Com repercussão internacional, a Operação Penalidade Máxima, expôs um longo sistema de apostas em partidas do futebol brasileiro, com atletas da elite envolvidos. A investigação que veio a tona durante 2023, teve como um dos líderes apontados, Bruno Lopez.
Em entrevista ao youtuber e jornalista esportivo, Cartolouco, o “chefe da máfia de apostas”, contou sua história desde o primeiro momento onde esteve em contato com os apostadores, e explicou como se dava o processo para cada palpite.
“Tudo começou em junho de 2022, quando recebi um convite de uma pessoa, que também está no meio da denúncia, dizendo participar de esquemas, e precisava de jogadores para fazerem parte do sistema”, explicou Bruno.
O jovem que já atuou por equipes na base, e chegou até mesmo a morar na Alemanha, onde também tentou a carreira como profissional, utilizou de seus contato e boa relação com atletas, para conseguir jogadores dispostos a participar do esquema.
“Sempre foi tudo consensual, eu nunca coloquei a arma na cabeça de ninguém. Era um dinheiro extravagante, que chamava atenção e crescia os olhos. Os atletas faziam por necessidade, não é porque tá jogando na Série A, Série B que ganha milhões, diferente do jogador na Europa”, comentou o ex atleta, ao repórter Cartolouco e ao cinegrafista Léo Perneta.
Bruno ficou preso por quatro meses, durante a segunda fase da operação, e passou por três penitenciárias. O jovem confessou as negociações ao ministério público, e ajudou nas investigações, assumindo seus erros perante a justiça.
“Me taxaram como o chefe da máfia, o que não é verdade, fui culpado e errei, me arrependo amargamente. O que pegaram no meu telefone, tudo já foi revelado, eu não desejo o que passei a ninguém. Tudo que vem fácil, vai fácil, perdi tudo, e muito mais, não vale a pena o caminho do erro, com atalhos que levam a lugares que não desejamos”, ressaltou o jovem.
Cartolouco questionou também ao ex jogador, qual a visão dele sobre o futebol na atualidade, após as investigações mostrarem, toda corrupção e esquema por trás dos resultados:
“O futebol é sujo, hoje você pagando uma quantia, consegue colocar um atleta em uma equipe. Estando no futebol, você enxerga ele de outra maneira, hoje não vejo com a mesma seriedade, não só por causa de mim, isso já ocorre no futebol há muito tempo. Fui culpado e errei, mas não sou só eu que faço isso, e tem muita gente fazendo coisas piores”, afirmou Bruno.