A Colômbia está em chamas, desde o dia 28 de abril. Segundo registros, 47 pessoas morreram nos protestos, sendo 35 dessas mortes em Cali. Enquanto isso, na quinta-feira (13), pela Libertadores, América de Cali e Atlético Mineiro enfrentavam-se, na quarta partida da fase de grupos. Do lado de fora do estádio, manifestantes digladiavam contra as forças de segurança do país, como vem ocorrendo rotineiramente, em oposição as reformas tributárias, e demais injustiças sociais, empreendidas pelo governo do presidente Iván Duque.
No decorrer do jogo, o gás lacrimogêneo, usado para dispersar os manifestantes, entrava em cena. Os atletas das duas equipes sentiram na pele – e nos olhos. A partir daí, cusparadas eram vistas corriqueiramente, no intuito de amenizar os males do artefato. Diante disso tudo, face as incertezas, a partida prosseguiu, ao som de bombas, que irrompiam a poucos metros da cancha, na parte externa. Em seguida, na entrevista coletiva, o técnico Cuca, do Galo, elogiou a atitude do árbitro, por não cancelar o jogo. Hoje, o clube decidiu a ida da final do Campeonato Mineiro, o que dificultaria um possível adiamento do duelo da “Liberta” – reflexos do calendário brasileiro.
Um “murro em ponta de faca”, no sentido literal, dado pela CONMEBOL. Insistiram no erro, como se nada estivesse acontecendo. E vale ressaltar que, na Colômbia, o campeonato local está paralisado, devido a ebulição popular. Então, o que justificaria a realização do confronto, além da já conhecida ganancia e senso de poder, proveniente da confederação sul-americana?!
Logo, o que vimos em solo colombiano, foi algo chocante, com o futebol assumindo o papel de um náufrago, isolado de tudo. Contudo, vindo do nosso continente, passa longe de ser algo surpreendente, pois, aqui, “paz” e “normalidade” são devaneios coletivos, palavras restritas aos dicionários, uma verdadeira quimera dos tolos.
Ah, caro leitor, não se esqueça que, entre os dias 11 de junho e 10 julho, será disputada a Copa América 2021, em duas sedes: Argentina e Colômbia, simultaneamente. Sim, a Colômbia! E quem dera fosse piada.
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