Qual a lição que o Flamengo leva na derrota para o Al-Hilal?

Pelo Mundial de Clubes, Flamengo tem o sonho do bicampeonato adiado e tira lições que levará para casa

Nessa terça-feira (7), o Flamengo enfrentou o Al-Hilal pela semi-final do Mundial de Clubes. O Rubro-Negro perdeu de 3×2 para o time saudita, com uma atuação bem abaixo daquilo que conhecemos. A derrota para o Al-Hilal mostra que alguns pontos não estão alinhados no clube.

Desde a demissão de Dorival, e a chegada de Vitor Pereira, o time não conseguiu atuar de uma forma que convencesse a torcida. Dentro de campo, Vitor têm tido vários problemas em apresentar uma evolução.

A defesa é um setor que não apresentou confiança até o momento, sofrendo muitos gols e tendo uma grande indefinição nas laterais. No meio-campo, o time sofre com a recomposição. Desde que João Gomes foi vendido para os Wolves, o Rubro-Negro vem sofrendo na marcação, o que ficou ainda mais nítido nos últimos jogos, especialmente contra o Palmeiras, pela Supercopa do Brasil.

É importante ressaltar que o técnico português teve pouco tempo para trabalhar e implementar o seu estilo de jogo no clube, mas aceitar treinar um grande clube com uma cobrança enorme, possui os seus prós e contras, como o mesmo vivenciou no Corinthians.

Quem é o culpado?

Nessa história, todos possuem uma parcela de culpa. O clube não está acertando em seus últimos planejamentos. Desde a saída de Jorge Jesus, o Flamengo vive buscando cobrir essa ferida com decisões completamente equivocadas. A sequência de escolhas e demissões de treinadores impossibilita a formação de uma metodologia a longo prazo. Ao todo, passaram 6 técnicos pelo Flamengo desde a saída de Jorge Jesus, sendo 3 estrangeiros.

O clube têm percebido na prática que encontrar um novo Jorge Jesus é praticamente impossível e que a decisão de contratar treinadores estrangeiros com pressa, não está sendo tão positiva para o clube, devido o alto salário e o pouco resultado apresentado. O Flamengo conseguiu achar no próprio mercado brasileiro boas opções, como Dorival, que ganhou um Copa do Brasil e uma Libertadores em sua última passagem pelo clube. A demissão do treinador não teve uma boa repercussão na torcida, haja vista que Dorival tinha uma grande identificação com o clube e conseguiu conquistar títulos importantes.

A escolha de mudar o modo de jogo e metodologia nas vésperas do torneio mais cobiçado pelo clube, mostra o imediatismo que o Flamengo quer. De 6 títulos que Vitor Pereira tinha a oportunidade de vencer, já perdeu 2.

Os jogadores são os menos culpados. Existem alguns que não estão em uma boa fase, mas o clube tem boas opções para repor. A comissão técnica escolhida tem culpa, mas ao analisar cautelosamente a situação, tiveram pouco tempo para treinos e impor. O Flamengo precisa tirar esse início de ano como um aprendizado para as próximas ações. O planejamento feito deve visar a saúde do clube, dentro de metas e busca de títulos, é claro.

É preciso dar tempo ao técnico, seja ele qual for, o que é extramente importante para o sucesso a longo prazo. A diretoria optou por demitir Dorival e contratar Vitor Pereira, o que resultou na perda dos dois campeonatos que Dorival conquistou a vaga para participar. Assumiram o risco que a escolha tinha. O imediatismo já mostrou que pode não ser a melhor opção.

O Flamengo possui um elenco excelente, com jogadores de alto nível. O clube tem total possibilidade de deixar para trás essas derrotas e voltar a jogar bem nos outros campeonatos. Agora basta saber o que o clube quer, dentro daquilo que está no seu planejamento.

 

Filipe Luís consolando Ayrton Lucas na derrota do Flamengo pelo Mundial de Clubes. (Foto: Fadel Senna/AFP)
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