Bragantino e a Energia Financeira

Sem dúvidas, esta é uma semana que entra para a história do Bragantino. Mais ainda, para o Red Bull Bragantino. Nesta quinta-feira (22), o Massa Bruta faz a sua estréia, no século, em torneios internacionais, a primeira participação após a sociedade formada entre o clube e a marca e, a única em torneios em vigor, já que o time de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, em três oportunidades disputou a, agora extinta, Copa Conmebol. Com a melhor campanha da história, ocorrendo na edição de 1996, quando deixou o Palmeiras para trás, vencendo por 5×1 o jogo de ida, mas foi derrotado pelo Independiente Santa Fe, da Colômbia. 

O time é comandado pelo técnico Maurício Barbieri, que competiu a Libertadores de 2018, com o Flamengo, sendo eliminado nas oitavas de final para o Cruzeiro e, também participará de maneira inédita do torneio. Ainda, passando pelo 11 ideal, idealizado pelo treinador, desde o craque e camisa 10, Claudinho, passando pelo experiente lateral esquerdo Edimar, chegando no artilheiro, Ytalo, um fator une todos atletas, além das cores que defendem. Nenhum deles conquistou títulos internacionais na carreira. Assim, fica evidente a importância da partida contra o Tolima, no Nabizão, pela abertura do grupo G, que também conta com Emelec e Talleres, outros velhos conhecidos do futebol brasileiro.

Entretanto, não é só para o pilar Bragantino da história que o feito é memorável, mas também e, talvez, principalmente, a Red Bull. Tanto no âmbito esportivo, quanto no comercial. Para que se compreenda melhor, é preciso viajar para Europa, mais precisamente, a Salzburg, na Áustria. No dia 6 de abril de 2005, quando o SV Wüstenrot Salzburg se tornou o primeiro time comprado pela RB. Ele venceu 9 títulos, nenhum internacional. Após isso, o Nova York RB nasce, em 2006. Em três anos, disputava seu primeiro campeonato da Concacaf. E, em 2009, surge o mais conhecido dos times da marca, o Leipzig, que só veio a disputar sua primeira taça europeia, a Champions League, em 2018. Um ano depois, o Braga se tornava RB Bragantino. 

Dessa forma, em 2 anos, a parceria já gerou um título nacional, a Série B e, após uma bela campanha na divisão principal do futebol brasileiro, o clube já alcança a chance de se sagrar campeão continental. E como em toda campanha, é preciso dar um passo de cada vez. O primeiro deles, contra um algoz de um dos companheiros de federação do estreante, o Tolima, que em 2011 eliminou o Corinthians da Libertadores da América, o grande objetivo do time para a próxima temporada. O elenco vem embalado para enfrentar os colombianos. Chega para esse confronto após três vitórias consecutivas no campeonato paulista e, o retrato do estadual indica que o cara que pode ser determinante em uma eventual conquista é o mesmo dos últimos anos, Claudinho. A revelação do último Brasileirão é o líder de finalizações, assistências e dribles no Paulistão. 

  Em suma, na semana que o Presidente histórico do Bragantino, Nabi Abi Chedid, completaria 89 anos, o Massa Bruta joga no estádio que carrega o nome do ex-dirigente e pode começar uma jornada que se tornará lendária. Infelizmente, ele não chegou a viver essa união do clube que amava com um fomentador financeiro. Mas os torcedores que levam o espírito bruto, um dia transmitido por ele, perpetuam essa paixão, que ultrapassa nomes oficiais, brasões, quedas e acessos. Uma pena que o grito de campeão, engasgado por um troféu sul-americano, possa não ser ecoado pelo simpático Nabizão. Mas um fato é certo, as gerações bragantinas ainda vão vibrar muito, pelos próximos anos que tendem a ser gloriosos. Que o exemplo fique para gigantes do nosso futebol, perdidos em más administrações. Ao Braga, chegou a hora da luta e o Massa Bruta só joga para ganhar.

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