Dando prosseguimento às análises das seleções que podem surpreender na Copa de 2022, chegou a hora de falarmos da promissora geração venezuelana. O país já não é mais o “saco de pancadas” de outrora e tem tudo para brigar por uma das vagas para o próximo mundial, que seria o primeiro da história do país.
O mundial sub 20 de 2017
Em 2017, a Venezuela surpreendeu o mundo do futebol ao conquistar o vice campeonato no Mundial sub 20. Para chegar até a final, a seleção deixou pra trás fortes times como Alemanha, México e Uruguai. Na decisão, derrota de 1 a 0 para a Inglaterra. A medalha de prata foi motivo de comemoração e orgulho para o povo venezuelano, que passou a depositar nesta geração a esperança de o país disputar a sua primeira Copa do Mundo profissional.
Passados três anos da competição, muitos nomes daquele time se consolidaram. Para se ter uma ideia, dos vinte e três nomes presentes na última convocação da seleção principal, seis deles estiveram na campanha do Mundial sub 20.
Os destaques
Antigamente, os venezuelanos ficam restritos à equipes do futebol local. Poucos conseguiam migrar para clubes de países mais tradicionais no futebol. Contudo, a realidade hoje é outra. A maioria dos jogadores atua fora do país e, muitos deles, já desbravam o continente europeu.
É impossível falar dos destaques da seleção Vino Tinto e não citar o Brasileirão. Para a Data FIFA desta semana, são quatro os venezuelanos que atuam em nosso país: Otero, Savarino, Soteldo e Hurtado. Os dois últimos, inclusive, estavam na campanha do vice campeonato mundial sub 20.
Outro jogador que também esteve na competição em que a seleção acabou com a medalha de prata foi Yangel Herrera. Pode-se dizer que o meio campista do Granada é o principal destaque venezuelano a nível mundial. O atleta foi um dos responsáveis pela surpreendente campanha do time espanhol na última temporada de La Liga. Ainda no Granada, impossível não citar Darwin Machís, ponta esquerda que terminou o campeonato espanhol de 19/20 com sete gols e cinco assistências.
O artilheiro da Vino Tinto naquele mundial foi Sérgio Córdova. O centroavante chegou à Alemanha para defender o Augsburg após se destacar na competição em 2017. De lá para cá, já são quatro temporadas seguidas jogando na Bundesliga, e isso com apenas 23 anos de idade.
Entretanto, há também alguns bons jovens que ainda atuam em solo venezuelano. O mais promissor deles atende pelo o nome de Anderson Contreras. O meio campista de 19 anos é jogador do Caracas e vem se consolidando na liga nacional e, até mesmo em nível internacional. Na Libertadores 2020, por exemplo, foram dois gols e duas assistências em seis jogos.
A MLS se tornou a casa dos venezuelanos nas últimas temporadas. E o maior artilheiro de uma única edição do torneio veste a camisa Vino Tinto. Josef Martínez, atacante do Atlanta United, defende a equipe desde 2017. Nos últimos três anos, sua pior temporada foi quando fez “apenas” 19 gols. Em 2018, quando seu time foi campeão da liga, Martínez fez incríveis 35 gols em 39 jogos.
Por fim, provavelmente o maior nome da história da seleção venezuelana: Salomón Rondón. O atacante de 31 anos é o maior artilheiro de todos os tempos da Venezuela, com 24 gols. Depois de quatro temporadas razoáveis na Premier League, defendendo West Brom e Newcastle, o centroavante atualmente está jogando no futebol chinês.
Sonhar não custa nada
A classificação para uma Copa do Mundo é tarefa duríssima para a Venezuela, ainda mais se levarmos em consideração que a América do Sul concede apenas quatro vagas diretas e que duas delas são, normalmente, ocupadas por Brasil e Argentina.
Contudo, a geração que já surpreendeu em 2017 pode, ao lado de nomes mais experientes, surpreender e beliscar a sua vaguinha para o próximo Mundial. Uma coisa é certa: a Vino Tinto já não é mais aquele saco de pancada de antigamente.