Como de costume em Minas Gerais, Atlético e Cruzeiro protagonizaram um clássico muito disputado no último sábado (30). Apesar do 2×2, a partida ficou marcada pela quantidade excessiva de paralisações. Foram, ao todo, 43 faltas e 12 cartões amarelos aplicados. Além disso, os mandantes reclamaram muito de um pênalti não marcado em Hulk, no fim do primeiro tempo, enquanto o placar era favorável ao Galo.
Ao final do jogo, ainda na zona mista, o ídolo atleticano criticou as decisões da arbitragem. Vale lembrar que o atacante já se envolveu em polêmicas com outras autoridades desde que voltou ao país. No Brasileirão 2022, acusou Anderson Daronco de tentativa de intimidação em jogo contra o São Paulo. O gaúcho foi ouvido pelo STJD e sofreu punições disciplinares.
“Eu falo para eles que não estou reclamando do trabalho deles em si. Se foi bem, ou se foi mal, não cabe a mim estar criticando. O que eu vou falar é do comportamento dele com nós jogadores. O cara não tem humildade, é muito boçal. Você vai conversar com ele com todo o respeito do mundo e ele dá as costas. Eu não dou as costas para ninguém nesse mundo. A partir do momento em que eu faltar com respeito, ele pode me punir.”
Reação nas redes sociais
Em resposta a um comentário elogiando a sua atuação no clássico, Felipe Fernandes de Lima ironizou o camisa 7.
“Show, meu amigo, você resumiu bem. E todo mundo sabe quem são os chorões. Se quer atenção diferenciada, é só visitar um psicólogo. Aplicamos a regra pautada no respeito mútuo e ponto final. Ninguém tem tratamento especial. Todo mundo gosta de ser tratado igual, doa a quem doer. Estamos juntos.”
Polêmicas antigas
Aos 36 anos, Felipe Fernandes de Lima acumula histórias no futebol mineiro. Em 2021, após apitar a final do campeonato estadual, teve a vida pessoal exposta quando um vídeo de sua chegada ao condomínio em que mora viralizou nas redes sociais. Ao fundo, um vizinho toca o refrão da música ‘Reunião de Bacana’.
Felipe Fernandes de Lima, que deve ser o árbitro da final entre Galo e Cruzeiro🅱️, foi recebido por um vizinho atleticano com a música “Se gritar pega ladrão” após a final contra o América, em 2021.
O Árbitro Processou o vizinho, pelo acontecido! Sem mais!
😤😤😤😤🤬🤬🤬🤬🤬🤬🤬 pic.twitter.com/LO67PZ4iwD— HENRIQUE ROCHA (@HenriquevRocha) March 28, 2022
Dois anos depois, o jornalista Léo Dias publicou a notícia de que a esposa do árbitro, Tassiana Valim, e o então presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, haviam tido um caso. A traição ocorreu após polêmicas na decisão do Estadual de 2022. Na ocasião, Felipe marcou uma penalidade para o Atlético no fim do jogo e foi duramente criticado pela torcida celeste.
OKAY OKAY!!!
E o Leo Dias que noticiou a traição que Sérgio Rodrigues, PRESIDENTE DO CRUZEIRO, traiu a esposa com uma mulher também casada, com O ÁRBITRO Felipe Fernandes Lima, que apitou a final do Camp. Mineiro de 2022.
Na ocasião o presidente ficou revoltado com a arbitragem… pic.twitter.com/2CwKiDg2er
— Diário de Torcedor (@DiarioGols) July 15, 2023
Pronunciamento do sindicato
O Sindicato dos Árbitros de Minas Gerais também repudiou a declaração de Hulk após o jogo. Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (3), o SAMG destacou que ao utilizar o termo boçal, o atacante ofendeu a honra e moral de Felipe Fernandes de Lima. Leia a nota completa:
O Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de Minas Gerais (SAMG) vem a público repudiar declarações como a do jogador do Clube Atlético Mineiro, Senhor Givanildo Vieira de Sousa “Hulk”. Em coletiva, após o jogo de sábado (30/03/2024) entre Atlético e Cruzeiro, o “Hulk” chamou o árbitro Felipe Fernandes de Lima de boçal, ofendendo a sua honra e moral, tendo em vista que o termo boçal é utilizado para xingar uma pessoa de IMBECIL, IGNORANTE, ARROGANTE. Um boçal demonstra uma pessoa sem inteligência e educação em suas ações.
A título de informação, a orientação de que, em certos momentos do jogo, o árbitro deve “dar as costas e seguir com o jogo”, vem de comissões de arbitragens competentes de todo Brasil. Isso ocorre até mesmo no sentido de preservar os atletas, visto que as reclamações excessivas são passíveis de cartão amarelo.
O SAMG defende e acredita veementemente na boa conduta, caráter e qualificação de seus árbitros que passam por rigorosos testes físicos, apresentação de documentos e certidões, avaliações de rendimento entre outras exigências para exercer a profissão com excelência e alto rendimento. Portanto, apresentam requisitos suficientes para trabalhar em qualquer partida de futebol em Minas Gerais, Brasil e em outros países.
A arbitragem não pode mais ser usada para transferir responsabilidades e nem justificar o baixo rendimento do clube após os jogos, nem tampouco ser palanque para jogadores, técnicos e dirigentes descarregarem suas frustrações.
Ofensas, Calúnias, Difamação, Injúria, Racismo não cabem mais hoje em dia na sociedade, muito menos no futebol, o esporte mais democrático do Brasil.
Partida de volta
Cruzeiro e Atlético se enfrentam neste domingo (07), às 15h30, no Mineirão, pelo segundo jogo da final do Estadual. A escala de arbitragem, no entanto, ainda não foi definida.