Nós que te pedimos desculpas, Bruninho

A relação entre ser humano e futebol pode ser bem tóxica e desproporcional às vezes, além de doentia. Desde quando as cores vestidas impedem que outras possam ser admiradas? Ou melhor, desde quando pessoas não podem ser admiradas pelas cores que vestem? 

Um amor passado de pai para filho não pode ser colocado em xeque por um simples pedaço de pano. Pano esse que muitas vezes reflete o sentimento por determinado clube, com certeza, mas que em outras, como essa, acaba sendo rasgado junto com toda esperança que temos.

Só um jogo, só uma criança

O “não é só futebol” não pode mais ser seguido à risca por más canetas, que tudo o que desejam é manchar uma história bonita. Para quem ainda não entendeu nada: a rivalidade existe somente dentro das quatro linhas e a linha do respeito não deve ser cruzada fora delas.

Em nenhum mundo minimamente normal uma criança precisa se desculpar por algo que não representa, nem de longe, um erro. Esse não é o espírito. 

O problema não é você

Nós sim te devemos desculpas, Bruninho. Pedimos desculpas por termos alimentado durante tantos anos atitudes grosseiras e hostis fantasiadas de paixão pelo futebol. Pelo respaldo dado a um discurso que, nestes casos, é completamente ilusório e utilizado como escudo para a canalhice. Desculpas por não enxergarmos as coisas com seus olhos.

A relação entre ser humano e futebol precisa sim ser revista com absoluta urgência para que a gente não perca, ainda mais, o que nos fez construí-la. 

 

Siga-nos no Twitter! 

você pode gostar também