Antes da janela estrangeira abrir novamente no futebol brasileiro, muito se noticiou sobre uma possível chegada de Edinson Cavani ao Grêmio. O uruguaio acabou rumando para o Manchester United. Com isso, a direção Tricolor voltou seus olhos para o cenário sul-americano. No final do mês de outubro, o clube anunciou Diego Churín, argentino que estava no Cerro Porteño.
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— Grêmio FBPA (@Gremio) October 26, 2020
Quem é Diego Churín?
O jogador chegou com respaldo do comandante, Renato Portaluppi, e fortes indicações do ídolo gremista Francisco Arce, que era seu treinador no Paraguai. Sem falar também na legião de fãs que deixou por lá. Sem dúvidas, seus números no país vizinho foram ótimos. Em 128 partidas, balançou as redes em 53 oportunidades, uma média próxima a um gol a cada dois jogos.
Churin foi revelado pelo Independiente da Argentina. No país, ainda passou pelo Platense e Los Andes. Esteve no Curicó, Universidad Concepción e Union Española, antes de chegar ao Paraguai em 2017. Em três anos com a camisa do Ciclón, foi campeão Paraguaio duas vezes (2017 e 2020).
Em entrevista coletiva na sua apresentação, o atacante disse que o Grêmio seria seu maior desafio da carreira, e que estava realizando um sonho.
Logo que chegou a Porto Alegre, Churín impressionou pelo porte físico. Com 1,87m era visto que a contratação se sobressairia aos demais concorrentes da posição.
Para o setor ofensivo, Renato contava com Diego Souza desde o início da temporada. O veterano foi artilheiro do Gaúchão com nove gols, e já soma 14 bolas na rede na temporada, sendo o principal artilheiro da temporada. Agora, o camisa 29 ganhou um concorrente a altura.
Renato e os centroavantes
Desde que chegou ao Grêmio para sua terceira passagem como treinador, Renato nunca escondeu que gosta dos centroavantes e sempre buscou encaixá-los nos 11 iniciais. A única vez em que atuou sem um homem gol foi em 2016, quando Luan fazia a função de um falso 9, logo a frente de Douglas.
De 2016 para cá, Renato contou com nove jogadores na posição. De Henrique Almeida – que já estava no elenco –, passando por Jael, Lucas Barrios, Hernane, André, Felipe Vizeu, Diego Tardelli e Luciano, até a chegada de Diego Souza. Destes, apenas Barrios, campeão da América em 2017, e Jael, importante na campanha de 2018, caíram nas graças do torcedor.
O paraguaio marcou 18 gols em 45 jogos com a camisa Tricolor, sendo um dos artilheiros daquela temporada ao lado de Luan. Além disso, foi o autor do gol contra o Botafogo nas quartas de finais da Libertadores daquele ano. Jael, por sua vez, demorou para marcar seu primeiro gol, ao todo foram 14 e 67 partidas. A maneira como se comportava fora de campo fez com que ele ganhasse o respeito da torcida.
Ambos criaram vínculos com o clube e deixaram saudades por sua entrega em campo.
Em 2020, Renato apostou em um velho conhecido dele e da torcida. Diego Souza retornou a Porto Alegre após temporadas abaixo do esperado em São Paulo e Botafogo. O início no Grêmio foi promissor. Em 11 jogos pelo Campeonato Gaúcho, o camisa 29 balançou a rede nove vezes, foi o artilheiro da competição.
As primeiras impressões com a camisa Tricolor
Diego Churin fez sua estreia contra o Red Bull Bragantino no último dia 2 de novembro. Até aqui, foram poucos minutos na Arena, mas o suficiente para empolgar os torcedores. Mesmo sendo alto e forte, mostrou agilidade em certos momentos.
No dia 5, ganhou mais alguns minutos na vitória por 1 a 0 sobre o Juventude na Copa do Brasil. No dia 8, a primeira vez como titular. Tendo Pepê pela esquerda e Luiz Fernando na direita, Churín estava bem servido com homens de velocidade. Seu primeiro gol poderia ter saído aos 11 do primeiro tempo, em uma cabeçada que passou perto do gol de Muriel.
Contudo, aos 27 da etapa inicial, o argentino mostrou outra façanha, o passe. Entrando pela direita de ataque, encontrou Pepê vindo por trás da defesa, com um belo passe, o camisa 25 marcou.
Em entrevista após o término da primeira etapa, ele se disse feliz pela assistência, mas que espera que Pepê dê mais passes para gols dele.
A contratação de um centroavante experiente e com rodagem no futebol Sul-Americano era fundamental para as perspectivas da temporada. Contar somente com Diego Souza de janeiro até novembro foi um risco. Não somente pela irregularidade das últimas temporadas do atual camisa 29, mas pelo calendário apertado do futebol brasileiro.
Churín deixou uma legião de fãs no Paraguai, com dedicação dentro e fora de campo virou ídolo do Cerro. No Brasil, pelo Grêmio, ele tem tudo para emplacar uma boa sequência que não se via na desde Lucas Barríos e Jael.
Uma contratação pedida pelo treinador, que pode demorar algum tempo para adquirir o melhor ritmo de jogo, mas, que dentro e fora de campo já vem mostrando um bom entrosamento com os companheiros.
