Washington Sebastián Abreu Gallo, ou simplesmente Loco Abreu, conhecido do futebol brasileiro por sua passagem marcante pelo Botafogo, o atacante de 44 anos acertou com seu 31º clube da carreira. Loco Abreu agora vai defender as cores do Sud América, clube de Montevidéu que retorna nesta temporada a primeira divisão nacional.
Além do folclore e de ser um andarilho do mundo da bola, Loco Abreu, por outro lado, tem histórias interessantes ao longo de sua carreira, desde a parceria com Ronaldinho Gaúcho, até um lance marcante nas quartas de final de uma Copa do Mundo.
Loco Abreu e Maradona
Primeiramente, em 1996, quando defendia o San Lorenzo, Loco Abreu conheceu uma lenda do futebol mundial, Diego Armando Maradona que na época era jogador do Boca Juniors e se encaminhava para o fim de sua brilhante carreira. Já Loco Abreu desfrutava de sua primeira experiência profissional longe do Uruguai. Abreu e Maradona construíram uma amizade que surgiu nas casas noturnas de Buenos Aires.
“Conheci o Maradona em 1996, em Buenos Aires. A minha vida noturna era agitada e costumava frequentar alguns lugares que ele também marcava presença. Foi assim que surgiu a nossa amizade.” Declarou.
Atualmente Loco Abreu é o único jogador ainda em atividade que jogo contra Maradona, assim que ele se aposentar a era Maradona estará oficialmente encerrada.
Parceria com Ronaldinho Gaúcho
No ano de 1998, Loco Abreu foi contratado pelo Grêmio por empréstimo junto ao La Coruña, da Espanha. Em sete jogos, marcou apenas um gol. Apesar de sempre deixar claro que não concordava com algumas decisões tomadas pela gestão da época, Loco Abreu fez parte de um momento importante na história do Grêmio, do futebol brasileiro e mundial. Ter jogador ao lado da então jovem promessa, Ronaldinho Gaúcho.
A parceria no tricolor gaúcho durou pouco tempo, mas foi o suficiente para Loco Abreu ter em seu museu pessoal, na cidade de Minas, Uruguai, fotos ao lado de Ronaldinho Gaúcho. Posteriormente, Abreu ainda jogou no Tecos, do México, ao lado de Roberto Assis, irmão e hoje empresário do craque. O contato serviu para aproximar as famílias e reforçar a admiração mútua.
Sucesso no México
A fama de não ser atleta de um time só de Loco Abreu começou no México. No país da América do Norte, Abreu atuou por sete equipes, e em praticamente todas obteve sucesso quando o assunto era marcar gols.
Tecos, Cruz Azul, América, Dorados de Sinaloa, Monterrey, San Luis e Tigres, esses foram os times que Loco Abreu defendeu em solo mexicano. Ao todo foram 125 gols em 200 partidas disputadas. Destaque para a passagem no Tecos, onde marcou 34 gols em 51 partidas, e Cruz Azul onde foi as redes 46 vezes em 51 partidas disputadas.
Loco Abreu, da mesma forma que o brasileiro Cabinho, é o jogador que mais vezes se tornou o artilheiro da Primeira Divisão do México em times diferentes.
Passagem pelo Botafogo
No dia 6 de janeiro de 2010, Loco Abreu recebia das mãos de Zagallo, na sede do clube em General Severiano, a camisa 13 do Botafogo, e a história de Loco na estrela solitária foi bonita.
Além dos 62 gols em 105 partidas pelo Botafogo, sendo o artilheiro do clube na década, Loco Abreu imediatamente ganhou a idolatria definitiva no dia 18 de abril de 2010. Na final da Taça Rio contra o Flamengo, Loco Abreu mostrou o porquê do apelido, e de cavadinha fez o gol de pênalti que garantiu a conquista do estadual para o clube. Além do título, o Botafogo ainda acabou com a sequencia de três finais perdidas consecutivamente para o Flamengo.
Constantemente, Loco Abreu concede entrevistas relembrando a passagem pelo Botafogo, e sempre fala como o time que na época era comandado por Joel Santana, jogava feio.
“Ninguém acreditava na gente. Na final do primeiro turno, contra o Vasco, a gente ganhou por 2 a 0. Mas de verdade? A gente jogava feio. A gente não sabia como ganhava, só sei que ganhamos.” Disse em entrevista ao programa Troca de Passes em março de 2020.
Copa do Mundo de 2010
Em 2010, Loco Abreu foi convocado para a sua segunda Copa do Mundo. Reserva de Forlán e Suárez no ataque da Celeste, Abreu jogou apenas quatro, das sete partidas da seleção uruguaia naquele mundial, somando apenas 75 minutos em campo. Porém, novamente foi protagonista numa disputa de pênaltis.
Após o empate por 1×1 no tempo normal, no jogo que ficou conhecido pela defesa de Luis Suárez no lance que eliminaria o Uruguai, a partida foi para as penalidades, e Loco Abreu foi responsável pela cobrança decisiva da seleção uruguaia. Ao contrário do que muitos imaginavam, Loco Abreu voltou a cobrar com a famosa cavadinha, superando o goleiro Richard Kingson e colocando o Uruguai novamente numa semifinal de Copa do Mundo.
Constantemente o lance é retratado com vídeo e áudio no museu do futebol, localizado no estádio Centenário em Montevidéu.
Treinador e jogador
Foi no Boston River, modesto clube da cidade de Florida, no Uruguai, que Loco Abreu finalmente teve a sua primeira experiência como treinador-jogador, antes disso ele havia apenas treinado interinamente o Santa Tecla de El Salvador por quatro partidas.
O desempenho de Loco Abreu como treinador e jogador do Boston River não foi nada boa. Abreu comandou o time em 18 jogos, obteve três vitórias, sete empates e oito derrotas. Ele se escalou 14 vezes e marcou dois gols no período em que também foi técnico. Como resultado do péssimo aproveitamento, Abreu acabou demitido do clube.