Assim a maioria dos clubes possuem um mascote para representá-los e animar a torcida, com o Internacional não é diferente. Mas a pergunta é: o que o Saci-Pererê tem a ver com o Colorado? A história é interessante, pois mostra a evolução do mascote paralela à consolidação do clube no cenário do futebol brasileiro.
Contexto histórico
O Sport Club Internacional foi fundado no ano de 1909, curiosamente nove anos depois Monteiro Lobato lançava o livro “O Saci-Pererê: resultado de um inquérito”. Esse livro foi feito transformando em história os depoimentos colhidos dos leitores do jornal Estado de S. Paulo. Mas antes disso, Chiquinha Gonzaga também já havia escrito a marcha: “O Saci-Pererê” no mesmo ano de fundação do Inter.
Com o passar dos anos, o personagem ganhou notoriedade na cultura brasileira, aparecendo também nas histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo e na Revista O Cruzeiro, em 1960, como a primeira revista em quadrinhos assinada pelo cartunista Ziraldo.
Origem do Saci-Pererê
O saci era uma entidade brincalhona, que aprontava travessuras e enganava viajantes. Com a chegada dos africanos ao Brasil, a perna única foi incorporada à mitologia. Na história, o saci perdeu uma perna jogando capoeira. Sua origem se deu nas tribos indígenas do Sul do Brasil, especialmente na Região das Missões.
Qual a relação com o Internacional?
Na década de 40, o Internacional se tornou uma potência no Brasil, com o Rolo Compressor. Foi neste mesmo período que surgiu o mascote negro colorado, que aprontava travessuras e chegava em um redemoinho. Porém, antes disso, o clube foi extremamente importante no combate ao racismo no futebol gaúcho, com Dirceu Alves, que vestiu a camisa Colorada no ano de 1928 e também com a contratação de Tupan, no final dos anos 20.
Logo, a figura do jovem negro malandro que engana os adversários com dribles e travessuras, foi diretamente associada ao Internacional. Inclusive, em 1960, na segunda revista do clube, o mascote tinha como nome “Sacy”, aparecendo em flâmulas, cartuns e pequenas estatuetas que eram entregues aos atletas de destaque.
Oficialização do mascote
Apesar de toda a história e identificação com o clube, o Saci-Pererê só foi oficialmente documentado no estatuto do clube no ano de 2016, décadas após já fazer parte do time e cair na graça dos torcedores.