O jovem talento espanhol e a atual campeã do mundo: quem será campeão da Nations League?

Espanha e França venceram seus respectivos adversários e farão a final da Nations League neste domingo (10), às 15h45, no Giuseppe Meazza. Os espanhóis bateram a atual campeã europeia, Itália, por 2 a 1; já os franceses, realizaram uma virada histórica diante da Bélgica e venceram por 3 a 2 para chegar a final.

Antes de fazer um panorama do que esperar deste duelo, vamos nos aprofundar em como tais equipes superaram seus adversários nas semifinais.

 

ITÁLIA 1 X 2 ESPANHA

Apesar de ter sido uma semifinal, podemos dizer que a vitória da Espanha foi uma surpresa. Como foi dito no nosso artigo antecedendo as semifinais, os italianos eram os favoritos para o jogo e para a Nations por alguns motivos, como o recente título europeu e o fato de jogar em casa.

No entanto, na conquista da Eurocopa, a Espanha foi quem mais incomodou a Itália e voltou a fazer o mesmo. No começo, a partida se desenhou como esperado, com o time de Luis Enrique mantendo a posse e os comandados de Mancini marcando em bloco médio e buscando explorar as transições rápidas, até por isso, optou por jogar sem nenhum atacante de referência.

Nesse cenário, a Fúria levou a melhor e explorou muito os espaços nas costas do lado direito da defesa italiana. Assim, Marcos Alonso cruzou e Ferrán Torres fez 1 a 0. Depois do gol, a Azzurra optou por ser mais agressiva no momento sem bola e passou a pressionar a saída de bola do adversário. Tal mudança de postura até deu certo, pois a marcação incomodava muito os espanhóis e através disso conseguiu roubar algumas bolas e criar chances, mas desperdiçou.

E, talvez no melhor momento italiano no jogo, em um lance isolado, Bonucci deixou de lado toda a sua experiência e foi expulso ainda no primeiro tempo após receber seu segundo cartão amarelo. A expulsão mudaria o panorama do jogo no segundo tempo, mas, antes disso, teve interferência direta até mesmo no placar, pois, em outro cruzamento da esquerda, Ferrán Torres marcou novamente na reta final e jogou um balde de água fria nos italianos. 

No segundo tempo, como foi dito acima, a Itália perdeu força para bater de frente com o jogo de posse da Espanha com um a menos. Assim, vimos os espanhóis controlarem e administrarem a boa vantagem estabelecida até o final. Os 45 minutos finais serviram para nos mostrar alguns bons talentos dessa nova geração espanhola, como Gavi e Yeremy Pino.

A Azzurra até descontou, mas em um lance ocasional no qual Chiesa aproveitou o tropeço do zagueiro, arrancou quase meio campo livre e serviu Pellegrini para marcar sem goleiro. Fora isso, fez poucas ameaças ao gol de Unai Simón, mas em momento algum se deu por vencida e batalhou até o fim mesmo com desvantagem numérica e no placar.

 

BÉLGICA 2 X 3 FRANÇA

O grande jogo desta edição da Nations League até aqui aconteceu no Juventus Stadium em uma virada épica dos franceses. Além de ter sido o maior jogo desta Nations, também foi o melhor desta temporada até aqui e, possivelmente, um dos melhores do ano.

A partida começou de maneira muito equilibrada com dois times jogando com três zagueiros, marcando em bloco médio e muito compactados no momento defensivo. No momento ofensivo, nenhuma das duas equipes tinham facilidade para criar e se viam numa incessante busca por espaço. Com o meio congestionado e os lados bem protegidos pelos alas, com cobertura dos zagueiros, o jogo coletivo ficava travado e a sensação era de que apenas uma jogada individual desmontaria as defesas para abrir espaço.

E assim aconteceu. Inclusive, em duas vezes seguidas por parte da Bélgica. Primeiro com Carrasco, que foi pro 1v1 com Pavard, cortou pra dentro e bateu no contrapé de Courtois para abrir o placar. Três minutos depois, com a França ainda digerindo o primeiro gol, Lukaku recebeu de De Bruyne de costas para a defesa, girou com enorme facilidade e acertou um belo chute cruzado com a perna ruim para vencer Lloris.

Um jogo muito travado e tático até então, se desenhou para um dos lados em questão de minutos através do brilho individual das peças belgas.

A Bélgica tinha uma vantagem tão confortável quanto a Espanha no dia anterior, mas não conseguiu o mesmo controle dos espanhóis. E isso passa muito pela postura da França. Voltou com uma postura renovada no segundo tempo e empurrou os belgas para o campo de defesa durante a maior parte do tempo.

O time de Roberto Martínez também não fazia questão da posse de bola; abaixou mais as linhas pra explorar as transições ofensivas com seu trio de ataque.

Com duas propostas estabelecidas, quem executou melhor a sua foi a França. Com muita movimentação de seu trio, principalmente Mbappé, que carimbava todos os ataques praticamente, e um Pogba mais criativo, a equipe conseguiu furar a defesa belga, primeiro com um bom pivô de Benzema fazendo o giro e marcando e depois com Mbappe marcando de pênalti.

O 2 a 2 deixou o jogo totalmente aberto e caótico na reta final. Tivemos 15 minutos finais lá e cá, com grandes chances para ambas seleções e brilhantes intervenções de ambos os goleiros. E aos 90 minutos, em um contra-ataque francês, a jogada começou com o ala direito, Pavard, e foi terminar rapidamente do outro lado com o ala esquerdo, Theo Hernandez, que dominou e acertou um belo chute para virar.

O gol da virada acabou premiando a escolha de Deschamps, que optou por jogar com dois alas e viu eles protagonizando o lance da vitória.

 

A GRANDE FINAL

Por se tratar da atual campeã mundial e de ter a melhor safra de jogadores disponíveis, a França tende a levar um certo favoritismo para a final. No entanto, a Espanha, mesmo com uma geração tão jovem e em formação, já bateu fases agudas das duas competições que disputou pós-Copa (Euro e Nations).

O cenário do jogo deve ser com a Fúria prezando pela posse de bola e formulando seus ataques através de aproximações das peças gerando superioridade numérica nos setores. Já os ‘Les Bleus’, não devem ter muito a bola, mas não significa que não farão questão dela quando a tiverem. A diferença é que a proposta deve ser de um jogo mais direto e vertical; de recuperar a posse e acelerar tentando explorar as costas da linha alta de defesa dos espanhóis.

Há diversos pontos interessantes que podemos ficar de olho para ver como eles se desenvolverão durante a partida. Como por exemplo: Deschamps armará a França novamente com três zagueiros? Como a Espanha vai fazer para lidar com a possibilidade constante de Mbappé atacar as costas da defesa? Será que a França conseguirá lidar com a ótima pressão pós-perda dos espanhóis? Luis Henrique vai repetir a escalação? 

Enfim, são inúmeros fatores que só tornam a partida de domingo mais interessante e especial. França e Espanha vão batalhar pela segunda edição da história da Nations League; Portugal é o atual campeão. Vale lembrar que, no mesmo dia, um pouco mais cedo, Itália e Bélgica se enfrentarão na disputa pelo 3º lugar.

 

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