Quem foram os 10 últimos treinadores da Seleção Brasileira masculina?

Com o ciclo para a Copa do Mundo de 2026 começando, relembre os últimos comandantes da maior campeã mundial

Antes mesmo da Copa do Mundo de 2022, Tite já havia comunicado que deixaria o comando da Seleção Brasileira após o Mundial – independentemente de qualquer resultado final do Brasil no torneio. E assim aconteceu.

Logo, desde o fim do contrato de Tite a Seleção Brasileira masculina está sem treinador, se apoiando em Ramon Menezes como interino até que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tome uma decisão final sobre quem será o próximo a assumir a seleção com mais títulos mundiais na história.

Até que isso seja feito, vamos a uma viagem no tempo para relembrar os últimos 10 treinadores.

Tite

Tite com a lista final da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo do Catar. Foto – Lucas Figueiredo/CBF

 

Adenor Leonardo Bacchi, mais conhecido como Tite, foi o último treinador do Brasil, assumindo o cargo em 2016, em um momento de fragilidade da Seleção. O treinador conseguiu reverter o cenário deixado por seu antecessor e criando uma nova estrutura no grupo. Ele se manteve à frente da Amerelinha na disputa das Copas do Mundo de 2018 e 2022.

Tite comandou a seleção em 81 jogos entre amistosos e jogos oficiais, conquistando 60 vitórias, 15 empates e apenas seis derrotas. Ou seja, um aproveitamento de 80,2%. Apesar do bom aproveitamento numérico, em termos de títulos, o último treinador do Brasil terminou sua passagem com apenas uma conquista: a Copa América de 2019.

Dunga (Segunda passagem)

Fiascos nas competições e ambiente instável, Dunga não completou o ciclo. Foto – J. C. Cárdenas (EFE)

 

 

Em julho de 2014, Carlos Caetano Beldorn Verri, o Dunga, foi apontado como novo treinador da Seleção após o fiasco da Copa do Mundo de 2014 diante da Alemanha na semifinal.

O início da segunda passagem de Dunga como técnico da Seleção foi animador: o Braisl engatou 11 vitórias seguidas – sequência encerrada com a derrota para a Colômbia na fase de grupos da Copa América de 2015, na qual o Brasil foi eliminado nas quartas de final para o Paraguai nos pênaltis. Pouco depois, o Brasil começou mal nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018 e foi eliminado na fase de grupos da Copa América Centenário (2016).

Enquanto Dunga terminou sua segunda passagem com 100% de aproveitamento em jogos amistosos, em jogos oficiais esse aproveitamento foi de apenas 51%. Com a derrota para o Peru e a eliminação na competição continental, o treinador foi demitido.

Felipão (Segunda passagem)

Segundo período de Felipão com a Canarinha não repetiu o sucesso da primeira no Mundial. Foto – Reprodução

 

Luiz Felipe Scolari assumiu o comando da Seleção Brasileira pela segunda vez em sua carreira em 28 de novembro de 2012, pouco mais de um ano antes da Copa do Mundo de 2014, que seria realizada no Brasil. Logo, a principal missão de Felipão no comando era guiar a Canarinha ao título mundial, como havia feito em 2002.

Antes da disputa da Copa do Mundo, no entanto, Felipão teve a responsabilidade de comandar a Seleção na Copa das Confederações, que também foi disputada no Brasil. Vencendo todos os jogos, os donos da casa conquistaram o título ao baterem a Espanha por 3 a 0 na grande decisão.

Então, o Brasil chegou ao Mundial de 2014 com moral e Felipão tinha tranquilidade no cargo. No entanto, o destino foi cruel. O time passou com tranquilidade pela fase de grupos e pelas quartas de final, precisou ir aos pênaltis para bater o Chile nas oitavas e nas quartas de final conseguiu a vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia, no jogo que tirou Neymar da Copa.

Na semifinal, o Brasil sofreu o histórico 7 a 1 para a Alemanha no Mineirão tendo que se contentar com a disputa de terceiro lugar contra a Holanda. Os holandeses venceram por 3 a 0 e ficaram com a quarta colocação no Mundial em sua casa. Com isso, Felipão entregou o cargo à CBF.

Mano Menezes

Mano Menezes deu passo importante na renovação da Seleção. Foto – Ag. Estado

 

Em julho de 2010, após a eliminação do Brasil da Copa do Mundo, Luiz Antônio Venker “Mano” Menezes foi convidado para assumir o cargo de treinador da Amarelinha. Mano foi quem deu a primeira oportunidade para nomes como Neymar e Paulo Henrique Ganso.

Sob o comando de Mano, o Brasil conquistou duas edições do Superclássico das Américas nos anos de 2011 e 2012, mas não obteve taças importantes. Na Copa América de 2011, a Seleção caiu diante do Paraguai nas quartas de final enquanto nas Olímpiadas os brasileiros foram batidos pelo México na grande decisão.

Logo, em novembro de 2012, o treinador foi desligado da Seleção acumulando em sua passagem 69,69% de aproveitamento: em 33 jogos, foram 21 vitórias, seis empates e outras seis derrotas.

Dunga (Primeira passagem)

Dunga, durante treinamento da equipe em Johanesburgo, na África do Sul
Dunga, durante treinamento da equipe em Johanesburgo, na África do Sul. Foto -Richard Heathcote/Getty Images/VEJA

 

Depois da eliminação no Mundial de 2006, a CBF apostou em Dunga, capitão do tetra, para comandar a Seleção em um momento de bastante desorganização. De início, o treinador foi bastante criticado pelos nomes convocados e pelo futebol pouco ofensivo da Canarinha. Ainda assim, conquistou o primeiro título que disputou como comandante da Seleção: a Copa América de 2007.

O sucesso não foi repetido nas Olimpíadas de 2008, em Pequim, e a instabilidade da equipe aumentou. Ainda assim, Dunga conseguiu contornar o ambiente, conseguindo a classificação para a Copa de 2010 e colocando o Brasil entre os favoritos.

Para o Mundial, o treinador deixou de fora alguns nomes que eram bastante demandados e levou para a África do Sul jogadores questionáveis. Dunga promoveu uma preparação fechada, que foi levada com seriedade pelos jogadores e outros membros da comissão.

O Brasil começou bem o Mundial, mas acabou caindo nas quartas de final para a Holanda. Com isso, Dunga foi demitido. Em sua primeira experiência como técnico do Brasil, ele acumulou 42 vitórias, 12 empates e seis derrotas.

Carlos Alberto Parreira (Terceira Passagem)

Parreira desabafa sobre perda da Copa de 2006 e chama preparação em Weggis  de 'feira'
Parreira durante sua última passagem como treinador da Seleção. Foto – Getty Images

 

 

Carlos Alberto Parreira foi o nome final decidido pela CBF para comandar o Brasil no ciclo visando a Copa de 2006. Sob o comando de Parreira, que fazia sua terceira passagem como treinador da Seleção Brasileira, o time conquistou a Copa América de 2004 e a Copa das Confederações do ano seguinte.

Com dois títulos importantes em sequência e com um dos melhores grupos de ciclo deste século, Parreira, no entanto, não teve sucesso em alcançar o objetivo principal: a conquista do hexa na Alemanha. O Brasil acabou eliminado nas quartas de final da Copa após derrota por 1 a 0 para a França.

No geral, foram 56 jogos sendo 31 vitórias, 18 empates e sete derrotas.

Zagallo

Zagallo celebra a vitória em seu último jogo como treinador da Canarinha. Foto – Kim Je-Hwan/AFP

 

Depois do pedido de demissão de Felipão, que havia acabado de comando o Brasil rumo ao pentacampeonato Mundial, a CBF ficou um tempo sem treinador. Mas a Seleção viria a disputar um amistoso em dezembro de 2022 contra a Coreia do Sul. Com isso, a opção foi por colocar Mário Jorge Lobo Zagallo no comando da equipe para a partida.

Aos 72 anos, o Velho Lobo teve uma partida de despedida para encerrar sua trajetória pela Seleção, uma homenagem mais que justa para o tetracampeão mundial  – em 1958 e 1962 como jogador, em 1970 como treinador e em 1994 como coordenador técnico.

Zagallo se reapresentou à CBF em clima leve, convocou os principais nomes da conquista do penta e ainda deu espaço para alguns nomes que haviam ficado de fora da disputa do Mundial.

Do lado coreano a partida também tinha sua importância uma vez que marcou a despedida de Hong Myung-bo. O zagueiro de 33 anos, que estava na seleção da Coreia do Sul desde 1990, fez sua última partida pelos Tigres naquela oportunidade.

O jogo foi duro, mas Zagallo se despediu da Amarelinha com uma vitória. Com gols de Ronaldo (2) e Ronaldinho Gaúcho, o Brasil bateu a Coreia do Sul por 3 a 2.

Felipão (Primeira passagem)

Pentacampeões por Luiz Felipe Scolari | Copa do Mundo
Felipão e o capitão Cafu com a Taça Jules Rimet. Foto – Vanderlei Almeida/Getty Images

 

Contratado em junho de 2001, Luiz Felipe Scolari foi seguro em sua primeira convocação, contando com nomes consagrados atuando no Brasil e internacionalmente e também com alguns nomes de sua confiança. Porém, com o tempo, foi fazendo mudanças.

A classificação para o Mundial não foi fácil, mas foi concretizada. Por outro lado, o Brasil foi eliminado da Copa América de 2001 após perder para Honduras. Nesse sentido, a Seleção chegou para a Copa do Mundo de 2002 desacreditada tanto pelas performances como por algumas ausências da lista final como Romário e Alex.

No entanto, a campanha brasileira no Mundial foi totalmente o contrário do que o cenário que a antecedeu. Sob o comando de Felipão, o Brasil conquistou o quinto título Mundial de sua história vencendo os sete jogos do torneio – uma campanha perfeita.

Emerson Leão

Emerson Leão durante treino da Canarinha. Foto – Reprodução

 

Goleiro do Brasil na conquista do tricampeonato Mundial em 1970, Emerson Leão assumiu o cargo de treinador do Brasil em 2000. A Seleção não vivia seu melhor momento na época e Emerson não conseguiu resolvê-los.

O ex-goleiro ficou à frente da Canarinha por exatos 10 jogos obtendo três vitórias, quatro empates e três derrotas no período.

Vanderlei Luxemburgo

Luxa comandou o Brasil ao Hexa da Copa América. Foto – Reprodução

 

O atual treinador do Corinthians comandou a Seleção por 34 jogos entre os anos de 1998 e 2000, terminando sua passagem com 69,6% de aproveitamento. No período, foram 21 vitórias, oito empates e cinco derrotas.

Sob o comando do “Profexô”, o Brasil conquistou a Copa América de 1999 vencendo todos os jogos da campanha. No mesmo ano, a equipe foi vice da Copa das Confederações, sendo derrotada para o México na final.

Durante sua passagem pela Canarinha, chamou atenção o bom aproveitamento contra seleções europeias. Contra seleções do velho continente, Luxemburgo comandou 10 jogos obtendo cinco empates e cinco derrotas, sendo uma das vitórias o triunfo por 4 a 0 sobre a Alemanha na estreia brasileira na Copa das Confederações de 1999.

O treinador acabou sendo demitido após a eliminação do Brasil nas quartas de final das Olímpiadas, quando foi derrotado por Camarões na prorrogação em um tempo que ainda valia a regra do gol de ouro.

Durante a passagem de Luxemburgo, seu auxiliar técnico, José Cândido Sotto Mayor, Candinho, treinou a Seleção Brasileira em duas oportunidades. A primeira foi no empate entre Brasil e Espanha em 0 a 0 em amistoso realizado em 1999. No ano seguinte, Candinho voltou ao comando da Amarelinha pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Naquela ocasião, a equipe brasileira venceu a Venezuela por 6 a 0.

Todos os treinadores da Seleção Brasileira

1914 – Comissão técnica (Sylvio Lagreca e Rubens Salles)

1915 – A Seleção não jogou no ano

1916 – Comissão técnica (Joaquim Antônio de Souza Ribeiro, Benedito Montenegro, Mário Sérgio Cardim e Sylvio Lagreca)

1917 – Francisco Bueno Neto “Chico Netto”

1917 – Comissão técnica (Mário Pollo, R. Cristófaro e Francisco Bueno Neto “Chico Netto”)

1918 – Comissão técnica (Ferreira Vianna Netto e Amílcar Barbury)

1919 – Comissão técnica (Arnaldo Patuska da Silveira, Amílcar Barbury, Mário Pollo, AffonsoTeixeira de Castro e Ferreira Vianna Netto)

1920 – Comissão técnica (Oswaldo Gomes  e Fortes)

1921 – Ferreira Vianna Netto

1922 – Comissão técnica (Amílcar Barbury, Célio Negreiros de Barros e Ferreira Vianna Netto)

1922 – Comissão técnica (Ferreira Vianna Netto e Clodoaldo Caldeira “Clodô”)

1923 – Francisco Bueno Neto “Chico Netto”

1924 – A Seleção não jogou no ano

1925 – Joaquim Guimarães

1926 – A Seleção não jogou no ano

1927 – A Seleção não jogou no ano

1928 – Comissão técnica (Arthur Antunes Moraes e Castro “Laís”)

1929  – Comissão técnica (Arthur Antunes Moraes e Castro “Laís”)

1930 – Píndaro de Carvalho Rodrigues

1931 a  1932 –  Luís Augusto Vinhais

1933 – A Seleção não jogou no ano

1934 – Luís Augusto Vinhais

1934 a 1938 – Armindo Nobs Ferreira

1939 – Carlos de Oliveira Nascimento

1940 – Sylvio Lagreca

1940 – Jayme Pereira Barcellos

1941  – A Seleção não jogou no ano

1942  – Adhemar Pimenta

1943 – A Seleção não jogou no ano

1944 – Comissão técnica (Flávio Rodrigues Costa (Rio de Janeiro, RJ) e Jorge Gomes de Lima “Joreca”)

1945  a 1950 – Flávio Rodrigues Costa

1951 – A Seleção não jogou no ano

1952 – Alfredo Moreira Júnior “Zezé Moreira”

1953  –  Aymoré Moreira

1954 a  1955 –  Alfredo Moreira Júnior “Zezé Moreira”

1955 – Vicente Ítalo Feola

1955 – Flávio Rodrigues Costa

1955 a  1956  – Osvaldo Brandão

1956 –  José Francisco Duarte Júnior “Teté”

1956 – Flávio Rodrigues Costa

1957 – Osvaldo Brandão

1957 – Sylvio Pirillo

1957 – Pedro Rodrigues Pinto “Pedrinho”

1958 a 1959 – Vicente Ítalo Feola

1959 – Gentil Alves Cardoso

1960 – Oswaldo Azzarini Rolla “Foguinho”

1960 – Vicente Ítalo Feola

1960 a 1964 –  Aymoré Moreira

1964 a 1965 – Vicente Ítalo Feola

1965 – Nelson Ernesto Filpo Nuñez

1965 – Comissão técnica (José Teixeira e Osvaldo Brandão)

1965 – Aymoré Moreira

1966 – Carlos Benevenuto Froner

1966 – Vicente Ítalo Feola

1967 – Aymoré Moreira

1967 – Mário Jorge Lobo Zagallo

1968 – Aymoré Moreira

1968 – Mário Jorge Lobo Zagallo

1968 – Comissão técnica (Lísio Juscelino “Biju” Gonzaga, Carlyle Guimarães Cardoso e Jota Júnior)

1968 – Dorival Knippel “Yustrich”

1969 a 1970 – João Alves Jobim Saldanha

1970 a 1974 – Mário Jorge Lobo Zagallo

1975 a 1977 – Osvaldo Brandão

1977 a 1979 – Cláudio Pêcego de Moraes Coutinho

1980 a 1982 – Telê Santana da Silva (Itabirito, MG) 10 8 – 1 – 1 1981 Telê Santana da Silva 17 13 – 3 – 1 1982 Telê Santana da Silva 11 8 – 2 – 1 1

1983 – Carlos Alberto Gomes Parreira

1984 – Eduardo Antunes Coimbra “Edu”

1985 – Evaristo de Macedo Filho

1985 a 1986 – Telê Santana da Silva

1987 a 1988 – Carlos Alberto da Silva

1989 a 1990 – Sebastião Barroso Lazaroni

1990 a 1991 – Paulo Roberto Falcão

1991 – Ernesto Paulo Ferreira Calainho

1991 a 1994 – Carlos Alberto Gomes Parreira

1994 a 1998 – Mário Jorge Lobo Zagallo

1998 a 2000 – Vanderlei Luxemburgo da Silva

2000 a 2001 – Emerson Leão

2001 a 2002 – Luiz Felipe Scolari “Felipão”

2002 – Mário Jorge Lobo Zagallo

2003 a 2006 – Carlos Alberto Gomes Parreira

2006 a 2010 – Carlos Caetano Bledorn Verri “Dunga”

2010 a 2012 – Luiz Antônio Venker Menezes “Mano Menezes”

2013 a 2014 – Luiz Felipe Scolari “Felipão”

2014 a 2016 – Carlos Caetano Bledorn Verri “Dunga”

2016 a 2022 – Adenor Leonardo Bachi “Tite”

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