Dorival Júnior é o novo técnico do Corinthians. O acordo aconteceu em um café da manhã realizado nesta sexta-feira (25), selando um contrato válido até o fim de 2026. O anúncio encerra uma semana intensa nos bastidores do clube, marcada por negociações, reviravoltas e decisões estratégicas que definem não apenas o futuro do treinador, mas também os rumos do futebol corinthiano em meio a uma temporada repleta de altos e baixos.
Após a demissão de Ramón Díaz, o clube traçou um perfil claro para o substituto: alguém com experiência, liderança, currículo vencedor e capacidade de dar respostas imediatas em campo. Inicialmente, o foco estava em Tite. O ex-técnico da Seleção Brasileira, ídolo do clube e campeão da Libertadores em 2012, era o plano A da diretoria. No entanto, uma pausa forçada na carreira por motivos de saúde frustrou o desejo do Timão. Com a negativa de Tite, o caminho ficou livre para Dorival.
Entenda toda a negociação entre Dorival Jr e Corinthians
A reaproximação aconteceu na última terça-feira, quando Fabinho Soldado, diretor-executivo do Corinthians, viajou a Florianópolis para conversar pessoalmente com Dorival. A reunião, realizada na casa do treinador, serviu para apresentar o projeto do clube, detalhar as diretrizes do departamento de futebol e demonstrar o desejo da diretoria em contar com um comandante experiente para liderar a reconstrução do elenco e disputar títulos em 2025.
Dorival gostou do que ouviu, mas ainda restavam pendências contratuais e acertos financeiros. O martelo só foi batido depois de duas novas reuniões em São Paulo, uma na noite de quinta-feira (24), com o empresário do treinador, e outra nesta sexta, já com a participação direta do comandante. O acerto final veio justamente no dia em que Dorival completa 63 anos.
O treinador embarca ainda nesta sexta-feira para São Paulo, onde será oficialmente apresentado nos próximos dias. Ele chega acompanhado de sua comissão técnica habitual: os auxiliares Lucas Silvestre e Pedro Sotero, o preparador físico Celso de Rezende e os analistas Guilherme Lyra e João Marcos. Todos eles já trabalharam com Dorival em passagens recentes por Flamengo, São Paulo e Seleção Brasileira.
Os trabalhos anteriores do treinador fizeram a diferença
Pressionado por atuações irregulares e pela falta de identidade em campo, o Corinthians entra na reta decisiva de três competições: Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana. Dentro do Parque São Jorge, há quem acredite que o time, se bem ajustado, tem capacidade para disputar títulos, principalmente nas copas. Foi justamente por isso que a diretoria foi ao mercado buscar um nome de peso.
Dorival Júnior, nesse sentido, surge como um nome incontestável. Em 2022, levou o Flamengo a conquistas da Libertadores e da Copa do Brasil. Em 2023, chegou ao São Paulo desacreditado por parte da torcida, mas escreveu um capítulo histórico ao conquistar a primeira Copa do Brasil da história tricolor, vencendo justamente o Flamengo na final. O bom desempenho lhe rendeu o convite para assumir a Seleção Brasileira no fim do mesmo ano, substituindo Fernando Diniz.
No comando da Seleção, Dorival teve uma campanha de altos e baixos. Em 16 jogos, obteve sete vitórias, sete empates e apenas duas derrotas, com um aproveitamento de 58,3%. No entanto, a eliminação para o Uruguai nas quartas de final da Copa América e a dura goleada por 4 a 1 sofrida diante da Argentina colocaram seu trabalho em xeque. A pressão externa, somada a ruídos internos na CBF, culminou em sua saída em abril de 2025.
Próximos passos
O próximo compromisso do Corinthians é neste domingo (27), contra o Flamengo, no Maracanã. A presença de Dorival à beira do campo ainda não está confirmada, mas internamente o clube trabalha para que ele, pelo menos, acompanhe a partida de perto. A estreia oficial pode acontecer já na próxima quarta-feira, diante do Novorizontino (30), pela Copa do Brasil.