas costas dos volantes de volta à tona.

Quando faltavam 15 minutos para o fim, Lautaro entrou no lugar de Dzeko e, em troca de passes com Vidal, conseguiu fazer um bom chute de fora. 

A Inter enfrenta agora o vencedor de Milan e Lazio na semifinal e se consolida na briga por mais uma competição na temporada, além da Champions e da Serie A. Cabe a Simone Inzaghi ser mais ousado e ofensivo em certos momentos do jogo para elevar ainda mais a qualidade e a competitividade da equipe. 

FICHA TÉCNICA

Ocasião: Inter de Milão x Roma

Local: Stadio Giuseppe Meazza

Árbitro Principal: Marco Di Bello 

Escalações: 

Inter de Milão: Handanovic; D’Ambrosio; Skriniar; Bastoni (De Vrij); Darmian; Barella (Çalhanoglu); Brozovic; Vidal (Vecino); Perisic (Dumfries); Sanchez; Dzeko (Lautaro).

Roma: Patricio; Mancini; Smalling; Ibañez (Kumbulla); Karsdorp; Oliveira (Pellegrini); Veretout (Cristante); Vina (El Shaarawy); Mkhitaryan; Zaniolo e Abraham (Afena-Gyan).

Gols: Dzeko (1’); Sanchez (68’)

Cartões Amarelos: Zaniolo (37’); Mancini (38’); Mourinho (47’ – do banco de reservas).

 

 

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