Chelsea domina Tottenham e demonstra variações táticas pela semi da Copa da Liga

No primeiro confronto válido pela semifinal da Copa da Liga, o Chelsea demonstrou superioridade emocional, tática e técnica sobre o Tottenham. Para o time branco, a missão de reverter o resultado é difícil, mas não impossível.

PRIMEIRA ETAPA DE DOMÍNIO ABSOLUTO DO CHELSEA

O jogo começou com demonstrações do que viria a ser toda a primeira etapa: o Chelsea, nos cinco primeiros minutos, pressionou a saída de bola do Tottenham, posicionou os homens de meio na metade ofensiva do campo e buscou jogadas por meio da alternância dos dois flancos. Ou seja, um cenário de domínio total. 

Como já era de se esperar, o primeiro gol dos Blues não demorou muito a sair. Tanganga tentou sair jogando pelo lado direito com Émerson, Marcos Alonso interceptou e acionou Havertz nas costas da zaga. O atacante alemão só empurrou para o fundo das redes. A partir de então, a vida do Tottenham, que já não era boa, começou a piorar. O Chelsea, com sua formação pouco usual de apenas dois zagueiros, assumiu um jogo de construção trabalhada no meio

Até os 25 minutos da etapa inicial, Azpilicueta fazia um perfilamento com os dois zagueiros para promover a saída de bola com três, e Alonso, no outro lado, assumia o papel de ala. A partir dessa formação, saíam jogadas nos dois lados. Havertz e Ziyech, como extremos, alargavam o campo e Mount era o elemento móvel, que percorria pelos dois flancos para gerar superioridade numérica e, assim, construir triangulações. 

Com o domínio de jogo consolidado, o Chelsea passou a alternar suas jogadas. O atacante marroquino arriscava de fora, os dois laterais tentavam encontrar o Lukaku pelo alto e Alonso, em muitas jogadas, compunha o meio juntamente com Jorginho e Saúl. Nesses moldes, os Blues encontraram um equilíbrio entre não dar espaços nas entrelinhas, controlar as bolas nas costas da linha de zaga, fazer uma marcação alta e levar perigo ao gol do Lloris.

Em contraste a esse belo encaixe, os Spurs apresentaram problemas em todas as fases do jogo. Defensivamente, houve muitos erros por desatenção, sobretudo da parte do Tanganga, que teve a ingrata missão de substituir Dier, e buracos deixados na entrada área. Claramente, a equipe carecia de proteção no meio e atenção redobrada nas jogadas de “mano a mano”. No ataque, a tentativa era pegar a defesa do Chelsea desprevenida. Quando os Blues subiam a marcação e o Tottenham conseguia retomar a posse, Lucas e Emerson, pela direita, eram acionados na tentativa de fazer um ataque rápido e direto. As jogadas, no entanto, não saíam como esperado.

No minuto 33, em uma falta alçada na área, Tanganga tentou tirar de cabeça, mas a bola esbarrou em Davies e morreu no fundo do gol. Chelsea absoluto e Tottenham sem um chute a gol no primeiro tempo.

SEGUNDO TEMPO MORNO E COM LEVE MELHORA DOS SPURS

A metade final começou com duas alterações importantes: No Chelsea, Werner no lugar de Havertz. No Tottenham, Ndombele no lugar de Doherty. Por incrível que pareça, Conte abriu mão dos seus três fiéis zagueiros com o objetivo de ter mais criatividade no meio, e Tuchel concentrou as jogadas pela esquerda. 

As primeiras ações do segundo tempo foram dos Spurs. O time voltou com Kane mais recuado no flanco esquerdo do meio e Ndombelé mais ao centro. Os dois se alternavam e se articulavam para criar. Além disso, o time em geral aparentava estar mais atento à possibilidade de diminuir o placar. Aos 49, Kane deu trabalho ao goleiro Kepa em uma cobrança de falta. Entretanto, mesmo com a melhora do time branco, o nível de atuação do Chelsea não diminuiu. 

Werner foi uma importante válvula de escape nos bons momentos do Tottenham. O atacante alemão, em extrema amplitude no lado esquerdo, cortava para dentro e, assim, abria múltiplas oportunidades de jogada. Com esses movimentos, surgiu uma boa finalização de fora da área e uma troca de passes com Ziyech. Ambos quase terminaram em gols. 

Por volta do minuto 70, a partida ficou administrada e as chances reais de gol desapareceram. Para reverter esse quadro, o treinador italiano colocou em campo Winks, Bryan Gil  e Lo Celso, e o alemão, Loftus Cheek, Kovacic e Pulisic. As novas caras não trouxeram muitas alterações táticas.

Quase no fim, Bryan gil protagonizou o lance maior perigo dos Spurs na partida. Ele passou de Pulisic no lado esquerdo, foi ao fundo e cruzou para Davies. O lateral chutou bem, mas parou em Kepa. No fim das contas, o resultado foi muito bom para o time da casa, mas poderia ter sido ainda melhor, dado o grande número de chances desperdiçadas. Cabe ao Tottenham retomar o nível de atuação dos últimos jogos para reverter o placar.

FICHA TÉCNICA

Ocasião: Chelsea e Tottenham

Local: Stamford Bridge

Árbitro principal: Craig Pawson

Escalações: 

Chelsea: Kepa; Azpilicueta (Vale); Rudiger; Sarr; Alonso; Jorginho; Saúl (Kovacic); Havertz (Werner); Mount (Loftus Cheek); Ziyech (Pulisic).

Tottenham: Lloris; Tanganga; Sanchez; Davies; Hojbjerg; Skipp (Winks); Emerson; Doherty (Ndombélé); Lucas (Bryan Gil); Kane; Son(Lo Celso).

Gols: Havertz (5’); Davies – contra (34’)

Cartões amarelos: Sarr (62’)

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