Gabigol é suspenso por dois anos por tentativa de fraude em exame antidoping

Jogador esteve presente no julgamento no qual a Justiça Desportiva Antidopagem considera o atacante culpado. Cabe recurso.

Gabigol foi suspenso por dois anos por fraude do exame antidoping. A decisão foi tomada nesta segunda-feira com a conclusão do julgamento pela Justiça Desportiva Antidopagem nesta segunda. A pena do atacante do Flamengo começa a valer a partir de abril, embora ainda caiba recurso.

O julgamento foi apertado, com o placar de 5 a 4 em favor da punição do camisa 10 Rubro-Negro. A informação foi trazida em primeira mão pela jornalista Letícia Marques, do ge.

Gabigol foi acusado de infringir o artigo 122 do Código de Brasileiro de Antidopagem, que faz referência a “fraude ou tentativa de fraude de qualquer parte do processo de controle”.

A punição prevista pelo artigo é de até quatro anos em caso de condenação. Por previsão do regulamento antidopagem, a pena começou a valer a partir de 8 de abril de 2023, quando foi realizada a coleta de exames no CT do clube, ainda que o jogador estivesse em atividade no último ano, seguindo a punição, ele estará impedido de jogar até abril de 2025.

Linha do tempo do caso Gabigol

O atacante do Flamengo foi acusado de dificultar a realização do exame antidoping.

No fim das contas, Gabigol realizou o procedimento e um exame de sangue, e ambos deram negativo. Esse foi um dos pontos levantados pela defesa do jogador no julgamento, que começou na última semana. No entanto, a atitude que foi relatada pelos oficiais de coleta foi suficiente para enquadrá-lo no artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem, pelo qual o jogador de 27 anos responde.

Assim, a denúncia foi feita no fim de dezembro, e a defesa foi enviada no dia 26 de janeiro, ainda dentro do prazo. A defesa contou também com o anexo de imagens da câmera de segurança do Centro de Treinamento Ninho do Urubu para corroborar a versão do atleta.

Um dos relatos da denúncia diz respeito à demora do atacante para a realização do exame e o não cumprimento das instruções. O caso aconteceu no dia 8 de abril de 2023 no Ninho do Urubu: à exceção do camisa 10, os jogadores do Flamengo fizeram o exame antes do treino das 10h.

De acordo com os responsáveis pelo exame, o atacante não teria se dirigido a eles antes do treino e, depois da atividade os ignorou e foi almoçar. Com isso, os oficiais afirmam que o jogador tratou a equipe com desrespeito, além de não ter seguido os procedimentos indicados.

Nos relatos, também, testemunhas disseram que Gabigol pegou o vaso coletor sem avisar a ninguém, irritou-se ao ver que o oficial o acompanhou até o banheiro para a coleta e entregou o vaso aberto, contrariando orientação recebida.

Flamengo: Gabigol será desfalque contra o Madureira
Gabigol antes de partida contra o Vasco pelo Brasileirão de 2023. Foto – Thiago Ribeiro/AGIF

 

O processo conhecido como doping surpresa é realizado pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) e costuma ocorrer sem aviso prévio nos centros de treinamentos.

Gabigol recebeu a primeira notificação sobre a tentativa de fraude no dia 30 de maio, com o vice geral e jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee, sendo o responsável pela primeira defesa do jogador. Na sequência, o Flamengo contratou o advogado Bichara Neto, que defendeu Paolo Guerrero na suspensão por doping nos tribunais da Fifa em 2017, para defender o jogador.

A punição de dois anos de Gabigol começa a valer em abril de 2024. Ainda cabe recurso à decisão, que deve realizado ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS). Porém, como destacou o jurista Andrei Kampff, a devolução nesse caso é total. Isto é, o atacante Rubro-Negro pode ser absolvido ou a pena pode chegar ao seu máximo (quatro anos).

A título de comparação, Guerrero, que teve detectada a presença de benzoilecgonina (metabólito da cocaína) no seu exame, foi punido inicialmente por seis meses. Depois, a punição aumentou para 14 meses. O peruano acabou ficando cumprindo cerca de 250 dias de suspensão.

Outro caso recente de doping no futebol brasileiro é o do zagueiro Manoel, do Fluminense. Ele foi suspenso por oito meses pela Conmebol por ter testado positivo para ostraina, substância que influencia diretamente nos receptores ligados ao hormônios androgênicos, dentre eles a testosterona.

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