Um filme não seria tão bem feito quanto a trajetória do Japão na Copa do Mundo. Uma vitória diante da Alemanha, uma derrota diante da Costa Rica e contra a Espanha (um jogo que parecia ultra difícil), uma vitória para ficar marcada na história do futebol nipônico.
O jogo de enorme dificuldade, com pouca posse de bola dos Samurais Azuis (18% aproximadamente) e com um primeiro tempo medonho não foram motivos para evitar uma epopeica vitória diante de uma campeã mundial que corroborou com a classificação e liderança no grupo mais difícil da competição de seleções de 2022.
Primeiro tempo
O Japão entrou em campo com uma formação mais ofensiva devido a necessidade do resultado: Moriyasu desfez o famoso 4-2-3-1 e armou a equipe com três zagueiros (com a entrada de Taniguchi na lacuna deixada por Hiroki Sakai). Com isso o selecionado asiático quase abriram o placar aos 8 minutos quando após pressão na saída de bola espanhola, Ito por muito pouco não abriu o marcador (pouco antes Nico Williams quase havia feito boa jogada que acabou cortada pela defesa azul).
No entanto era a temida Fúria e bastou uma situação mais tranquila para trocar bons passes e a seleção europeia abriu o marcador: em bola muito bem alçada pra área, Morata (livre de marcação) soltou uma bomba de cabeça completamente livre, 1 a 0. A partir daí a partida ficou mais tranquila e Morata demorou para ter outra boa chance, que acabou não levando muito perigo a meta japonesa.
A tônica do primeiro tempo foi uma Espanha mantendo a posse e um Japão tentando, sem sucesso, fazer algo de forma desorganizada e sem valorizar o pouco tempo de bola que teve.
Segundo tempo
Na segunda metade de jogo, o Japão voltou diferente: com atletas do calibre de Kaoru Mitoma, Takuma Asano e Ritsu Doan, o Japão mudou a postura e passou a pressionar mais a seleção europeia. A correção feita pelo treinador Hajime Moriyasu fez o espírito samurai crescer e como em um golpe de espada do lendário Musashi Miyamoto, a seleção empatou com Doan (se aproveitando de uma saída de jogo errada dos espanhois que subestimaram os rivais da Ásia).
Já era perfeito, mas faltava mais um corte letal como uma katana perfeita, faltava mais. O Japão foi corajoso e destemido para atacar uma seleção mundial e com participação do VAR o gol da virada veio: Mitoma salvou uma bola que aparentemente parecia perdida e escorou para o meio da área onde Ao Tanaka fez o importantíssimo gol da virada nipônica, inacreditavelmente o jogo ficou em 2 a 1.
A partir daí o jogo virou um bombardeio espanhol com muito toque de bola e pressão. O goleiro Gonda nos descontos finais apareceu para salvar uma bomba em chute de fora da área e depois em arremate cruzado de Olmo e foi só, o Japão passou e liderou o grupo da morte.
A nós torcedores e amantes do futebol, fica a lição: “Para vencer qualquer batalha, você deve lutar como se já estivesse morto.” (Musashi Miyamoto)
Na próxima fase o Japão encara a Croácia, na segunda feira (05) ao meio dia. A Espanha por sua vez jogará no mesmo horário mas no dia seguinte diante do Marrocos.
Japão: Gonda; Itakura, Yoshida e Taniguchi; Ito, Morita, Tanaka (Endo) e Nagatomo (Mitoma); Kubo (Doan), Kamada (Tomiyasu) e Maeda (Asano). Técnico: Hajime Moriyasu
Espanha: Unai Simón; Azpilicueta (Carvajal) e Rodri, Pau Torres e Baldé (Alba); Busquets, Gavi (Ansu Fati) e Pedri; Nico Williams (Ferrán Torres), Dani Olmo e Morata (Asensio). Técnico: Luis Enrique