Em pouco mais de três meses de trabalho, Vítor Pereira deixa o cargo de treinador do Flamengo como anunciado pelo clube carioca nesta terça-feira.
A derrota por 4 a 1 na segunda partida do estadual foi a gota d’água para acabar com a passagem do português. Contudo, se fosse um negócio apenas sobre resultados, sem dúvidas, a separação das partes poderia ter acontecido antes.
Pouco mudou em termos de evolução do coletivo desde a chegada de Vítor Pereira. Ainda que seja cedo na temporada, o nível apresentado pelo Flamengo em termos táticos e de intensidade fazia saltar os olhos de todos que acompanham o futebol. Seja de forma negativa para os torcedores Rubro-Negros ou de forma comemorativa pelos rivais.
Evolução. Uma palavra que muito apareceu nas coletivas de VP na passagem pelo Rio de Janeiro, mas que não foi traduzida em campo. Se o foi, foi em poucos momentos ao longo dos três meses que comandou a equipe.
Mais ainda, sob o comando do português, o Rubro-Negro desperdiçou quatro chances de título: Supercopa do Brasil, Mundial de Clubes, Recopa e o Campeonato Carioca.
Nesse sentido, a pressão por parte dos torcedores é grande e não é tão recente. A perda consecutiva de títulos com um futebol medíocre sendo apresentado é central nisso. Contudo, a falta de identificação com o trabalho treinador foi o que tornou o cenário junto à torcida insustentável.
Por outro lado, a diretoria Rubro-Negra adotou uma postura de defesa a Vítor. Apesar de tudo que se dava no campo, como: esquemas diferentes, escalações contestáveis e substituições que conseguiam piorar o time dentro de campo.
Parecia que o Carioca poderia dar sobrevida a Vítor Pereira no cargo após a vitória por 2 a 0 no jogo de ida. Mas no último domingo, o Flamengo foi triturado pelo Fluminense que conseguiu reverter o placar agregado e selar o pior início de temporada Rubro-Negra em alguns anos.
Finalmente, após o vexame contra o rival, pesou contra VP, no âmbito da diretoria, o rendimento da equipe nas competições que disputou até aqui. O que levou à demissão.
Falou, mas não fez
Ao chegar ao Flamengo, Vítor Pereira prometeu jogar de forma agressiva e dominante.
Porém, em campo, o que se via era um Flamengo bastante reativo. Um estilo de jogo que não se enquadra ao elenco do clube, que nos últimos anos passou a ser reconhecido por envolver os adversários e ser intenso em todos os setores do campo.
Não conseguindo executar o que propunha fazer desde o início, VP deixa o Rubro-Negro após comandar o time em 21 jogos. Ao todo, foram 12 vitórias, dois empates e sete derrotas, dando um aproveitamento de 60,3%.
O que será do Flamengo?
Muito foi perdido, mas nem tudo está perdido. O futebol brasileiro está em início de temporada e, apesar do mau momento, restam cerca de sete meses de temporada. Logo, o importante é corrigir os erros para o futuro.
Nesta semana, o Fla dá início a sua campanha na Copa do Brasil, viajando para enfrentar o Maringá fora de casa e também faz sua estreia no Campeonato Brasileiro diante do Coritiba no Maracanã.
A Libertadores, por sua vez, não começou tão bem para o Rubro-Negro. Porém, ainda restam cinco rodadas da fase de grupos pela frente para exorcizar o fantasma da altitude.
Em termos de substituto, muito se especula. Pois não é segredo a aproximação do Flamengo a Tite, Sampaoli e até a Jorge Jesus. Não entrando em (de)méritos em relação aos que fazem as escolhas para o futebol Rubro-Negro, que os responsáveis tenham aprendido sobre o elenco que tem para que possam escolher o nome certo e salvar a temporada.
