Se você conhece um pouquinho de futebol, já sabe que Galo é maneira popular de se referir ao Atlético Mineiro. Existem vários Galos pelo país, mas nenhum clube é tão identificado com o mascote como o Alvinegro de Minas Gerais. Mas, como surgiu a relação do Atlético com o seu símbolo histórico? Afinal de contas, estamos falando de uma equipe centenária, que passou por mudanças de identidade ao longo dos tempos, e nem sempre esteve associado ao valente animal típico das fazendas brasileiras.
“Polvo da Massa”
O futebol mineiro mudou para sempre, após as criativas invenções do cartunista Fernando Pierucetti, o “Mangabeira”. O artista foi responsável por criar os mascotes dos três clubes de Belo Horizonte, além do tradicional Villa Nova. Mas é claro que o caminho foi longo até o Galo se tornar o grande escolhido para representar a Massa Atleticana.
Mangabeira chegou a especular a adoção de um polvo como o mascote Atleticano, ou um índio carijó. Mas nenhum destes símbolos exalava uma forte conexão com o clube Alvinegro.
Galo de briga
Na década de 1930, existia um Galo de briga, conhecido por arrasar seus adversários nas lutas. O bicho era “forte e vingador”, não desistia da briga até vencer, e acabou ganhando fama nas ruas de Belo Horizonte.
Em 1945, a pedido do Editor do antigo jornal Folha de Minas, Mangabeira começou o processo criativo que terminou na adoção do Galo como mascote do Atlético. “O Atlético sempre foi um time de raça. Mais parece um galo de briga, que nunca se entrega e luta até morrer”, disse o cartunista.
Algo que contribuiu muito para a adoção do mascote foi o fato de que o Atlético, por algum tempo, era o único clube que conseguia bons resultados fora de sua casa. Os times de outros estados, sempre muito fortes, costumavam derrotar os clubes mineiros: mas não o Atlético.
Galo do povo
A Massa Atleticana abraçou a ideia de ter um Galo como seu representante. Mais que isso, até os jogadores entraram na onda. O histórico Zé do Monte, que defendeu o Atlético entre 1946 e 1956, se notabilizou por sempre entrar em campo carregando um Galo carijó.
Após o histórico pentacampeonato estadual, entre 1952 e 1956, a torcida Atleticana passou a entoar pela primeira vez o grito de “Galo” nas arquibancadas. Afinal de contas, o bicho era bom de briga, e começava o seu reinado dentro de Minas Gerais.
Para fechar, o Atlético inovou mais uma vez nos anos 80: foi o primeiro dos grandes clubes brasileiros a adotar um mascote na beira do campo. Era o início do “Galo Doido”, figura amada e reverenciada por toda a torcidas nas partidas em Belo Horizonte.
Evoluções do “Galo Doido” ao longo da história
A evolução do #Galo Doido.#Galo112Anos @Atletico 🎂🐓👏 pic.twitter.com/5h7TlqVe0X
— Já Joguei No Galo (@JogadoresGalo) March 25, 2020