Marrony, um talento pouco explorado

No início da temporada, o Atlético fazia umas das contratações mais interessantes da janela, trazendo o jovem Marrony. O atleta de apenas 21 anos, assinou um contrato de 5 anos com a equipe alvinegra pelo valor de 20M de reais + bônus de contrato. O jogador não vem sendo tão utilizado pelo técnico, e no texto abaixo vamos tentar abrir um diálogo sobre a baixa utilização e o que podemos esperar do jogador.

Desde sua chegada, Marrony atuou em 23 jogos pelo Campeonato Brasileiro somando 724 minutos jogados com a camisa do Galo. O atleta antes da chegada de Sasha era encarregado por liderar o ataque, sendo responsável por 3 gols pela equipe na competição nacional. Marrony até o momento teve como maior destaque o problema ocorrido há alguns meses atrás, onde foi cercado por membros de uma torcida organizada na saída de uma boate.

Quando se chega um jovem de tanto talento na equipe, se espera que o mesmo seja utilizado para mostrar seu talento. Não podemos considerar Marrony um total flop, e mesmo se fosse definido de tal forma ainda é um jogador com teto de crescimento interessante.

Dentro daquilo que acompanhamos sobre o Atlético, ficou subentendido que Marrony não foi capaz de executar as funções exigidas por Sampaoli. Por outro lado, a ideia de Sampaoli em alguns momentos aparenta ser “engessada” em determinados aspectos, impossibilitando uma flexibilização para potencializar algum jogador em específico.

Sampaoli gosta de utilizar atacantes que sejam influentes fora da área, para auxiliar na criação de jogo e gerar espaços para infiltração de seus alas. Por muitos momentos, vimos Marrony sendo pouco obediente taticamente, com tomadas de decisões erradas e a busca incessante de lances individuais. Não conseguindo se adaptar na função de atacante e com a clara preferência (paixão) de Sampaoli por Sasha, o jovem voltou a ser cotado como peça de reposição para a ponta esquerda. Atualmente a ala é dominada por Keno, que pode ser considerado Top3 do elenco do Galo. Com a regularidade de Keno e a preferência por Sasha, Marrony foi deixado de canto como atleta de segundo tempo.

As preferências do técnico devem ser entendidas, mas isso não anula o fato de que possam ser criticadas. Marrony demonstra ser um jogador muito mais técnico que Sasha, apesar de possui uma maior dificuldade na criação de jogo coletivo, o atleta é muito sólido em lances individuais e na finalização de lances. Além disso, o jovem é muito mais imponente fisicamente e poderia gerar mais gols pelo número lances de bolas alçadas a área adversária.

Por outro lado, Marrony demonstra ser um atleta com dificuldades com auto confiança. O atleta durante seus tempos de base e de Vasco teve momentos de instabilidade devido ao baixo nível de confiança. Ter capacidade de manter a confiança mesmo em tempos difíceis é uma capacidade que se aprende (ou não) com experiência. As vezes nos esquecemos do lado humano dos atletas e utilizamos argumentos muito focados no técnico e tático, negligenciando a importe do psicológico no jogo.

Aliado a insistência do treinador e as debilidades apresentadas por Marrony, a elevação do futebol do jovem atacante vai sendo adiada. A capacidade técnica de um atleta é igual ao mármore, se lapidado corretamente pode se tornar uma bela obra de arte.

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