Na Neo Química Arena, Corinthians e Flamengo decidiram o primeiro título da temporada 2023 do futebol feminino brasileiro. Em jogo de amplo domínio da equipe paulista, diante de 25.799 pessoas, as Brabas conquistaram o bicampeonato consecutivo da Supercopa do Brasil Feminina.
Arthur Elias fez algumas mudanças em relação à equipe que começou a partida da semifinal, porém, mantendo uma mesma base. Lelê manteve a titularidade no gol e a defesa entrou em campo com Belinha pela direita, Andressa e Tarciane no centro da zaga e Yasmim pela direita.
A linha de meio campo foi formada pelas volantes Diany e Ju Ferreira, além da meia central, com maior liberdade entre as jogadoras do setor, Victória Albuquerque. No ataque: Tamires, Gabi Portilho e Millene.
Luis Andrade optou por manter o mesmo time titular que vem atuando desde a partida contra o Ceará, escalado no esquema de 4-3-3 com muita mobilidade entre as atacantes, começando pela goleira Bárbara. A linha defensiva contou com Monalisa e Jucinara pelas laterais direita e esquerda, respectivamente, juntamente com Daiane e Thaís Regina no centro da defesa.
Thaisa, Kaylane e Duda formaram o meio de campo, com a camisa 17 e a camisa 5 na volância – um papel importante para dar um pouco mais de sustentação à defesa, já que as laterais tem liberdade para descer e apoiar no campo ofensivo. Por fim, as atacantes Maria Alves, Giovanna Crivelari e Sole Jaimes fecharam a escalação.
Primeiro tempo
Logo no primeiro minuto, o Corinthians abriu o placar. Primeira descida da partida com Gabi Portilho, pela direita, que cruza para Tamires finalizar, parando na boa defesa de Bárbara. No rebote, Belinha cruzou na medida para Tamires que, desta vez, tinha o gol livre para marcar.
A primeira chance do Flamengo veio aos 11 minutos. Jucinara cruzou buscando Crivelari, a camisa 19 tenta o toque de primeira mas bate para fora. Apesar do gol aos 46 segundos, mais especificamente, o Fla conseguiu equilibrar o jogo e controlar as ações. Porém, a defesa seguiu bastante desorganizada e perdida, sobretudo, diante da marcação-pressão corinthiana no seu campo ofensivo.
Aos 18 minutos, Maria Alves cometeu falta dura em Ju Ferreira e foi amarelada. A volante do Corinthians sentiu bastante. A entrada da camisa 9 do Fla foi no limite da expulsão direta. Mesmo tendo menos a bola, as Brabas chegavam mais e melhor ao ataque, muito por conta dos erros no meio campo e na defesa adversária. Além disso, o Corinthians sofreu muitas faltas em regiões que geraram boas chances na bola parada.
Por sua vez, aos 27, o Flamengo teve sua primeira chance clara na bola parada. Em falta conquistada após mão de Vic Albuquerque perto da pequena área, Jucinara foi para a bola e bateu com perigo buscando o ângulo superior esquerdo da meta defendida por Lelê.
Pouco depois, Vic Albuquerque chega com perigo e para na goleira Bárbara. Em lance interpretativo, a árbitra optou por marcar a penalidade. Millene bateu mas Bárbara pegou. No bate e rebate após o rebote, a própria atacante aproveitou para marcar. Porém, o lance voltou por invasão na hora da cobrança. Na segunda cobrança, Millene bateu e marcou para ampliar a vantagem das Brabas.
Antes mesmo do intervalo, Kaylane saiu para a entrada de Kaylaine Jr. para ajudar mais na marcação. Ainda assim, o Corinthians conseguiu ampliar: Vic Albuquerque achou um passe perfeito para Millene marcar o seu segundo no jogo, deixando as Brabas com 3 a 0 no placar.
Segundo tempo
Luis Andrade fez mais duas mudanças na volta do intervalo: Rayanne e Agustina entraram nos lugares de Monalisa e Thaisa. Sem ter nada mais a perder, o Flamengo começou forte e teve a primeira chance com Sole Jaimes, após mais um bom cruzamento de Jucinara. Mas a camisa 99 cabeceou para fora.
No entanto, antes dos 15 minutos, o Corinthians ampliou sua vantagem. Tamires marcou seu segundo na partida. De novo, a jogada começou com Gabi Portilho desde bem pela direita e cruza buscando a camisa 37 que só precisou empurrar para dentro da rede. Pouco depois, as Brabas quase fizeram o quinto mas Gabi Portilho parou na defesa da goleira Bárbara.
Os dois treinadores promoveram mudanças: Gica entrou no lugar de Maria Alves no Flamengo e Gabi Morais e Lia Salazar substituíram Diany e Vic Albuquerque no Corinthians. Aos 23, o Fla conseguiu o seu gol.
Mais uma vez Jucinara apareceu com o cruzamento perfeito, desta vez em lance de escanteio, e Daiane subiu para cabecear e marcar o gol Rubro-Negro. Cinco minutos após sofrerem o gol, mais uma mudança de Arthur Elias: Jheniffer no lugar de Millene, troca de atacante por atacante para administrar o elenco já que a virada do Flamengo estava distante.
O time de Luis Andrade seguiu bastante ansioso e cometendo muitos erros no campo ofensivo, o que dificultou a criação de jogadas e chances reais de gol durante toda a partida.
Entrando nos 15 minutos finais, Belinha e Crivelari tiveram grandes chances para as Brabas e para as Rubro-Negras, respectivamente, mas as finalizações foram para fora. Na última mudança da partida para o Corinthians, Katiuscia entrou no lugar de Belinha pela lateral direita, já aos 36 minutos.
Apesar de ter a posse de bola, que foi se equilibrando conforme o jogo caminhou para o fim, os erros dos dois lados do campo custaram muito ao Flamengo. Além do lance interpretativo que gerou o segundo gol do Corinthians. No fim das contas, entretanto, conquistou o título quem foi melhor – apesar dos pesares.
O Corinthians de Arthur Elias colhe os frutos que plantou desde que o projeto do futebol feminino chegou às mãos do treinador. Hoje, as Brabas até são desafiadas, porém, a hegemonia da equipe é incontestável.
Como um todo, a superioridade das equipes paulistas é evidente em relação às equipes de outras federações, com alguns times como Flamengo tendo plenas condições de buscar mais no cenário nacional do futebol feminino. Contudo, em todas essas equipes ainda falta um “algo a mais” que pode vir a aparecer ao longo de 2023. O futebol feminino brasileiro é daqui para melhor a partir de agora, como deve ser.
Próximos compromissos
Corinthians e Flamengo retornam a campo já no fim do mês de fevereiro para dar início à disputa do Brasileirão Feminino. Enquanto o Timão recebe o Ceará na abertura da campanha, as Rubro-Negras viajam para enfrentar o Santos. As partidas ainda não tem horário definido, estando marcadas para acontecer no fim de semana dos dias 25 e 26 de fevereiro.