O Palmeiras, na temporada 2021, superou as desconfianças. Mesmo com os três títulos conquistados em 2020, o clube contratou apenas dois jogadores, sendo eles Piquerez e Jorge, para repor a lateral-esquerda. Além do mais, contou com a volta de Deyverson e Matheus Fernandes, que estavam emprestados, e do crack Dudu, vindo do Catar. Dessa maneira, o técnico Abel Ferreira encarou mais um ano de trabalho.
Os baques na Supercopa e Recopa
De início, o Verdão encarou a Supercopa e Recopa – nessa ordem -, devido as conquistas da Copa do Brasil e Libertadores, respectivamente.
No primeiro torneio, uma bela partida, diante do poderoso Flamengo, campeão do Campeonato Brasileiro. Naquele jogo, os paulistas foram ao ataque, criaram jogadas, levando a decisão às penalidades. Mesmo, na marca da cal, estando em vantagem por duas vezes, o título não veio. Sem tempo para lamentações, o próximo desafio seria a Recopa.
Pela taça continental, o rival seria o argentino Defensa Y Justicia. Como visitantes, vitória brasileira por 2 a 1. No entanto, mesmo em casa, o Alviverde sofreu um revés de 2 a 1, levando o gol da derrota nos minutos finais. Tal resultado forçou a prorrogação e, depois, penalidades. Novamente, derrota.
Paulistão: um laboratório para os jovens do Palmeiras
No intuito de poupar os titulares da maratona que foi a temporada anterior, o Palmeiras decidiu lançar alguns garotos. Como resultado, Renan, jovem zagueiro, ganhou seu espaço de destaque, sendo eleito a revelação do Campeonato Paulista.
Mas, nem tudo são flores. Até a última rodada, o clube conviveu com a incerteza se iria ou não classificar à próxima fase, por conta das oscilações no Estadual. Mesmo assim, eliminou, nas quartas de final, o RB Bragantino e, na semi, o rival Corinthians.
Na decisão, outro rival, o São Paulo. Em ambos os jogos, o lado verde da disputa pouco apresentou em campo. O time parecia desconexo e sem criatividade. A derrota, no Morumbi, por 2 a 0, encerrou o jejum de 9 anos sem títulos do Tricolor. Entretanto, fez aumentar as criticas ao estilo de jogo proposto pelo técnico Abel Ferreira.
Copa do Brasil: um novo fantasma alagoano assombra o Verdão
Detentor do título, o Alviverde encarava o alagoano CRB, pela terceira fase da Copa do Brasil.
Em Maceió, num calor que fez o português suar em bicas, triunfo simples, 1 a 0. Em São Paulo, no Allianz Parque, mesmo diante de um bombardeio, os regatianos de Alagoas venceram por 1 a 0. Outra vez defronte as penalidades, o enredo não mudou e os paulistanos foram eliminados.
Comparável a 2002, quando foi eliminado pelo ASA de Arapiraca, o Verdão, de repente, entrou na turbulência que afetam as grandes equipes, frente a resultados vexaminosos. Afinal de contas, mais poderoso, rico e dispondo de um forte elenco, o Palmeiras não conseguiu despachar o CRB, time que estava na segunda divisão.
No Brasileirão, terceiro lugar assegurado
Em determinado momento da competição, o clube esteve na liderança, graças às consecutivas vitórias. Contudo, quando o assunto era enfrentar os seis primeiros colocados, a coisa mudava. Dentre as equipes que integram o G6, o time da Barra Funda conseguiu somar míseros dois pontos – empates contra Corinthians e Atlético Mineiro. Também, derrapadas em jogos que pareciam seguros, impossibilitaram uma disputa mais acirrada pelo caneco do Campeonato Brasileiro.
Apesar dos pesares, manteve-se no pelotão de cima, ficando com a terceira colocação.
Libertadores: mais uma vez, o Palmeiras é dono da América
O planejamento da comissão técnica, que prezou pelos principais atletas do elenco, lá no Paulistão, teve reflexo na conquista da Libertadores.
Ou seja, caso o Palmeiras tivesse ido com força máxima no começo da temporada, sem poupar, o final poderia ser trágico. Do outro lado do muro, exemplificando, o São Paulo concentrou seus esforços no Estadual, obtendo o título. Consequentemente, esse planejamento cobrou seu preço. Por conta da intensa maratona de jogos, o departamento médico do rival acabou insuflando, causado pelas inúmeras lesões.
Com a cabeça fria e o coração quente, Abel dirigiu sua “equipa” rumo ao Tri da Libertadores, sendo o Bi consecutivo. Taticamente, deu um baile em clubes que, individualmente, eram mais fortes – casos do Galo e Flamengo. Dispondo de um elenco com restritas mudanças, soube se reinventar no momento certo, com variações de jogo a todo instante. Enquanto isso, Renato Gaúcho, negacionista da bola e símbolo da soberba do futebol brasileiro, pagou por suas próprias palavras, amargando mais um vice para o português.
Portanto, essa foi a maluca temporada 2021. Embora tudo parecesse perdido, principalmente depois da eliminação na Copa do Brasil, o ano é encerrado com chave de ouro. Agora, com Leila Pereira na presidência do clube, os pedidos do técnico, anteriormente negados, serão atendidos, visando sua permanência na Sociedade Esportiva Palmeiras.