Apolo e Dionísio são dois deuses filhos de Zeus na mitologia grega. Apolo representa a razão e o racional, já Dionísio, a loucura e o caos. Os dois, apesar de serem antônimos naturais, não eram vistos pelo povo grego como rivais ou opostos, mas sim como complementares um do outro.
O Palmeiras – apesar de às vezes parecer que sim – não é mitológico, mas vive perfeitamente um caso de dualidade apolínea e dionisíaca, que, curiosamente, se explica em números (na parte de trás do uniforme, é verdade). A razão e o racional, representantes de Apolo, possuem do seu lado o 9 de Evair, o 10 de Alex, o 1 de Fernando Prass e, atualmente, o 21 de Weverton, mas o que seriam desses “Apolos” sem seus “Dionísios”? A loucura e o caos, no Palestra Itália, vestem a 7.
O 9, o 10, 1 e o 21, para brilhar, tiveram sempre ao seu lado uma camisa 7 que mudou de nome, mas não de essência: Evair teve Edmundo, Alex teve Paulo Nunes, Prass teve Dudu e Weverton, agora, tem Rony. Assim como um mito, esse funcionamento do Maior Campeão Nacional não precisa de comprovação ou fórmula científica para ser real, ele apenas é.
Os 7`s têm muito em comum, e nada poderia explicar melhor que a loucura e o caos. São diferentes. São animais, guerreiros, diabos loiros e, hoje, rústicos. Rústico, sim! Rony mereceu receber a camisa 7 não pela qualidade técnica ser compatível a de seus antecessores, mas pelo tanto que se doa por ela para, ao menos, poder ser comparado com eles. O mesmo criticado(“injustamente, exclamação!”, diria Avallone) por não prender uma bola sequer em seu pé, foi um dos principais responsáveis entre os “libertadores” da espera palmeirense pela glória continental.
Além disso, na estreia da 7 nas costas, apesar de ser improvisado como centroavante, o atacante não proporcionou nenhuma novidade: Foi decisivo quando necessário em uma decisão de mata-mata internacional. Pois é.
Dizem que a primeira impressão é a que fica… Se assim for, o romance de Ronielson com a dionisíaca camisa 7 pode até ter suas tensões, mas com certeza não será infeliz como o final de uma tragédia grega.