Aquele que não merece mais ser nomeado foi condenado a nove anos de prisão, junto com comparsa. Segundo um advogado criminalista, desde 2017 os casos de condenações impostas no estrangeiro podem acontecer em solo brasileiro. Ou seja, apesar do crime ter sido cometido na Itália, a pena pode – e deve – ser cumprida no Brasil. O que nos faz pensar, com um pouco de otimismo, que pelo menos a justiça será feita e atos asquerosos e criminosos como este não passarão impunes.
Não é suspeito, é condenado
Inocente até que se prove o contrário é um lema que se esvai no meio de uma condenação. O famoso, rico, com uma carreira de respeito, acha e tem a certeza da impunidade após desrespeitar uma vida. Após desrespeitar uma mulher. A vulnerabilidade não é uma desculpa para que você adentre uma área impedida e abra uma ferida que talvez jamais seja curada.
O álcool não te faz mais corajoso e muito menos faz dela uma presa fácil para que você cometa um crime e tente justificar com um líquido que nada tem a ver com seu caráter manchado. Caráter. Essa é uma palavra bastante utilizada como escudo através do “quem me conhece sabe”, mas pouco conhecida. Caráter é tudo que você não tem e debocha dessa falta.
A mulher não merece ser condenada por sentir vontades e atrações. Condenado merece ser aquele que não tem consentimento para isso e invade estes pensamentos físicos mesmo assim. Mesmo com a lei. Mesmo com uma história em sua frente que será contada de uma maneira diferente porque ele “não conseguiu se segurar”.
Quem não se segura agora estará segurando as grades de uma cadeia que, se houver algo justo, será longa. Não é inocente, não é suspeito, é condenado.
Não é jogador, é criminoso
Tentar se defender e ter alguém que tente te defender é uma das coisas mais asquerosas em um delito que já é repugnante por si só. Uma advogada, mulher, que defende o indefensável com ameaças, é tudo aquilo que a verdadeira vítima não precisava. É tudo aquilo que ninguém precisava. Imprensa, torcedores, mulheres, seres humanos, não precisavam estar diante de cúmplices de um criminoso aplicando o desserviço à justiça, à empatia.
O futebol não está acima do bem e do mal, assim como na sociedade um homem não está acima da lei. Ou pelo menos é este o ideal. Todas aquelas que infelizmente passaram por isso precisam de força. As mulheres precisam de força. Há de ter a paz.
Enquanto isso, o ideal é que o criminoso, não jogador, apodreça na cadeia abraçado em todas as atitudes nojentas que teve dentre a mais horrenda de todas. Que pedale atrás das grades e nunca mais, jamais, alguém se atreva a tentar colocar um estuprador como ídolo.
