Lá e cá, tal qual nos áureos momentos do esporte-bola.
Dois times que justifiquem seus triunfos, demonstrado que, demasiado seja o descaso da confederação, ante os apelos de um calendário mais justo – e a conivência dos dirigentes – proponham a ofensividade, incrustada na nossa genética.
No domingo, dia 11, provou-se a real força dos mais recentes dominantes. O lado Verde, desde 2015, vem empilhando títulos, quando, naquele período, após o catastrófico centenário, a reconstrução necessitava de frutos, no intuito de retornar ao protagonismo perdido. O outro, rubro-negro, arrumada as finanças, demorou para erguer as taças almejadas, porém, a partir de 2019, o bonde perdeu os freios, atropelando todos que estavam na sua frente.
Embora essas duas agremiações estejam prevalecendo nas últimas conquistas nacionais e continentais, muito improvável que testemunharemos um “efeito Espanha”, dado a extrema competitividade do nosso campeonato, mesmo que seja “por baixo”, em comparação com as grandes ligas europeias. Tome como o exemplo as temporadas 2018 e 2019, com o Athletico Paranaense ganhando a Copa Sul-Americana e a Copa do Brasil, respectivamente – eliminando o Flamengo, inclusive, em uma dessas taças; a força, muitas vezes subestimada, do Grêmio, sempre presente nas fases mais agudas dos mata-matas, desde a chegada do Renato; a juventude talentosa do Santos que, na Libertadores de 2020, mostrou-se capaz de suplantar as punições sofridas pela Fifa, chegando à final, após destroçar o Tricolor gaúcho e o Boca Juniors, na fase eliminatória – e, até esse momento, em 2021, a safra parece ser excelente; o forte elenco montado pelo Atlético Mineiro, nessa temporada; e o horizonte esperançoso que se abre ao São Paulo, com Hernan Crespo. Enfim… imaginar um cenário dualista, no futebol brasileiro, é algo que, dificilmente, se concretizará. O porvir está recheado de grandes escretes, desafiando a ambiguidade Rio-São Paulo.
O que nos resta, hoje, é o prazer de presenciar o ar puro do talento, correspondendo às expectativas dentro de campo. Do artilheiro marrento, comprovando sua predestinação. Ao goleiro que, a cada defesa brilhante, aspira uma vaga a Santo. De fato, uma Super partida, na Supercopa. Esse é o futebol que queremos e, sim, podemos exercer, pois a pátria nunca pendurou suas chuteiras.