Quantas vezes o Corinthians já foi rebaixado?

Conheça um pouco mais sobre a história do Timão

O Corinthians, em 2007, viveu o pior ano de sua história, o primeiro e único rebaixamento. No Estádio Olímpico, após um empate por 1 a 1 com o Grêmio pela última rodada, o clube do Parque São Jorge terminou o Brasileirão na 17ª colocação e selou sua queda para a Série B do Campeonato Brasileiro. O time concluiu a competição com 44 pontos (10 vitórias, 14 empates e 14 derrotas), que ocasionaram no descenso do Timão por apenas um ponto atrás do Goiás, cujo se salvou da segunda divisão na época. Junto com o Corinthians, caíram também Juventude, Paraná e América-RN.

A temporada

A turbulência no Sport Club Corinthians começou muito antes da queda, um 2005 de conquistas não foi suficiente para a crise que viria depois: em 2006, a torcida viveu uma temporada repleta de sustos, além disso, o caminho para o fim da parceria com a empresa Media Sports Investment (MSI), no ano seguinte, fez com que a equipe sofresse com o fator extracampo pela falta de investimento e por arcarem com inúmeras denúncias acerca do então presidente Alberto Dualib e seu vice, Nesi Curi.

O time base composto para o início do Paulistão foi formado por remanescentes da era MSI, como Marinho, Amoroso, Roger e Magrão, além da base, que proveu jogadores como Betão e Rosinei. O Corinthians perdeu em todos os clássicos da primeira fase e contou com uma campanha de apenas cinco vitórias em 14 jogos, o que acarretou a eliminação precoce no torneio e a demissão do técnico Emerson Leão antes do fim do Estadual.

 

Corinthians
Vampeta no Corinthians em 2007. Foto: Marcos Ribolli

 

Mais uma reformulação no elenco vinha a ser realidade, o Corinthians contratou, para o Brasileirão, o comandante Paulo César Carpegiani e uma barca de reforços da Ponte Preta, que foram bem no Campeonato Paulista daquele ano. A situação inicial do Timão no Campeonato Brasileiro foi de uma performance que deixava o time do Parque São Jorge entre os líderes do torneio no momento, três vitórias e um empate nos cinco primeiros jogos.

A situação começou a piorar quando, mais uma vez, o Corinthians perdeu um clássico, 1 a 0 para o Palmeiras que tirou a invencibilidade da equipe e ocasionou uma sequência de oito jogos sem vencer. O técnico Carpegiani conseguiu resistir no comando da equipe até o começo do segundo turno, mas foi demitido quando o Corinthians perdeu por 3 a 0 contra o Cruzeiro, após isso, pensamentos sobre um possível rebaixamento começaram a se tornar realidade. Zé Augusto, oriundo da base, assumiu o time logo depois e ainda sofreria nova turbulência, passado um mês, quando Dualib finalmente cedeu à pressão e renunciou à presidência.

Reta final dramática

Nas 10 últimas rodadas, ninguém queria estar na pele dos torcedores corinthianos, que se encontravam em situação dramática. Mais uma vez na temporada o clube passava por reformulação, eram pouquíssimos resultados positivos, agora sob o comando de Nelsinho Baptista. Uma das exceções foi uma vitória por 1 a 0 no clássico contra o São Paulo, com gol de Betão, que quebrou um tabu de quatro anos. No entanto, nada além do normal em outras partidas, derrota no último minuto contra o Náutico, 2 a 1 para o Flamengo com gol de Roger Flores, que estava emprestado pelo Corinthians. Na penúltima rodada, diante de um Pacaembu lotado e esperançoso, o Timão sofreu uma derrota por 1 a 0 contra o Vasco.

O fatídico dia

Corinthians
Lamentação pós queda

 

O Brasileirão chegou à última rodada com essa situação: Corinthians, Goiás e Paraná lutando contra o rebaixamento, dois cairiam e apenas um se salvaria. Todos os jogos aconteceram ao mesmo tempo e bastou dois minutos para que o Grêmio abrisse o placar no Estádio Olímpico.  Apesar disso, o Internacional saiu na frente em Goiânia e, naquele momento, com a derrota do Goiás, vinha o alívio dos corinthianos. O Goiás empatou, mas o Timão ainda permanecia na Série A, era importante fazer gols para aumentar a vantagem e garantir sua estadia. Com isso, Clodoado, após um cruzamento de Carlos Alberto, empatou a partida em Porto Alegre.

Até o intervalo, o Timão estava conseguindo uma combinação de resultados favorável. Tudo mudou na segunda etapa, uma informação desfavorável vinda do Estádio Serra Dourada mudou a classificação: Élson fez, de pênalti, 2 a 1 para o Goiás. Em São Januário já estava tudo acabado, o Vasco ganhava do Paraná por 3 a 0. Mesmo precisando apenas de si, o Corinthians não conseguiu se impor e mexer no placar, terminou empurrado para a zona de rebaixamento, amargando sua primeira e única queda. Não foi por falta de apoio da torcida fiel, com muita raça e dignidade continuaram a torcer até depois do apito final e nos anos subsequentes.

Escalação do time rebaixado

Felipe, Fábio Ferreira, Zelão e Betão; Carlos Alberto, Bruno Octávio (Arce), Moradei, Vampeta e Éverton Ribeiro (Aílton); Lulinha e Clodoaldo. Técnico: Nelsinho Baptista

Redenção

Em 2008, veio o título da segunda divisão e o acesso, que simbolizaram uma volta por cima. A partir disto, o patamar do alvinegro paulista nunca mais foi o mesmo, o ambiente do Parque São Jorge estava com um ar de superação, depois de um ano da queda Ronaldo Fenômeno foi anunciado. A contratação de Ronaldo, os títulos nos anos seguintes e a torcida fiel que sempre esteve lá, mostraram que o Timão alterou completamente sua rota. O rebaixamento serviu para dar uma lição na instituição, que entendeu o recado e, apenas cinco anos depois, levantaria a inédita taça da Copa Libertadores da América.

As piores campanhas do Corinthians no Brasileirão

  • 1º – 2007 (38 jogos: 10V, 14E e 14D) 38% de aproveitamento
  • 2º – 2018 (38 jogos: 11V, 11E e 16D) 38% de aproveitamento
  • 3º – 2001 (27 jogos: 9V, 7E e 11D) 41% de aproveitamento*
  • 4º – 2003 (46 jogos: 15V, 12E e 19D) 42% de aproveitamento**
  • 5º – 2023 (38 jogos: 12V, 14E e 12D) 43% de aproveitamento

*apenas um jogo contra cada adversário (na época 28 times disputavam a Série A)

**jogos de ida e volta contra cada adversário (na época 24 times disputavam a Série A)

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