No último domingo (18), o São Paulo foi derrotado para o Palmeiras por 2 a 1 no Allianz Parque, com gol já nos acréscimos da partida, mas o que chamou a atenção mesmo no confronto foi a briga generalizada após o apito final.
O clima tenso entre as equipes que disputam o clássico intitulado de Choque-Rei tem sido uma marca nos últimos confrontos, e na partida deste domingo não foi diferente, a partida foi marcado por provocações e lances polêmicos, nos acréscimos do primeiro tempo, a comissão técnica do Palmeiras reclamou com Raphael Claus, já que estava irritada com a condução do árbitro.
Após o cartão amarelo em Vitor Reis ao matar um contra-ataque tricolor, Abel Ferreira aplaudiu ironicamente ao ver seu zagueiro punido, e Claus então seguiu ao banco de reservas para aplicar o cartão amarelo, e o auxiliar João Martins estava próximo, levou o vermelho e se revoltou invadindo o campo para peitar o juiz.
Na segunda etapa, Luciano, que saiu do banco de reservas, marcou o gol de empate e fez sua característica comemoração, chutando a bandeira de escanteio, e como a do Allianz Parque tem o símbolo do Palmeiras, e ele fez junto o sinal de silêncio, houve confusão com os adversários e Raphael Claus deu cartão amarelo para o atacante, que ainda seria expulso por falta em Felipe Anderson.
Antes da virada do Palmeiras no fim, o Alviverde com Lazaro fez 2 a 1, mas o gol foi anulado e a torcida no Allianz Parque passou a gritar “vergonha” em seguida, esquentando ainda mais o clima do jogo.
Depois de tudo que aconteceu no campo, assim que Raphael Claus apitou o fim de jogo houve início de uma confusão, envolvendo a princípio gandulas do Allianz Parque e jogadores do São Paulo, os atletas do Palmeiras, entraram para protege-los e os seguranças se juntaram, tentando separar as delegações, mas a briga seguiu até o acesso ao vestiário.
O volante Zé Rafael, do Palmeiras, e o meio-campista Rodrigo Nestor, do São Paulo, trocaram agressões, imagens mostram Zé Rafael indo em direção a Nestor e pegando o adversário pelo pescoço. O jogador do São Paulo revida com um soco no rosto do atleta Alviverde.
Quando a confusão terminou, Claus foi até a cabine do VAR para analisar as imagens, mas não comunicou sua decisão ao público e se dirigiu ao vestiário do trio de arbitragem para escrever a súmula:
“Após o termino da partida e antes de deixar o campo de jogo, o VAR me sugeriu a revisão de um confronto entre dois jogadores no túnel de acesso aos vestiários, ao revisar constatei uma conduta violenta do jogador Nº08, Sr. José Rafael Vivian da equipe do SE Palmeiras, agarrando o pescoço do Sr. Rodrigo Nestor Bertalia Nº11 da equipe do São Paulo FC. com uso de força excessiva que revidou com um soco no rosto do seu adversário citado acima. Informo que ambos expulsos não receberam o cartão vermelho. Devido ao fato de se dirigirem aos seus respectivos vestiários de forma imediata após o conflito”.
Claus relatou ainda o que ouviu do auxiliar técnico João Martins, do Palmeiras, ao expulsá-lo no primeiro tempo: “Tem que apitar para os dois lados, seu critério é uma vergonha, a arbitragem aqui é uma vergonha”
Na saída para o intervalo, segundo relato so árbitro o diretor de futebol do Palmeiras, Anderson Barros, o abordou: “Claus, qual o seu problema com a nossa comissão técnica? Você tem problema, é melhor não apitar mais, você é tendencioso.”
Ao fim da partida Rato, do São Paulo disparou sobre a confusão: “Todo mundo mora aqui perto, se vê no dia a dia. Eles querem fazer graça aqui porque estão jogando para a torcida deles. Aí, depois, a gente se vê no prédio e fica como? Não pode acontecer isso”
São Paulo denuncia cânticos homofóbicos
O São Paulo enviou um ofício à CBF para denunciar cantos homofóbicos da torcida do Palmeiras durante o clássico, no vídeo anexado na reclamação é possível ouvir palmeirenses gritarem “vai para cima delas” durante a partida, e em outro trecho, quando o lateral Patryck foi atendido em campo após sofrer um trauma na cabeça, ouve-se um torcedor dizer “mais uma bicha morta”.
Comportamentos do tipo podem levar o clube a uma punição com base no artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que proíbe “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.
As equipes poderão voltar a se enfrentar nas quartas de final da Libertadores caso ambas façam o resultado que precisam em casa, o Palmeiras precisa vencer o Botafogo por dois gols de diferença para não precisar de pênaltis, já o São Paulo precisa apenas vencer a partida.