Madina Taimazova: o símbolo da superação nas Olimpíadas

Guarde essa data: 28 de julho de 2021. Nesse dia, nas Olimpíadas, entrou em cena a judoca Madina Taimazova.

Decerto, adiante, será lembrada, dentre outras coisas, pela sua polemica luta contra a Maria Portela. Sim, leitor, ocorreu um erro tremendo, principalmente ao não marcar aquele waza-ari decisivo, que encerraria a peleja a favor da Portela – desclassificada ao levar sua terceira punição, durante o Golden Score. Entretanto, Madina foi muito além de um erro a seu favor.

Chamou a atenção do público o olho roxo que carregava consigo, no lado direito. Dura na queda, aquela calosidade, certamente, incomodava demais. Prosseguiu.

Após a brasileira, enfrentou a japonesa Chizuru Arai. Depois de mais de 12 minutos de Golden Score, a atleta do ROC (Comitê Olímpico Russo) sofreu uma imobilização e acabou apagando, saindo carregada do tatame. Fim da linha? Jamais! Surpreendentemente, conseguiu recuperar-se e foi em busca do bronze, diante da croata Barbara Matic.

O começo da história nas Olimpíadas

Juntamente à saliente lesão no olho, destacada, havia, também, marcas de unhas no pescoço, advindas das batalhas anteriores. Taimazova incorporou, dentro de si, um verdadeiro Exército Vermelho, tal qual na Segunda Guerra, mantendo-se de pé, ignorando a exaustão. As tentativas da Barbara, inúteis, barravam na bravura da oponente que, mesmo cansada, não sucumbia aos golpes. Passado o tempo regulamentar, o Budokan testemunharia outro ponto de ouro.

Momentos marcantes são raros e, quando presenciamos, nos sentimos vislumbrados. Os Jogos são especialistas nisso. Seja no passado ou presente, o esporte regozija ante tantas superações e conquistas. A russa conseguiu inserir seu nome nesse seleto hall.

Então, o Golden Score, que castigava mais uma vez a lutadora, agora, premiava seu esforço. Passados 1 minutos de tempo extra, o waza-ari favorável sacramentava o suor, exaustão e a dor. A medalha no peito coroava o brio de uma guerreira de kimono. O esporte do “caminho suave” agradece – o judô na essência.

Logo, Madina Taimazova adentrou no púlpito dos Seres Humanos que, independente de tudo, escolheram não desistir. Assim como Derek Redmond que, em Barcelona-92, acolhido pelo colo do pai, aos prantos, ultrapassou a linha de chegada e um tendão rompido, durante as semifinais dos 400 metros. Eles estão lá, “no pódio mais importante dentre todos: o da história”.

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