Um texto sobre o futuro: Endrick é a mais nova joia do futebol brasileiro

Joia palmeirense estreia aos 16 anos de idade pelo profissional

O futebol no Brasil sempre foi uma ferramenta de revolução e de transformação social. Quer queiram ou não, é inegável que política e futebol se misturam, vide isto é que é um dos desportos – se não o principal – que pode transformar a realidade financeira de um indivíduo. Diante disto, já conhecemos diversas histórias de jogadores que driblaram todas as adversidades de um país em que a desigualdade social grita mais alto que uma arquibancada.

Ontem, no dia 6 de outubro de 2022, a mais nova joia a ser lapidada pela Sociedade Esportiva Palmeiras, Endrick, que ainda é só um garoto de 16 anos, negro, e que antes de chegar ao clube paulista – a fome era o principal adversário na vida – estreou profissionalmente pelo clube. Um garoto de 16 anos que teve que puxar a responsabilidade de providenciar sustento para a família, como a maioria de quem vive uma dificuldade com a realidade financeira. “Pai, pode deixar que eu vou ser jogador de futebol e vou tirar a gente dessa dificuldade”. Este depoimento, declarado em uma entrevista à TV Gazeta pelo pai do jogador, foi proferido pelo jogador.

Endrick, reiterando que tem apenas 16 anos, já conquistou praticamente tudo o que podia conquistar pela base palmeirense, o mais recente título é o da Copinha deste ano, em que o jovem fez o primeiro gol na final, dentre seus seis gols na competição. E agora, sua missão é ganhar mentalidade, resistência, físico e principalmente, controle, para sobreviver no futebol profissional. 

Mas o moleque tem personalidade, tem habilidade, e tem a ginga do futebol brasileiro, que ficou marcado pelo “Joga Bonito”, àquele comercial da empresa americana Nike, que é fornecedora do jogador. Foram feitos um para o outro? Não se sabe, mas é evidente que ele pode ser um dos principais jogadores brasileiros daqui há alguns anos, como Andrey Santos, de 18 anos, jogador do Vasco, Matheus Nascimento, também 18, do Botafogo, Matheus Lima, meia santista com a mesma idade do palmeirense, entre outros.

Nesta semana foi anunciado mais um corte no orçamento da educação, por Arthur Lira, Bolsonaro e sua trupe de descompromissados (para não dizer algo pior) com questões públicas de política base, como educação, saúde, etc. E quanto aos outros jovens que podem não realizar o sonho de ser mais um jogador de futebol? E quanto aos jovens que não querem ser jogadores, mas que também sonham conquistar e realizar feitos em outras áreas? O futebol é uma válvula de escape para isto. Socializa, transforma e molda pessoas. Embora muitos jogadores concordem com essa destruição promovida pelo até então presidente.

Endrick é o futuro do Palmeiras e também é o futuro do Brasil. Esperamos e torcemos para que ele consiga se destacar, e servir, como um espelho para outros jovens no Brasil. Boa sorte na sua carreira!

A estreia de Endrick

                                                                                                                                O início de uma nova jornada para Endrick. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Recepcionado por um público de mais de 39 mil pessoas, ovacionado pelo canto: “Olê, lê. Olá, lá. O Endrick vem aí e o bicho vai pegar!” O jovem atacante teve a sua principal torcida ontem, que era seu pai. Infelizmente não contou com a presença do falecido avô, que queria vê-lo jogando profissionalmente.

Entrou aceso no jogo aos 22 minutos do segundo tempo, no lugar de um atual ídolo palmeirense, Rony – mais um exemplo de ascensão com a ajuda do futebol. E o primeiro lance do garoto foi uma falta em cima de Boschilia.

Aos 29 minutos, Endrick perdeu um gol cara a cara com o goleiro do Coritiba, após receber passe de Bruno Tabata. Ainda teve uma oportunidade no final do jogo de mostrar seu futebol: recebeu uma bola em velocidade, partiu para cima dos marcadores adversários, mas faltou cabeça para poder alçar os companheiros de equipe, que estavam dentro da área.

De acordo com a plataforma Sofascore, o atacante teve uma nota de 6.2, tocou nove vezes na bola, acertou dois passes, sendo um decisivo e finalizou duas vezes ao gol.

A ansiedade por estrear, após alguns jogos no banco, pode ter contido o seu futebol, mas a tendência é de que o jovem possa ter mais oportunidades para ser utilizado pelo treinador Abel Ferreira.

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