Depois de muito tempo, a Nação Azul voltou a ter confiança em um treinador. O uruguaio Paulo Pezzolano completou, recentemente, um ano no comando do Cruzeiro, acumulando bom futebol, forte personalidade, e a conquista da Série B de 2022.
Mesmo assim, a retomada da Raposa não foi fácil. Diversos treinadores passaram pelo clube, e não conseguiram engrenar um trabalho estável. Nesta lista do Na Beira do Campo, relembraremos os últimos 10 treinadores do Cruzeiro.
Rogério Ceni (2019)
Rogério Ceni foi uma das últimas esperanças do Cruzeiro contra a queda para a Série B. Conseguiu, com sucesso, dar um bom padrão de jogo à equipe, mas problemas internos com o elenco causaram sua demissão. Em 8 partidas, conseguiu 2 vitórias, 2 empates e acumulou 4 derrotas, aproveitamento de 33,3%.
Abel Braga (2019)
Com toda sua experiência no futebol, Abel Braga recebeu das mãos da diretoria celeste a missão de recuperar a confiança do elenco do Cruzeiro. Em parte, cumpriu seu trabalho: o Cruzeiro conquistou uma sequência de 11 jogos sem perder. O problema é que as vitórias também não estavam acontecendo: das 11 partidas invicto, foram 8 empates.
Acabou demitido após a histórica derrota por 1 a 0 para o CSA, no Mineirão, e fechou sua passagem com um aproveitamento de apenas 40,4% (3 vitórias, 8 empates e 3 derrotas).
Adilson Batista (2019-2020)
Adilson Batista recebeu a missão de livrar o Cruzeiro do rebaixamento no Brasileirão de 2019. Ídolo da torcida após sua passagem pela Toca da Raposa entre 2008 e 2010, recebeu muita confiança da torcida azul-celeste.
Apesar disso, já era tarde demais. Sua estreia foi na 36ª rodada, quando perdeu para o Vasco. Nas duas rodadas finais, uma derrota para o Grêmio, em Porto Alegre, e a fatídica derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, que confirmou o primeiro rebaixamento do Cruzeiro em sua história.
Adilson recebeu apoio da diretoria e iniciou a temporada de 2020. No entanto, durou apenas 11 jogos, e foi demitido após derrota por 1 a 0 para o Coimbra, pelo Campeonato Mineiro.
Enderson Moreira (2020)
Natural de Belo Horizonte, Enderson Moreira chegou à Raposa com o status de especialista em Série B, torneio que tinha conquistado duas vezes à época (conquistou mais um título, com o Botafogo, mais tarde). Até começou bem no estadual, mas as coisas desandaram muito rápido: foi demitido após a precoce eliminação para o CRB na Copa do Brasil, e uma sequência de 6 jogos sem vitória.
Ney Franco (2020)
Desta lista, poucos técnicos tiveram um aproveitamento pior que Ney Franco. Ex-treinador das categorias de base do clube, foi contratado para comandar o futebol profissional em 8 de setembro de 2020.
Em 16 jogos no comando técnico, nunca conseguiu apresentar um futebol convincente, e foi demitido após um empate por 0 a 0 contra o Oeste. Venceu 4 partidas, empatou 3 e perdeu 9, somando um aproveitamento de apenas 31%, e entregando o Cruzeiro na zona de rebaixamento da Segunda Divisão.
Felipão (2020)
No dia 15 de outubro de 2020, Luiz Felipe Scolari foi efetivado como novo técnico da Raposa. Assumiu um time em frangalhos, e teve a missão de salvar o clube de um vexatório rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro.
Muito experiente e com vontade de trabalhar, tirou o Cruzeiro do Z-4, e flertou com o acesso para a primeira divisão. No final das contas, não subiu para a Série A, mas entregou um trabalho sólido. Foram 8 vitórias, 8 empates e apenas 4 derrotas, em 20 jogos. Um aproveitamento de 53%. Apesar da boa passagem, deixou o clube após divergências com o modo de trabalho da diretoria.
Felipe Conceição (2021)
Felipe Conceição chegou à Toca da Raposa como uma grande esperança de retomada de um futebol bonito. Mesmo com um início regular, inspirou confiança com seu modelo de jogo mais ofensivo.
Apesar disso, não engrenou uma grande sequência positiva, tendo se destacado apenas ao derrotar o futuro campeão brasileiro Atlético-MG, por 1 a 0. Foi demitido após a histórica eliminação para a Juazeirense-BA, na 3ª fase da Copa do Brasil.
Mozart (2021)
Mozart Santos foi a grande aposta do Cruzeiro em um treinador “jovem”, com ideias mais frescas. No entanto, Mozart não compôs um bom time, e sua sinfonia durou pouco tempo.
Foram 13 jogos no comando técnico, e apenas 2 vitórias. Muito questionado pela torcida, pediu demissão no dia 30 de julho, após um empate por 2 a 2 contra o Londrina. Ficou menos de dois meses no posto de treinador.
Vanderlei Luxemburgo (2021)
Mais uma vez lutando contra a zona de rebaixamento, o Cruzeiro desistiu dos nomes jovens e foi atrás de um famoso “medalhão”: Vanderlei Luxemburgo.
“Luxa”, com seu conhecido jeito folclórico, recuperou a moral do elenco, se distanciou da zona de rebaixamento, e chegou a acumular um período de invencibilidade de 10 partidas. Por um tempo, flertou até mesmo com o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro, o que acabou não acontecendo.
Em 23 jogos pelo Cruzeiro, venceu 8, empatou 11 e perdeu apenas 4.
Paulo Pezzolano (2022-presente)
O Cruzeiro começou, finalmente, a viver um período de reconstrução a partir de 2022. Em decisão que contou com apoio maciço da Nação Azul, o clube fez sua transição para o modelo de empresa, com a finalidade de construir uma gestão mais profissional.
O dono da SAF Celeste seria nada mais nada menos que o ídolo Ronaldo. E o craque dos gramados já tinha a certeza de quem seria o seu treinador: o uruguaio Paulo Pezzolano, até então desconhecido por grande parte da mídia brasileira.
Pezzolano chegou com um discurso de personalidade, e ideias de jogo modernas e ofensivas. Logo no início de trabalho, já conseguiu recolocar a Raposa numa final de Estadual. Seguiu no comando técnico e, finalmente, atingiu o tão sonhado objetivo de retornar à Série A do Brasileirão. De quebra, levantou o caneco da Segunda Divisão.
O uruguaio recebeu diversas sondagens de outros clubes brasileiros, mas sempre manifestou seu afeto com o Cruzeiro. É o treinador a mais tempo no comando técnico desde Mano Menezes, e não demonstra sinais de fadiga. Pezzolano veio para ficar, e é o grande símbolo da reconstrução de um gigante incontestado.