Quem é o verdadeiro culpado pelo vexame do Flamengo no Mundial?

Derrotados pelo Al Hilal na semi, o Rubro-Negro se despede precocemente do sonho do bicampeonato

O Flamengo foi eliminado da pior forma, a que todos temiam. O Mais Querido pagou caro, após meses de olhos fechados ignorando diversos erros que apontariam para o caminho que conhecemos neste dia 7 de fevereiro: o vexame. A conta ainda veio com juros altíssimo, já que não apenas um, como praticamente todo o time que trajava vermelho e preto foi mal dentro de campo, e pouco conseguiram colaborar para que o Flamengo saísse vivo do tão almejado sonho.

Eles pediram. “Nação, ouse sonhar!”. Sabíamos da dificuldade e dos diversos problemas que envolveram o Flamengo nos últimos dias, mas ainda assim, sonhamos. Porém, o baque vivido contra o time saudita nesta terça-feira, foi tão duro quanto acordar sem a noção de onde está, ou até mesmo, do que te trouxe até ali. Onde estava a alma vitoriosa que nos acompanhou no último ano? Onde está a Raça, o Amor e a Paixão?

São perguntas sem respostas, diante de tanta apatia vista em campo, em plena competição mais importante do futebol sul-americano. Mas quem nos tirou esse sonho do bi? Quem é o verdadeiro culpado?

Vitor Pereira

Vitor Pereira coleciona desastres até então. (Foto: Fadel Senna / AFP)

O primeiro réu é Vitor Pereira. Muitos dizem que “ainda é cedo para julgar”, e podemos entender até certo ponto, mas há motivos suficientes para questionarmos o português de suas escolhas. Escolhas essas, que comprometeram completamente o futebol do Flamengo neste jogo.

Primeiro, Vitor tira do Fla uma das engrenagens que faz a máquina Rubro-Negra funcionar: Arrascaeta. O uruguaio não estava bem em campo, de fato, mas a mágica de Giorgian vem de quando menos se espera dele. O fator físico pode ter implicado na escolha do técnico, mas será mesmo que o camisa 14 não conseguiria atuar, ao menos, no começo da 2ª etapa?

Por fim, o português também tira Everton Ribeiro, outra peça fundamental que dava vida ao meio-campo do Flamengo. O técnico partiu para o tudo ou nada, mas ainda dava tempo de organizar e ter frieza na hora de mudar a equipe. As entradas de Pulgar (falaremos logo mais), Fabrício Bruno, Cebolinha e companhia não mudaram em nada, pelo contrário, comprometeu ainda mais o futebol do Fla, que naquele momento do jogo já era inexistente.

Matheuzinho e Gerson

Gerson foi de herói a vilão. (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

Logo no começo do jogo, o placar ficaria totalmente favorável aos sauditas. O erro de Matheuzinho instalou a insegurança no Flamengo, que parecia antes disso, estar confiante. Com apenas 22 anos, Matheuzinho tinha a responsabilidade de trazer estabilidade para a lateral Rubro-Negra, que há 42 anos pertencia a Leandro, ídolo que acompanhava o Mais Querido no Marrocos. Tamanho era o compromisso para ele. E já sabíamos que ele não daria conta, por spoilers concebidos em jogos passados.

Gerson, que retornou ao Rio de Janeiro para ser ainda mais ídolo, virou vilão. É o segundo título que o jogador compromete, um pela atuação ruim e agora, com uma expulsão infantil. Dois lances evitáveis e de puro descuido, que custaram a taça do Mundial de Clubes. Doeu ver o Coringa que tanto idolatramos, que tanto torcemos para voltar ao Flamengo, entregar de bandeja o jogo mais importante do ano.

Erick Pulgar

Erick Pulgar fez torcida relembrar dia que lutamos para esquecer. (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

O chileno, que assim como seu compatriota Vidal, não mostrou ainda para que veio. O jogador acumula partidas pífias com o Manto Sagrado, e dessa vez não foi diferente. Como uma reprise da Libertadores de 2021, Pulgar erra passe grotesco e concede ao Al Hilal a chance de ampliar o placar sobre o Flamengo. O volante foi um desastre em campo, além da sintonia nula com Thiago Maia, que também não fez uma boa partida.

A Diretoria

Braz, Landim e Spindel são irresponsáveis. (Foto: Divulgação/FlaTV).

No banco dos réus, a sentença maior vai para a Diretoria do Flamengo. Em mais um ano de péssima gestão, Rodolfo Landim, Marcos Braz e companhia trabalharam muito… para que o Rubro-Negro passasse uma das maiores vergonhas de sua história. São diversos erros cometidos pelos dirigentes, os quais alguns irei citar aqui:

Venda de João Gomes

Apesar do valor bem negociado, aparentemente, Marcos Braz se esqueceu que o Flamengo teria um Mundial logo ali para disputar. João Gomes, que era o pulmão do Rubro-Negro, deixou o Fla quando mais se precisou dele, e fez enorme falta nos títulos perdidos em 2023.

A contratação de referência “mundial”

Com a confirmação que o Fla disputaria o Mundial de Clubes, a Diretoria prometeu uma contratação “bombástica” para o torneio. Onde está, Braz?

40 dias de férias

Faltando pouquíssimos dias para a competição mais importante da temporada, o Flamengo começou a sua preparação. Antes de encarar o Al Hilal, o Mengo havia jogado apenas 5 vezes com o novo técnico. Sem adaptação alguma ao novo estilo de jogo, o Fla viajou “a Deus dará” para o Marrocos.

Sempre as pressas

Pare para pensar. Qual foi a última vez que a Diretoria do Flamengo conseguiu escolher um novo comandante com calma, sem pressão?

A saída de Dorival Júnior, ainda muito contestada por grande parte da torcida, pedia aos dirigentes cautela na hora de escolher um novo treinador. No entanto, mesmo sabendo do calendário difícil em 2023, a Diretoria preferiu escolher um técnico comprometido com outra equipe, e que só ficaria disponível para o Flamengo há menos de 2 meses da competição mais importante do Rubro-Negro.

Dessa forma, são diversos os culpados e personagens dessa triste eliminação sofrida hoje. O que resta é juntar os cacos, aprender com os erros (finalmente) e levantar a cabeça, afinal de contas, mais 5 competições aguardam o Flamengo neste ano.

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