O mascote do Ceará pode ameaçar passar um ar de tranquilidade e antiguidade, mas o Vovô quer estar cada vez mais ativo no futebol brasileiro. Apesar de estar na Série B do Campeonato Brasileiro, o Vozão quer voltar o mais rápido possível pra elite do Brasileirão e recomeçar de onde parou em 2021, com boas campanhas nos pontos corridos e vaga em competições sul-americanas.
Um dos principais clubes nordestino e atual campeão regional, o Ceará tem o Vovô como mascote há quase cem anos. Idealizado por Luis Esteves Junior e Pedro Freire, o Ceará nasceu em 1914, ainda como Rio Branco Football Club e com o roxo como cor principal, inspirado na Fiorentina-ITA. Pela dificuldade em encontrar roupas da cor roxa, o clube passou pela transformação na nomenclatura, virando o Ceará Sporting Club, e nas coloração, assumindo o preto e branco que dura até hoje. O mascote, pra simbolizar o Alvinegro de Porangabuçu, só apareceu na década de 30, mas com certa polêmica.
A história mais folclórica diz que jovens jogadores do América Football Club, clube da capital cearense, iam para a sede do Ceará para treinar. Meton de Alencar Pinto, presidente do Ceará no início da década, os recebia com carinho, brincando que eram seus netinhos. Os meninos do América aderiram à brincadeira e, toda vez que se dirigiam ao Ceará, diziam que treinariam no “Vovô”. Acontece que a história tem alguns furos.
Na época, Meton não passava dos 40 anos e era improvável que os jovens jogadores o enxergassem como um “avô”. Outro ponto contra o conto é que, na última passagem, Meton deixou a presidência do Ceará em 1935 e o Ceará só foi ter um terreno pra chamar de seu em 1944, nove anos depois. A história verdadeira é bem menos curiosa. No jornal A Razão, em 1936, um jornalista cearense citou o Ceará como um dos clubes de futebol mais antigos do estado e o chamou de Vovô, alegando que a torcida Alvinegra já fazia a referência ao clube. Desde então, o apelido pegou, a torcida gostou e o Ceará virou o Vovô.