Thiago Carpini se afasta do Santos e se aproxima do Cruzeiro

O Santos Futebol Clube conheceu, pela primeira vez em todos os seus 111 anos de história, o que é ser rebaixado e irá participar da Série B do Campeonato Brasileiro de 2024. O Peixão está oficialmente fora do seleto grupo dos times que jamais visitaram a segunda divisão – eram eles São Paulo, Flamengo e Santos, já que o Cruzeiro caiu pela primeira vez em 2019 – e, logo no Brasileirão em homenagem ao Rei Pelé, que faleceu em dezembro do ano passado, o Alvinegro Praiano amargurou esse rebaixamento tão desconhecido e inesperado pelos torcedores, pensando na tradição do clube.

Visando mudar o cenário em que os levou para a segunda divisão, a diretoria do Santos já se planejava para contratar um novo técnico, visto que o ‘atual’ – o Marcelo Fernandes -, era apenas um interino que foi efetivo para tentar salvar o clube na briga final contra o rebaixamento. Com isso, já movimentando o mercado, nos últimos dias veio a tona que o Peixe estava em conversas avançadas para trazer o Thiago Carpini, treinador brasileiro do Juventude, clube que conseguiu o acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro 2024.

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Thiago Carpini e o Santos

Até então, o que já havia sido noticiado pelo GE Globo, era que as conversas entre Carpini e o Santos estavam bem avançadas, tendo acontecido, inclusive, uma videoconferência na última noite de terça-feira (12) que esclareceu bastante arestas – principalmente bases salariais – entre as partes envolvidas e que o só iria restar alguns ‘pequenos detalhes’, além de, claro, o anúncio oficial do Peixe.

Vale ressaltar que todo o processo referido aqui já diz respeito a nova diretoria eleita, são elas envolvidas na negociação: o novo presidente Marcelo Teixeira, o coordenador de futebol Alexandre Gallo e Carpini e seu empresário, Hugo Magalhães. Entretanto, mesmo com todas esses fatores a favor da contratação, o foi atualizado hoje pelo GE que o Santos se distanciou da contratação, num piscar de olhos.

Impasses que atrapalharam a negociação

Afinal, por que a contratação não aconteceu, se pela manhã de quarta-feira (13) já estava tudo quase certo entre as partes? Bom, primeiro é necessário entender que, já na conversa realizada na última terça-feira, um dos ‘pequenos detalhes’ que faltavam era a negociação da multa rescisória do Carpini – que gira em torno de 1 milhão de reais -, que possui um contrato vigente com o seu atual clube gaúcho, Juventude, até o final de 2024.

A multa, ainda que pareça pequena, para o Santos não é tão fácil de arcar assim, principalmente pela ausência de dinheiro em caixa – salários atrasados e dívidas -, o que fez a diretoria partir para a tentativa de ceder jogadores para o Juventude, em troca de quitação da dívida pendente. Porém, este é o ponto chave, o Juventude não quer abrir mão da multa do treinador e vai exercer seu direito.

Com esse ‘acordo verbal’, a diretoria iria para mais uma tentativa de negociações a vera nesta quarta-feira, mas dessa vez com o Juventude, para resolver essa questão da multa rescisória, que ainda era um impasse, já que o clube gaúcho fazia questão do valor em dinheiro a vista, e não convertido em atletas. O técnico, inclusive, chegou a programar viagem para se apresentar no novo clube.

Segundo fator importante na quebra da contratação foi o interesse que o Cruzeiro demonstrou sobre o Carpini e fez o treinador do Juventude ter outros olhos para a proposta, externando o desejo de treinar na Série A. Ou seja, o Carpini já havia contratações avançadas com o Santos – verbalmente acordado -, mas o interesse da Raposa fez o técnico mudar de ideia.

Além da multa rescisória, havia ainda uma indefinição na comissão técnica no Santos, que não estava definida ainda pela nova diretoria eleita e isso incomodava o Carpini. Foi no meio de tudo isso que o Cruzeiro entrou em cena e aceitou atender os valores do treinador e do Juventude, por isso que, no momento, está mais perto da contratação que o Santos – que em relação a bases salariais, já havia acordado com o mesmo.

Outro fator que pode ter impactado, é o fato da presença do Elano – ex jogador e ídolo do Santos – na estrutura técnica, com função de realizar a transição de atletas da base para o profissional. Isso gerou incômodo no Carpini, justamente por ele querer ter uma autonomia maior para montar sua comissão, o que não aconteceria caso o Elano estivesse presente – ainda que sem tanta influência, mas com contato frequente com o plantel. Vale lembrar, também, que o Elano possui uma ‘carreira’ como técnico – inclusive já treinou o Santos – e poderia ser uma sombra do Carpini.

Vale ressaltar que o que impediu o Thiago Carpini de ser o novo técnico do Santos não foi um único motivo exclusivo, e sim uma combinação de fatores, entre eles o interesse do Cruzeiro sobre o treinador, a multa rescisória com o Juventude, o Elano ser integrante da diretoria, indefinição na comissão técnica etc. Entretanto, como já foi dito, o Cruzeiro se encontra ‘mais próximo’ que o Santos nesse atual momento, mas assim como o cenário mudou em horas, nada impede que tudo se altere novamente, até porque não há um acordo oficial ainda pelo treinador.

Currículo do Carpini