O Fluminense já anunciou seu “novo” técnico para 2022. O escolhido da vez é um velho conhecido da torcida tricolor e realizará sua quarta passagem pelo clube: Abel Braga. Agora, com 69 anos, o experiente técnico é a carta de confiança que o presidente, Mário Bittencourt, utiliza para tentar resgatar um pouco do Fluminense vencedor que o próprio Abel treinou em 2012.
O retorno de um velho conhecido…
No entanto, aquela não foi a última passagem dele pelo Tricolor. Ainda na década passada, ele assumiu o clube em 2017, após a queda de Levir Culpi no ano anterior. Naquela época, o cenário do Flu era bem diferente do de hoje. Os salários atrasados e as crises extracampo acabavam interferindo nos resultados dentro das quatro linhas, e, assim, a equipe lutava ano após ano para se manter na Série A e se contentava em sonhar com a Sul-Americana.
Apesar do cenário, Abel ainda conseguiu conquistar dois títulos em sua passagem: Taça Guanabara 2017 e Taça Rio 2018. No entanto, por se tratarem de títulos de pouca importância e pelos números gerais da última passagem do técnico serem negativos, a grande maioria da torcida tricolor não recebeu o seu retorno com carinho. Vale lembrar que entre o dia 1 de janeiro de 2017 e 14 de junho de 2018, ‘Abelão’ disputou 60 jogos, venceu 20, empatou 17 e perdeu 23 vezes. Foram exatos 80 gols marcados e sofridos.
Inconsistência faz o torcedor ficar inseguro
Os títulos citados acima – um sobre o Flamengo e outro sobre o Botafogo -, junto com alguns bons desenvolvimentos de jogadores, como os de Richarlison e Henrique Dourado, foram os pontos mais destacáveis do último trabalho de Abel. Em contrapartida há também pontos negativos que assolaram o trabalho do treinador. A inconstância nos resultados fica evidente ao olharmos os números de toda a passagem e as atuações pragmáticas também foram fatores que pesaram negativamente no trabalho e acabaram culminando na demissão naquela altura.
Já na reta final, o time parecia muito travado no sistema de três zagueiros que Abel implementou (3-5-2). O repertório ofensivo deixava a desejar e a defesa já não demonstrava solidez como antes. Seu último jogo acabou sendo uma derrota para o Santos no Maracanã por 1 a 0 e a equipe mandada a campo foi: Julio César; Ibañez, Nathan Ribeiro e Luan Peres; Matheus Norton, Richard, Douglas, Jadson e Marlon; Pablo Dyego e Pedro.
Com exceção dos dois títulos, Abel não conseguiu muito sucesso nas outras competições que disputou. Foi vice-campeão carioca em 2017, ficou em 14º lugar no Brasileirão 2017 e foi eliminado de maneira frustrante da Sul-Americana para o Flamengo nas quartas de final após estar com uma vantagem de dois gols. Em 2018, chegou à semifinal do Carioca, mas viveu outra eliminação frustrante, também depois de liderar o placar por dois gols de diferença e sofrer o gol de Fabrício nos minutos finais e perder a vaga na final para o Vasco.
Volta inesperada, mas com (talvez) um futuro esperado
Abel Braga chega ao Fluminense desta vez mais pela sua história antecedente no clube e boa relação com a presidência do que pela fase da sua carreira em si. Viveu uma boa reta final do Brasileirão 2020 com o Internacional, sendo vice-campeão, mas, fora isso, seus últimos trabalhos não foram bons e todos terminaram de maneira negativa (Cruzeiro, Flamengo e Vasco). Mais recentemente estava no Lugano, da Suíça, mas com apenas cinco jogos realizados por lá, é difícil dizer até que ponto dá pra analisar o trabalho. Vale lembrar que Abel é o segundo técnico que mais comandou o Fluminense com 326 jogos, apenas atrás do inalcançável Zezé Moreira, com 497.
O vínculo feito com o Tricolor dessa vez parece ser mais informal e com tons de, talvez, ser o último trabalho do treinador. O contrato estabelecido não é o que vemos para os comandantes em geral. Nesse caso, não foi estipulado nenhum tempo específico e, em caso de rompimento, o Flu não precisará arcar com o valor de uma multa rescisória.
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