Maracanã vai receber a final da Libertadores pela terceira vez

De Montevidéu a Madrid, Libertadores chega a sua 64ª edição e já teve final do outro lado do Oceano Atlântico

A Copa Libertadores da América é a maior obsessão sul-americana. Desde 1960, a competição reúne os principais clubes do continente e chegar à glória eterna é o principal objetivo dos 32 times nesta edição. Em 2023, sete brasileiros sonham em estar no Maracanã no dia 4 de novembro, na grande decisão da Libertadores. O estádio com mais glamour do futebol mundial vai ser o palco da decisão da competição apenas pela terceira vez em sua história.

Pra deixar a lista mais clara, serão considerados apenas estádios em que o campeão levantou a taça. Até 2019, a final da competição era realizada em jogos de ida e volta e o Maracanã recebeu outras duas finais antes disso. Em 1962, o Santos de Pelé venceu o primeiro jogo contra o Boca Juniors-ARG no Maraca antes de se consagrar bicampeão em Buenos Aires. Já em 1981, foi a vez do Flamengo de Zico vencer o Cobreloa-CHI no Rio de Janeiro, mas os chilenos venceram em casa e o Rubro-Negro carioca só conquistou seu primeiro título no terceiro jogo, realizado em Montevidéu-URU.

Maracanã 

O estádio mais famoso do mundo vai receber a sua terceira decisão da Libertadores. A primeira foi em 2008, quando o Fluminense enfrentou a LDU-EQU em dois jogos. Em Quito, o Tricolor foi derrotado por 4×2, mas conseguiu reverter o resultado no Maraca e levou a decisão para os pênaltis. Na disputa da cal, Ceballos virou herói e silenciou o Maracanã. A outra final no estádio já foi no novo formato. Durante a pandemia da COVID-19, Palmeiras e Santos decidiram a Libertadores de 2020 com público reduzido e o Maracanã presenciou o gol de Breno Lopes no último lance do jogo pra dar o segundo título continental ao Verdão.

Estádio Nacional do Chile

Até 1987, a Conmebol não tinha muita ideia de como desempatar uma decisão de dois jogos e o regulamento previa um jogo extra em caso de empate no agregado. O estádio coringa da organização era o Nacional do Chile. Em Santiago, foram realizadas oito decisões da Libertadores, seis como jogo extra. Em 1965, 1966, 1967, 1974, 1976 e 1987, o campeão saiu do terceiro jogo. O São Paulo foi derrotado pelo Independiente-ARG em 74, depois de vencer em casa e perder na Argentina, e o Cruzeiro seguiu o mesmo roteiro em 76, mas venceu o River Plate-ARG por 3×2 na finalíssima.

 

Estádio chileno é um dos que mais receberam finais da Libertadores. Foto: Dicas Chile

 

Em 1982 e 1993, dois times chilenos chegaram na final e decidiram em casa. O Cobreloa empatou em Montevidéu, mas acabou perdendo por 1×0 pro Penãrol-URU na partida de volta e ficou com o vice em 1982. Em 93, o Colo-Colo-CHI até venceu o São Paulo por 2×0, mas o 5×1 da ida no Morumbi garantiram a taça pro esquadrão de Telê.

Estádio Centenário

Também com oito finais, o estádio da primeira final de Copa do Mundo tem um papel importante no continente. Nos mesmos moldes do Nacional do Chile, o principal estádio do Uruguai recebeu quatro finais de desempate, em 1968, 1973, 1977 e 1981. O Palmeiras perdeu pro Estudiantes-ARG em 68, o Cruzeiro perdeu pro Boca Juniors em 77 e o Flamengo venceu o Cobreloa em 81. As finais de 1970, 1980 e 1988 foram com mandos de Nacional-URU e Peñarol , mas só os “Decanos” conseguiram o título em casa.

 

Centenário é o principal estádio do Uruguai. Foto: Divulgação Centenário

 

O Peñarol perdeu pro Estudiantes em 70 depois de uma derrota na Argentina e um empate no Uruguai. O Nacional venceu o Internacional em 80, depois de arrancar um empate em Porto Alegre, e o Newell’s Old Boys-ARG em 88, depois de uma prorrogação. O Centenário já recebeu a final única em 2021. Palmeiras e Flamengo fizeram um jogo tenso que só se decidiu nos momentos finais da prorrogação, a favor dos paulista. 2×1 Verdão.

Morumbi

Aqui, sem desempate. O estádio do São Paulo recebeu a decisão da Libertadores cinco vezes. Em 1992, 1994, 2000, 2003 e 2005, o Morumbi foi anfitrião do principal troféu do continente. O time da casa jogou três vezes e venceu duas. Em 92, o Tricolor venceu o Newell’s Old Boys nos pênaltis e conquistou o primeiro título. Em 05, o São Paulo bateu o Athletico-PR, na primeira final brasileira da história da Libertadores, com um 4×0 dominante. Em 94, o time de Telê teve a chance de vencer a terceira Libertadores em sequência, mas perdeu pro Vélez Sarsfield-ARG nos pênaltis.

 

Morumbi é o estádio brasileiro com mais finais da Liberta. Foto: Rubens Chiri

 

O bom aproveitamento do São Paulo em casa não se refletiu pros outros dois paulistas que tentaram a Glória Eterna no Morumbi, sendo derrubados pelo Boca Juniors. O Palmeiras empatou duas vezes com os argentinos antes de ser derrotado nos pênaltis em 2000 e o Santos de Diego e Robinho foi completamente dominado pelos hermanos perdendo as duas partidas da decisão, a última no Morumbi.

La Bombonera

Um dos estádios mais intimidadores da América do Sul, a casa do Boca Juniors já recebeu a taça da Libertadores quatro vezes, em 1963, 1978, 1979 e 2001 e o Santos de Pelé foi o primeiro a bater os “Bosteros” na caixa de bombons. Em 63, o Santos venceu os dois jogos da decisão, o último em La Bombonera e conseguiu o segundo título de sua história. Em 79, foi o Olímpia-PAR que estragou a festa argentina conseguindo o título com um 0x0 depois de vencer em casa. No ano anterior, o Boca goleou o Deportivo Cali-COL e em 2001 sofreu, mas venceu o Cruz Azul-MEX nos pênaltis.

 

A “caixa de bombons” é uma das principais armas do Boca. Foto: Dicas Argentina

Monumental de Nuñez

A casa de um outro gigante de Buenos Aires também recebeu a finalíssima da Libertadores quatro vezes. Em 1962, foi no esquema de desempate em terceiro jogo e o Santos venceu o Peñarol por 3×0 depois de vencer no Uruguai e perder na Vila Belmiro. Em 1986, 1996 e 2015, foi o River Plate quem pôde decidir em casa e ninguém conseguiu bater os “Millionários” em Nuñez. Em 86 e 96 o River botou o América de Cali-COL na freguesia e em 2015 não deu chances pro Tigres-MEX, vencendo por 3×0 e conquistando o Tri em casa.

 

El Monumental já viu três títulos do River Plate. Foto: River Plate

Pacaembu

O estádio, que já foi a principal esportiva de São Paulo, foi palco da final da competição quatro vezes. Em 1961, o Palmeiras acabou ficando no empate contra o Peñarol e perdeu o título por conta da derrota na partida de ida. Em 2002, o São Caetano vivia o melhor momento de sua história, mas depois da derrota no tempo normal pro Olímpia, o Azulão perdeu nos pênaltis. Em 2011, sob a batuta de Neymar e Ganso, o Santos chegou ao primeiro título da Libertadores desde Pelé e venceu Peñarol por 2×1. No ano seguinte, foi a vez do Corinthians vencer o Boca Juniors por 2×0, com show de Emerson Sheik, e conquistar a primeira Libertadores de sua história.

 

Pacaembu sediou dois títulos seguidos de brasileiros. Foto: Rafael Neddermeyer

Santiago Bernabéu

Esse é mais um bônus, mas a história é um tanto quanto absurda. A decisão entre os maiores clubes da Argentina foi cheia de percalços. A partida de ida entre Boca Juniors e River Plate, em La Bombonera, foi adiada devido ao péssimo tempo em Buenos Aires no dia 10 de novembro de 2018. O jogo, no dia seguinte, terminou em 2×2 e deixou tudo aberto pra decisão no Monumental de Nuñez.

 

A casa do Real Madrid foi palco da “maior final” da Libertadores. Foto: Real Madrid

 

Duas semanas depois, no dia 24, o ônibus do Boca, que estava a caminho do Monumental foi atacado por torcedores do River com pedras, que perfuraram os vidros do veículo e acertaram diversos jogadores dos visitantes. Sem possibilidade alguma da partida acontecer e com o Boca Juniors afirmando que deveria ficar com a taça por conta da confusão causada pelos torcedores rivais, a Conmebol decidiu levar o jogo decisivo pro Santiago Bernabéu, em Madrid-ESP, cinco dias depois.

A partida no estádio do Real Madrid terminou 3×1 pro River, depois da prorrogação, e deu o quarto título da Libertadores aos “Millionarios”.

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