Dia da mulher: jogar é lutar

No Dia Internacional da Mulher, a celebração faz parte de uma história de batalhas

8 de março: data escolhida para comemorar o Dia da Mulher. Assim como gerou mudanças no cenário mundial, — reivindicações por melhores condições trabalhistas — contou com o surgimento de movimentos feministas mobilizadores de grande potencial. No esporte, principalmente no futebol, a voz delas transformou-se em importante ferramenta contra questões de disparidade salarial e desigualdade de gênero.

Na história do futebol feminino, as transformações foram resultado de anos de luta por espaço e visibilidade. No Brasil, durante o governo Vargas, entretanto, foram proibidas de jogar, devido a implementação de um decreto-lei, que alegava questões físicas como um empecilho para a prática do esporte. Contudo, o direito foi reconquistado décadas depois, e, aos poucos, conquistavam pequenos espaços.

Sissi, meio-campista e artilheira da Copa do Mundo de 1999. Foto: Tim Sloan/Getty Images

 

Pioneirismo: Dia da Mulher

Equipe levada à China em 1991. Neste dia Dia da Mulher, o passado turbulento é mensagem para um futuro atuante. Foto: Acervo pessoal/Lunalva Torres de Almeida

 

Por anos, preconceitos e desafios estavam presentes em seu cotidiano, e de certa forma, praticavam uma modalidade “clandestina”. Porém, o cenário começa a mudar na década de 80 — período em que a seleção brasileira masculina já sonhava com o tetra, que veio apenas em 1994 — com regulamentação e permissão de disputa de campeonatos.

A primeira Copa do Mundo lhes foi concedida em 1991, realizada pela FIFA, na China. Sob condições precárias, sem o mesmo profissionalismo que se espera da entidade organizadora e das federações, assim o evento aconteceu.

Nomes fundamentais

Da esquerda para a direita, Formiga, Marta e Cristiane: históricos nomes da geração mais respeitada da seleção feminina. Fundamentais na celebração do Dia da Mulher. Foto: Guang Niu/Getty Images

 

Dessa maneira, mesmo diante do abismo entre as seleções masculina e feminina brasileira, um trio de atletas chama atenção: Marta, Cristiane e Formiga. As três passaram por situações avessas em que sofriam para conquistar o mínimo que lhes era devido. Nas quatro linhas, o futebol apresentado era invejável, que logo lhe rendeu seis prêmios de melhor do mundo. Cristiane, tornou-se a maior artilheira da história das Olimpíadas, entre homens e mulheres. Formiga, única atleta a participar de todas edições de Jogos Olímpicos até hoje. Assim, competir o Campeonato Brasileiro, a Libertadores e fazer do Brasil uma seleção competitiva, são resultado de lutas roteirizadas por elas.

Para as meninas: a luta continua

Falar dos torneios e suas singularidades, não são suficientes para descrever uma data especial como essa. A falta de espaços de fala e de posicionamento, por muito, deixou as mulheres negligenciadas. Dentre as grandes craques do futebol mundial hoje, Alexia Putellas, Viviane Miedema e Wendie Renard, — atuam no futebol europeu e também compõem uma era vitoriosa na modalidade — para terem conseguido alcançar prêmios coletivos, contaram com o apoio do time, patrocinadores, e torcedores, que cada vez mais apresentam interesse em uma modalidade crescente. Profissionais desse nível, ontem e hoje, ajudaram a construir meios para que garotas de qualquer lugar do mundo, possam jogar bola e desfrutar.

Alexia Putellas, meia-campista do Barcelona ao lado dos troféus conquistados. Foto: Reprodução/Instagram

 

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