Nesta terça-feira (19), Diego Ribas convocou uma coletiva de imprensa para falar de seu futuro no Flamengo. Na coletiva, o meia declarou que após o fim de contrato não renovará com o Mais Querido. Dentro das suas declarações, Diego também afirmou que não deve jogar por mais nenhum clube brasileiro, mas que ainda decide sobre aposentadoria.
– Hoje completam seis anos do anúncio da minha chegada ao Flamengo. Foram seis anos maravilhosos. Na renovação ano passado definimos que seria meu último ano no Flamengo e venho aqui confirmar isso. Encerrará minha passagem pelo Flamengo. Não atuo também mais em outro clube brasileiro. Minha história no Flamengo é muito rica. Vou me dar mais meses ainda daqui para decidir se me aposento ou não. Se continuar, será fora do país. É aqui que quero viver essa reta final. Queria passar isso a vocês, aos torcedores, para que possa viver os últimos meses intensamente, cada jogo, e continuar sendo feliz.
Na presença de alguns colegas que “invadiram” a coletiva: Éverton Ribeiro, Gabigol, Rodrigo Caio, Filipe Luis e Diego Alves. Éverton perguntou a Diego qual foi o jogo mais marcante dele pelo Flamengo.
– Jogo mais importante foi contra o Coritiba, em Brasília, dois dias atrás. Estou com 37 anos, seis de Flamengo, e estar ali em campo, jogar, sendo importante, marcar gol, estádio ovacionar…seis anos antes fazia um gol na minha estreia. Depois desse, a final da Libertadores em 2019. Foi maravilhoso.- Respondeu o camisa 10
Houve também o questionamento se Diego considera ser técnico de futebol. O meia rubro-negro declarou que é uma das possibilidades, mas que não é algo certo.
– Ser treinador é uma possibilidade, não é uma certeza. Quero ver o futebol de fora. Faz parte da minha vida, mas tenho outros projetos. Quero compartilhar minha história.Transmitir isso para as pessoas para que contribua na carreira delas. Quero dominar meu calendário. Preciso escolher algo que em um primeiro momento não está ligado ao futebol. Se depois de uns anos vejo que preciso estar dentro daquele caldeirão, hoje seria ser treinador. Estudar muito, preparar e voltar.
Como dito antes, o camisa 10 afirmou que não joga mais no Brasil, mas que ainda decide onde poderá seguir.
– Não sei onde será e nem se eu vou. São decisões importantes. Será passo a passo. Essa do Flamengo decidi ano passado e agora estou passando para vocês. De fora vai depender. do contrário vou anunciar se vou parar ou não. Quero deixar o tempo falar um pouco.
Ainda na coletiva, Diego respondeu perguntas sobre sua relação com a torcida.
– Falar da torcida é maravilhoso. São fundamentais. Jogar bem, ser reconhecido, estádio gritando seu nome…tivemos altos e baixos, momentos muitos difíceis. O que seria da minha história sem esses momentos? Tentativa de agressão, meus filhos já ouviram graça, minha esposa atacada nas redes sociais. Alguns momentos passa do tom. Nossa sociedade vive momento de descontrole, insatisfação constante. Na vitória se xinga mais o adversário do que celebrar. Eu não concordo. Em relação a nossa equipe, situações passando do limite. Arão 370 jogos, 10 títulos, entrou em campi ganhando de 4 a 0 e é vaiado. Vitnho no último jogo mal entrou e foi vaiado. É normal? Para mim não é. Amo de coração a torcida, mas vamos refletir. Vamos aplaudir mais. Não vamos ganhar sempre. Como descarta um jogador como Arão, Vitinho? Ser persistente é quase uma afronta.- Respondeu o meia
Ainda sobre essa pergunta, o capitão do Flamengo falou de sua indignação pelo tratamento da torcida pelos seus jogadores e vaias constantes durante os jogos.
– Será que um cara veste essa camisa tantas vezes porque é simpático? Se consegue isso com muito esforço, trabalho, vamos refletir sobre isso. Se gosta ou não, tem que respeitar. Vou sempre me posicionar. Tentaram me agredir, fiz o gol e fui abraçar eles. Se puder aplaudir e gritar meu nome vou adorar. Se está vaiando um jogador, está me vaiando também, é meu amigo ali. A vaia constante, inexplicável.
“Você pensou em desistir do Flamengo quando tentaram te agredir, ou na sua lesão em 2019 contra o Emelec?”
– Pensei. Mas a vontade e coragem foi sempre maior. Mas sou ser humano. Teve momentos pesados. Teve eliminação contra Athletico-PR, teve quando quebrei a perna…será que não é para acontecer isso aqui? Nossa vida é repleta de decisões e pensei sempre em seguir em frente.
O meia ainda falou que seria legal ter uma despedida como a do Fred, agora ex-jogador do Fluminense, falou sobre o privilégio de ter vestido a camisa 10 do Flamengo e do Santos e encerrou a coletiva.
Diego Ribas se despede após 6 anos de Flamengo. Obrigado por tudo que proporcionou ao futebol brasileiro com as camisas do Santos, Flamengo e da Seleção brasileira.